Paulo Paquet Autran
(Rio de Janeiro/RJ, 07 de setembro de 1922)
(São Paulo/SP, 12 de outubro de 2007).
Paulo Autran foi um ator brasileiro de teatro, cinema e televisão. Paulo Autran se mudou cedo para São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida e estudou no “Colégio Marista Arquidiocesano”. Depois estudou direito na capital paulista por influência do pai - que era delegado de polícia - e se formou na “Faculdade de Direito do Largo São Francisco” inicialmente pensando em ser diplomata. Antes da capital paulista, Paulo Autran morou na cidade de Sorocaba. Num encontro, em Sorocaba, com o poeta e letrista Marcelo Adifa, Paulo contaria emocionado como era brincar na casa grande que ocupavam na região central do município. Desapontando na profissão de advogado, participou de algumas peças teatrais amadoras, tendo sido convidado a estrear profissionalmente com a peça “Um Deus Dormiu Lá em Casa” de Guilherme Figueiredo, com direção de Silveira Sampaio em montagem do “Teatro Brasileiro de Comédia” - (TBC). No começo relutou, afirmando não ser ator profissional. Entretanto, após receber o incentivo de sua amiga Tônia Carrero aceitou o desafio. A peça, que estreou para o grande público no “Teatro Copacabana”, se tornou um grande sucesso, rendendo inclusive alguns prêmios para o jovem ator. Posteriormente foi novamente montada, dessa vez pela “Companhia Tônia-Celi-Autran” (CTCA) com direção de Adolfo Celi. Após seu primeiro êxito comercial, Autran resolveu largar a advocacia e passou a se dedicar exclusivamente à carreira artística, dando prioridade ao teatro, sua grande paixão. Autran chegou a atuar em cinema e TV, mas foi no palco que desenvolveu sua arte e se tornou conhecido, vindo a receber o epíteto de (O Senhor dos Palcos). No entanto, também teve memoráveis atuações na TV e no cinema, em especial por sua participação no filme “Terra em Transe” clássico de Gláuber Rocha. No cinema, Autran fez ainda “Appassionata”, “Uma Pulga na Balança”, “Destino em Apuros”, “É Proibido Beijar”, “O País dos Tenentes”, “Fogo e Paixão”, “Oriundi”, “Tiradentes”, “A Máquina”, “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” e “O Passado”. Ao longo de sua carreira, estabeleceu importantes parcerias, com diretores de teatro como Adolfo Celi, Ziembinski e Flávio Rangel e atrizes como Tônia Carrero. Na televisão se destacou em “Guerra dos Sexos”, em que contracenava ao lado de Fernanda Montenegro, protagonizando algumas cenas antológicas da teledramaturgia e em “Pai Herói” quando viveu o vilão carismático (Bruno Baldaracci). Estreou no veículo na primeira versão da novela baseada no livro de Jorge Amado, “Gabriela, Cravo e Canela” feita pela TV Tupi onde deu vida ao mulherengo (Tonico Bastos). Paulo Autran fez também as novelas “Os Imigrantes”, “Sassaricando” e “Brasileiros e Brasileiras”, as minisséries “Hilda Furacão” e “Um Só Coração” e participou da série “Você Decide” no episódio “O Tesouro da Juventude”. Paulo Autran aparece em uma participação especial no remake da novela “Guerra dos Sexos” apenas em flashback e no seu velório, ambos exibidos no primeiro capítulo. Paulo Autran fez cerca de noventa peças. Seu último personagem no cinema foi no filme “O Passado” de Héctor Babenco. Seu nonagésimo espetáculo foi a peça “O Avarento”, de Molière no “Teatro Cultura Artística”. Essa peça teve a sua temporada suspensa porque o ator apresentou problemas de saúde. No ano anterior à sua morte, Paulo Autran passara por diversas internações, por conta de um câncer de pulmão. O tratamento não o impediu de seguir atuando em “O Avarento” e nem de seguir fumando cerca de quatro maços de cigarros por dia. Paulo Autran era casado com a atriz Karin Rodrigues e não teve filhos. Paulo Autran morreu de enfisema pulmonar e complicações decorrentes do câncer.