Maria Antonieta de Farias Portocarrero Thedim
(Rio de Janeiro/RJ, 23 de agosto de 1922)
(Rio de Janeiro/RJ, 03 de março de 2018).
Tônia Carrero foi uma atriz brasileira de cinema, teatro e televisão. Nascida e criada na zona sul carioca, Maria Antonieta de Farias Portocarrero, seu nome de solteira, era filha do general Hermenegildo Portocarrero e de Zilda de Farias Portocarrero. Também era descendente do marechal Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero, barão de “Forte de Coimbra”. Também seus irmãos seguiram carreira militar. Apesar de graduada em Educação Física, a formação de Tônia como atriz foi obtida em cursos de teatro em Paris. Antes de partir para a França, Tônia Carrero fez um pequeno papel no filme “Querida Susana”. Tônia Carrero foi a estrela da “Companhia Cinematográfica Vera Cruz” tendo atuado em diversos filmes. No cinema, Tônia Carrero fez os filmes “Caminhos do Sul”, “Quando a Noite Acaba”, “Apassionata”, “Tico-Tico no Fubá”, “É Proibido Beijar”, “Mãos Sangrentas”, “Alias Gardelito”, “Copacabana Palace”, “Esse Rio Que Eu Amo”, “Sócio de Alcova”, “Tempo de Violência”, “Gordos e Magros”, “Sonhos de Menina Moça”, “A Bela Palomera, “Fogo e Paixão”, “O Gato de Botas Extraterrestre”, “Vinicius” e “Chega de Saudade”. A estreia em teatro foi no “Teatro Brasileiro de Comédia - (TBC)”, em São Paulo, com a peça “Um Deus Dormiu Lá em Casa”, onde teve como parceiro o ator Paulo Autran. Após a passagem pelo “TBC”, Tônia Carrero formou com seu marido à época, o italiano Adolfo Celi e com o amigo Paulo Autran, a “Companhia Tônia-Celi-Autran - (CTCA)”, que revolucionou a cena do teatro brasileiro ao constituir um repertório com peças de autores clássicos, como Shakespeare e Carlo Goldoni, e de vanguarda, como Sartre. Na TV, um dos seus personagens mais marcantes foi a sofisticada e encantadora (Stella Fraga Simpson) em “Água Viva” de Gilberto Braga. Tônia viria a trabalhar novamente com o autor na novela “Louco Amor”, dessa vez interpretando a não menos charmosa e chique (Mouriel). Tanto em “Água Viva” como em “Louco Amor”, Tônia perdeu o papel de vilã para Beatriz Segall e Tereza Rachel, respectivamente. Mesmo assim os dois personagens que interpretou foram um sucesso. Na TV, Tônia fez ainda vários personagens no “Grande Teatro Tupi” onde, efetivamente começou sua longa participação na dramaturgia televisiva e das novelas “A Mulher Que Amou Demais”, “Sangue do Meu Sangue”, “Pigmalião 70”, “A Próxima Atração”, “O Cafona”, “O Primeiro Amor”, “Uma Rosa Com Amor”, “Cara a Cara”, “O Amor é Nosso”, “Sassaricando”, “Kananga do Japão”, “Sangue do Meu Sangue” (remake), “Esplendor”, “Senhora do Destino”, da minissérie “Um Só Coração” e do sitcom “Cupido Electrónico”, uma produção luso-brasileira exibida apenas em Portugal. Tônia Carrero era mãe do ator e diretor Cecil Thiré, e avó dos atores Miguel Thiré, Luísa Thiré e Carlos Thiré. Tônia Carrero teve um romance com o escritor Rubem Braga, com o produtor e cineasta Fernando de Barros e com o ator Paulo Autran. Seu primeiro casamento foi com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, com quem teve um único filho, o ator Cecil Thiré. Depois, Tônia foi casada com o ator e diretor italiano Adolfo Celi. Seu terceiro e último casamento foi com o engenheiro César Thedim, de quem assinava o sobrenome. Após o último matrimônio, manteve outros relacionamentos, mas não quis mais se casar. Cecil Thiré, em entrevista ao jornal “Extra” declarou pela primeira vez, em 2015, o real estado de saúde da mãe. Segundo ele, a atriz sofria de uma doença conhecida como hidrocefalia oculta, tendo sido submetida a uma cirurgia. Sem dar mais detalhes, Cecil contou que o quadro de Tônia era estável, mas que, devido a doença, não se comunicava mais nem conseguia andar normalmente. Tônia vivia em seu apartamento, cercada de familiares e sempre recebia visitas de amigos próximos. Tônia Carrero morreu vítima de uma parada cardíaca enquanto realizava um procedimento cirúrgico para tratar de uma úlcera no osso sacro.