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ÂNGELA MARIA (89 anos)

ID: m79 Categoria: Cantoras/Músicas Date : Monday 27th July 2020 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Abelim Maria da Cunha                       

 

(Conceição de Macabu/RJ, 13 de abril de 1929)        

(São Paulo/SP, 29 de setembro de 2018). 

 

Ângela Maria foi uma cantora e atriz brasileira, expoente da Era do Rádio e considerada dona de uma das melhores vozes da MPB. Intérprete de canções como “Babalu” (Margarita Lecuona), “Gente Humilde” (Garoto/Chico Buarque/Vinícius de Moraes), Cinderela” (Adelino Moreira) e “Orgulho” (Waldir Rocha/Nelson Wederkind). Ângela Maria serviu como fonte de inspiração para artistas como Elis Regina, Djavan, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Cesária Évora e Gal Costa, além de ter sido, comprovadamente pelo "Ibope", por um longo período, a cantora mais popular do Brasil, conquistado a admiração de personalidades como Édith Piaf, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Amália Rodrigues e Louis Armstrong. A cantora nasceu no interior fluminense, em Macaé, no Rio de Janeiro, distrito de Conceição de Macabu que foi emancipado de Macaé. De família muito humilde, sua mãe era dona-de-casa e seu pai pastor de igreja evangélica. Por conta disso, desde criança cantava no coral de uma igreja Batista próxima a sua casa e com isso foi aprendendo a amar a música e o universo das melodias. Durante sua infância e adolescência, devido a dificuldades financeiras, morou com a família nas cidades de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti, em busca de uma vida melhor em cidades com mais recursos. Durante sua juventude, Ângela Maria trabalhou em uma fábrica de lâmpadas e foi tecelã em uma indústria de tecidos, mas sempre quis ser cantora. Sonhava com a vida nas rádios e com o sucesso, mas seu pai era contra por ser muito religioso, querendo que a filha se convertesse na igreja evangélica e casasse cedo. Ângela não tinha o desejo de viver assim e foi atrás do seu grande sonho, que era cantar. Ângela Maria sempre contou em entrevistas ter sofrido na vida pessoal. Nunca pode ter filhos, por problemas no útero (que ela descobriu ter ainda na adolescência). Ângela Maria foi constantemente alvo da mídia, que sempre tocava no assunto ou inventava boatos a deixando magoada, pois ela sempre quis ser mãe. Apesar de ter feito inúmeros tratamentos, nunca conseguiu engravidar. A cantora foi casada seis vezes, teve muitos namorados e revelou que sempre sofreu na mão de todos eles com humilhações e até agressões físicas. A cantora revelou também que certa vez já havia tentado o suicídio. Ângela contou que quase perdeu tudo, já que seu patrimônio era administrado por seus assessores, que não pagavam suas contas e a roubavam constantemente. Desesperada com a vida foi para São Paulo, porém continuava a topar com empresários golpistas e namorados ladrões. Apesar de ter ficado muito tempo vivendo em grande pobreza, cantando em boates e tendo que complementar a renda fazendo faxina para sobreviver, deu a volta por cima anos depois. Ângela Maria revelou que seu melhor amigo sempre foi  Cauby Peixoto e que tinha uma grande admiração por  Dalva de Oliveira. Aos cinquenta anos, conheceu um homem que mudaria sua vida. Um rapaz de dezoito anos que mexeu com seu coração. Ele era noivo. Porém o garoto, chamado Daniel D'Ângelo, gostou de Ângela, abandonou a noiva e os dois passaram a ter um envolvimento amoroso intenso. Daniel a ajudou quando sofreu um novo golpe, lhe arranjando trabalhos. Eles foram morar juntos com poucos meses de namoro, até que no dia do seu aniversário de oitenta e três anos (e ele com cinquenta e um) se casaram oficialmente, no civil e na igreja. Ângela Maria e Daniel adotaram quatro filhos, Ângela Cristina, Lis Ângela, Rosângela e Alexandre. Aos dezenove anos, Ângela Maria trabalhava de dia e à noite tentava por todos os meios conseguir vaga em algum programa de música. Ia de rádio em rádio fazer inscrições para sorteios, até que conseguiu ser premiada e se apresentou aos jurados em uma rádio, passando no teste. Com isso, começou a se apresentar como cantora no “Pescando Estrelas”, um programa de calouros. Adotou o nome Ângela Maria para não ser identificada pela família, que se soubesse não a deixaria mais sair de casa. Sua interpretação era considerada belíssima, sempre tirava nota máxima e ganhava todos os concursos. Todos a queriam para cantora e assim, foi cantar no famoso “Dancing Avenida” e depois na Rádio Mayrink Veiga. Já com o aval da família, mesmo após inúmeras brigas, gravou o primeiro disco. Vieram assim os sucessos que a consagraram. Com grande sucesso no Brasil, passou a viajar o mundo com canções belíssimas em sua voz, considerada muito harmônica. Além de cantora, fez cursos de teatro e atuou em cinema, nos longas-metragens “Rua Sem Sol”, “O Rei do Movimento”, “Fuzileiro do Amor”, “Com Água na Boca”, “Fugitivos da Vida”, “O Feijão é Nosso”, “Tira a Mão Daí!”, “Rio, Zona Norte”, “Feitiço do Amazonas”, “Metido a Bacana”, “O Negócio Foi Assim”, “O Samba na Vila”, “Rio Fantasia”, “Quem Roubou Meu Samba?”, “Dorinha no Society”, “América de Noite”, “Caminho da Esperança”, “007 1/2 no Carnaval”, “Carnaval Barra Limpa”, “A Extorsão” e “Portugal...Minha Saudade” comédia produzida, dirigida e estrelada por Amácio Mazzaropi. Ângela Maria se consagrou como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção, ao lado de Maysa Matarazzo, Nora Ney e Dolores Duran. Ângela Maria gravou dezenas de sucessos como, ”Não Tenho Você”, “Babalu”, “Cinderela”, “Moça Bonita”, “Vá, Mas Volte”, “Garota Solitária”, “Falhaste Coração”, “Canto Paraguaio”, “A Noite e a Despedida”, “Gente Humilde”, “Lábios de Mel”, "Tango Para Teresa" e tantos outros. Ângela Maria foi homenageada pela escola de samba paulistana Rosas de Ouro”, que com o enredo (Sapoti), foi consagrada campeã do carnaval de São Paulo. No mesmo ano o cantor Ney Matogrosso gravou o disco “Estava Escrito”, em homenagem a Ângela Maria. O álbum contém canções do repertório da cantora que ficaram consagradas na sua voz. Ângela Maria morreu em decorrência de uma infecção generalizada e uma parada cardíaca.  Na ocasião de sua morte, a TV Globo preparava uma minissérie contando a sua trajetória.

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