Giovanni Ratto
(Milão/ITÁLIA, 27 de agosto de 1916)
(São Paulo/SP, 30 de dezembro de 2005).
Gianni Ratto foi um diretor, cenógrafo, iluminador, figurinista, escritor e ator italiano. Ratto fundou, ao lado de Paolo Grassi e Giorgio Strehler, o “Piccolo Teatro de Milão”. Foi sua fama de cenógrafo que lhe garantiu um contrato com o “Teatro Alla Scalla” de Milão, no cargo de vice-diretor técnico. Foi lá que teve a oportunidade de dirigir a diva da ópera Maria Callas. Gianni Ratto chegou ao Brasil a convite da atriz Maria Della Costa e seu marido Sandro Polônio. A intenção da atriz era que o encenador a dirigisse no espetáculo “O Canto da Cotovia” de Jean Anouilh que marcaria a inauguração de seu teatro e sua companhia teatral. A chance de dirigir uma companhia brasileira o seduziu. Já no ano seguinte dirigiu uma obra brasileira, “A Moratória” de Jorge Andrade. Atitude que ia na contramão da cena teatral da época, dominada pelo “Teatro Brasileiro de Comédia” que contava com outros diversos encenadores italianos, Adolfo Celi, Ruggero Jacobbi, Flamínio Bolini Cerri e Luciano Salce, todos sob a proteção dos mecenas Franco Zampari e Cicillo Matarazzo. Ratto se uniu à companhia teatral “Teatro dos Sete”, formada por Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Sérgio Britto, Cleyde Yáconis, Paulo Autran e outros. Como ator, Ratto participou no cinema de “O Pica-Pau Amarelo”, “Um Homem Célebre”, “Gardênia Azul” e “Sábado”. Na televisão participou da minissérie “Anarquistas Graças a Deus” na TV Globo, baseada no livro de Zélia Gattai, vivendo o (Nonô). Gianni Ratto é considerado por muitos, um dos renovadores da encenação brasileira ao lado de nomes como Ziembinski, Tomás Santa Rosa, Ruggero Jacobbi e Adolfo Celi. Além de seus trabalhos no teatro, Ratto dirigiu várias óperas, inclusive no “Teatro Municipal” do Rio de Janeiro e no “Scala” de Milão, onde também acumulou as funções de cenógrafo e iluminador. Nunca foram divulgados os motivos que levaram Gianni Ratto à morte.