Paulo Sérgio de Macedo

(Alegre/ES, 10 de março de 1944)

(São Paulo/SP, 29 de julho de 1980).

Paulo Sérgio foi um cantor, compositor e ator brasileiro, considerado um dos maiores artistas da música romântica do país. Primeiro filho do alfaiate Carlos Beath de Macedo e de Hilda Paula de Macedo, Paulo Sérgio, se não tivesse manifestado desde cedo o intento de se tornar músico profissional, talvez tivesse se realizado como alfaiate, tanto que aos dez anos frequentava a alfaiataria do pai, aprendendo os primeiros segredos da agulha e da tesoura. Porém, a veia artística já se desenhava cedo. Aos seis anos de idade, quando apareceram, em sua cidade natal, as caravanas de artistas de emissoras de rádio do Rio de Janeiro, Paulo Sérgio participou, ao fim do espetáculo, de um mini-concurso de calouros. Foi escolhido o melhor entre vários concorrentes, passando a ser requisitado como atração especial em todas as festinhas da pequena Alegre. Ao chegar no Rio de Janeiro, para onde a família havia se mudado, a trajetória do menino Paulo ganhou uma nova conotação. Paulo Sérgio estudou no “Colégio Pedro II” e morava em Brás de Pina, na zona norte carioca, quando terminou o ginásio. Aos quinze anos, Paulo Sérgio foi trabalhar em uma loja no bairro de Bonsucesso. Coincidência ou não, era uma loja de discos e eletrodomésticos, chamada “Casas Rei da Voz”. Como tocava violão bem, logo os amigos o incentivaram e Paulo Sérgio começou a mostrar suas composições. Paulo Sérgio fez seu batismo no programa “Hoje é Dia de Rock”, comandado por Jair de Taumaturgo, o mais badalado entre os jovens do Rio. Posteriormente, passou por muitos outros programas de calouros, como o “Clube do Rock”, do compositor Rossini Pinto, onde muitos outros ídolos que iriam formar o pessoal da “Jovem Guarda” se apresentaram. No filme “Na Onda do Iê-Iê-Iê”, Paulo Sérgio apareceu como calouro do apresentador Chacrinha, cantando a canção “Sentimental Demais” de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, grande sucesso na voz de Altemar Dutra. Uma nova e grande oportunidade surgiu para Paulo Sérgio, quando um amigo seu foi convidado para realizar testes na gravadora “Caravelle”, do empresário Renato Gaetani. Paulo, então, se prontificou a acompanhar, ao violão, o amigo que infelizmente não teve sorte. Porém, durante o teste, Álvaro Menezes, integrante do conjunto “Os Selvagens” que era responsável por descobrir novos talentos da “Jovem Guarda” para a “Caravelle”, constatou que Paulo Sérgio também cantava e manifestou interesse em ouvir algumas de suas composições. Álvaro assegurou a Renato Gaetani, seu tio, que Paulo Sérgio seria sucesso absoluto e assim, um contrato foi prontamente assinado. Mas o sucesso veio mesmo antes de gravar. Álvaro o levou várias vezes ao programa Haroldo de Andrade na TV Excelsior e o auditório vinha abaixo ao ouvi-lo cantar "Benzinho" que ainda nem havia sido gravada. Paulo Sérgio se tornou muito amigo de Álvaro a quem pedia conselhos sobre os mais diversos assuntos, até mesmo sobre a compra de seus dois primeiros carrões, um Mustang e um Cadillac presidencial. Na época, o motorista de Paulo Sérgio era Tony Damito, que tempos depois, também gravou um disco com a ajuda de Paulo Sérgio e Álvaro. Após alguns dias, Paulo Sérgio gravou um compacto simples, que continha as músicas “Benzinho” e “Lagartinha”. Entretanto, a sua afirmação definitiva se deu com o lançamento do primeiro disco, denominado “Paulo Sérgio - Volume 01”, que, alavancado pelo grande sucesso “Última Canção”, vendeu mais de oitocentas mil cópias. Paralelo ao sucesso meteórico de Paulo Sérgio surgiu a acusação de que ele era um imitador do cantor Roberto Carlos, então ídolo maior da juventude, dada a semelhança do seu timbre vocal. Como contrapartida, naquele mesmo ano Roberto Carlos lançaria o álbum “O Inimitável”. Paulo Sérgio se defendeu das acusações de mero imitador e, em entrevista ao radialista Antônio Aguillar, admitiu ser fã de Roberto e disse que estava somente buscando seu lugar no cenário musical brasileiro e que seu timbre de voz ser parecido com o de Roberto Carlos era uma simples coincidência. Com o fim do movimento “Jovem Guarda”, Paulo Sérgio foi contratado exclusivo por Silvio Santos para integrar o elenco fixo de cantores do extinto programa “Os Galãs Cantam e Dançam”. Apesar de nunca ter pisado no palco do “Programa Jovem Guarda”, Paulo Sérgio chegou a se apresentar com Roberto Carlos nos “Galãs”, pois Roberto, que na época não era contratado por nenhuma emissora, também era convidado de Silvio Santos. Do sucesso inicial vieram propostas para que Paulo Sérgio ingressasse numa grande gravadora. Paulo Sérgio assinou um vultoso contrato com a “Copacabana” o qual, em razão das cifras envolvidas, foi considerado o maior acontecimento artístico daquele ano. Por conta disso, Paulo Sérgio se mudou definitivamente para São Paulo, terra que ele adotou como sua. Pelo selo “Beverly”, Paulo Sérgio lançaria, ao todo, oito álbuns. No decorrer dos anos, outros sucessos aconteceram, “Desiludido”, “Agora Quem Parte Sou Eu”, “Máquinas Humanas”, “Minhas Qualidades Meus Defeitos”, entre outros. Paulo Sérgio estoura com o sucesso “Quero Ver Você Feliz” composta especialmente por conta do nascimento de seu filho. E vieram outros sucessos como “Amor Tem Que Ser Amor” que rendeu até uma participação no extinto programa “Globo de Ouro” da TV Globo. Paulo Sérgio estoura com o LP “Volume 11”, uma espécie de disco acústico gravado em estúdio e que seria um dos LPs mais vendidos de sua carreira. É também a partir deste ano que a parceria nas composições entre Paulo Sérgio e Carlos Roberto aumentaram. Sucessos como “Eu Te Amo Eu Te Venero”, “Você Pode Me Perder”, “Minha Decisão”, “Como Me Arrependo”, todas compostas por Paulo Sérgio e Carlos Roberto e “Bodas de Prata” de Roberto Martins e Mário Rossi ecoam nas rádios de todo Brasil. Vale destacar que todas as doze faixas do LP, fizeram sucesso. Após muitas desavenças, Paulo se desquita de sua esposa. Compra uma chácara na cidade do interior paulista de Itapecerica da Serra e decide se isolar. Paulo ainda lança o LP “Volume 12” com os sucessos “Pra Ela”, “Eu Te Amava Eu Te Queria”, “O Trapo”, “Nos Braços Teus”, “Se O Mundo Acabar”, todas compostas pela dupla Paulo Sérgio e Carlos Roberto. Logo após esse lançamento, Paulo Sérgio permanece quase um ano e meio sem fazer shows, gravar discos ou qualquer tipo de aparição pública. Quando Paulo Sérgio resolve retomar a carreira, fazendo uma série de shows pelo Brasil, principalmente pelo nordeste, Paulo grava aquele que seria seu último LP em vida, intitulado “Volume 13”. De imediato começam a despontar sucessos como “O Que Mais Você Quer De Mim” e “Coroação” . Paulo tem uma gravação agendada nos estúdios da TV Bandeirantes em São Paulo no programa “Hora do Bolinha” do apresentador Edson Cury. Paulo canta em playback dois números de seu mais recente disco e se retira dos palcos timidamente. Lá fora, na saída do “Teatro Bandeirantes” acontece um incidente que fora o pedestal para culminar em sua morte. Uma mulher se dizendo fã do cantor, começa a xingar Paulo Sérgio e hostilizá-lo. Paulo procura ignorar o fato, afinal ele ainda teria mais duas apresentações em circos diferentes para fazer. Ao arrancar com o seu Camaro de cor gelo, a mulher ainda disposta a atormentá-lo joga uma pedra que quebra o parabrisas do seu carro. Já muito nervoso, Paulo sai do veículo para avaliar o prejuízo, até ser convencido por seus acompanhantes a esquecer o ocorrido e partir para os shows. É quando Paulo começa a se queixar de dores de cabeça, mas prefere não ir ao médico. Pede a seu secretário que providencie analgésicos, toma dois de uma só vez e parte para a primeira apresentação que faz inteira. Na segunda apresentação, Paulo ao cantar a quinta música, pede desculpas ao público, diz estar se sentindo mal, com fortes dores de cabeça e se retira do palco, mas garante que pretendia terminar aquela apresentação numa próxima oportunidade. Aquela promessa jamais seria cumprida. Paulo cai desmaiado e é levado às pressas até o hospital mais próximo. Transferido, entra em coma profundo. Os médicos garantiam que somente um milagre poderia salvar a vida de Paulo Sérgio. Milagre que não ocorreu. As condições clínicas de Paulo Sérgio se agravaram e os médicos constataram morte cerebral. Paulo Sérgio foi um cantor que nunca conheceu o fracasso e não teve fase de decadência. Paulo Sérgio gravou treze LPs, vendeu mais de dez milhões de discos. Paulo Sérgio namorou com Odeliz de Souza Gaicho com quem teve uma filha, Paula Mara (falecida em 12/04/2011), com Anicéia, com a modelo Maria Stella Splendore, com Ana Maria e com a cantora Marlene Cavalcanti com quem teve uma filha, Jaqueline. Paulo Sérgio estava desquitado de Raquel Teles Eugênio de Macedo e com ela tinha um filho, Rodrigo (falecido em 2016, aos quarenta e seis anos, em decorrência de complicações da esclerose múltipla). Paulo Sérgio morreu em função do AVC que havia tido dois dias antes.

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PAULO SÉRGIO (36 anos)