Francisco Flaviano de Almeida
(Itu/SP, 05 de outubro de 1916)
(Itu/SP, 14 de fevereiro de 2004).
Simplício foi um ator, palhaço e humorista brasileiro. Simplício é o responsável pela fama da cidade de Itu, no interior de São Paulo quando criou o personagem megalomaníaco que dizia ser "da cidade onde tudo é grande". Antes da carreira artística, Simplício trabalhou como vendedor em um armazém e também numa fábrica de tecidos de Itu, além de ter sido pipoqueiro, engraxate, jornaleiro e vendedor de lanche nos trens. Simplício gostava muito de música, tocava bateria e chegou a ser "Secretário Municipal da Cultura e Turismo" em Itu. Seu interesse pela carreira artística surgiu quando ele assistiu um espetáculo de circo que passava pela cidade. Ele se impressionou a ponto de ir embora junto com os artistas do circo, se tornando um deles. Com a companhia de circo, Simplício rodou o interior do estado de São Paulo e grande parte do país, acabando por conhecer o ator Manuel de Nóbrega que o convidou para trabalhar. Já morando na cidade de São Paulo, Simplício passou a trabalhar em programas humorísticos nas rádios “Cultura” - com o programa “O Clube dos Mentirosos” - e “Piratininga” - com o programa “Torre de Babel”. A convite de Manuel de Nóbrega, Simplício fez parte do primeiro programa de humor da televisão brasileira, “A Praça da Alegria” veiculado pela TV Tupi. Simplício ainda passou pela TV Record, TV Bandeirantes, TV Globo e SBT. Foi na TV Globo, onde ele criou e começou a fazer o personagem que divulgava Itu e o que começou como piada acabou virando marca da cidade, tornando Simplício muito querido entre seus conterrâneos. Numa das clássicas cenas de seu personagem de Itu, este entrava em cena com a mulher, (Ofélia) e dizia o texto com um carregado sotaque interiorano: "Vai, Ofélia, diga para o homem de que tamanho é a abóbora lá de Itu!", ao que a mulher respondia, abrindo os braços "É deste tamanho!" e ele retrucava, bravo "Não, Ofélia, não é a pitanga, é a abóbora!". Simplício se casou com Helena Maria de Almeida e teve dois filhos, Francisco Alberto e Luiz Eduardo e vários netos. Em uma de suas últimas entrevistas, Simplício contava que passou a ser chamado por esse apelido em sua estreia no circo, na cidade de Amparo, quando alguém o lembrou que ele precisava de um nome artístico. "Eu sempre fui um cara muito simples, quase simplório, aí começaram a me chamar de Simplício" - disse ele. Seu último trabalho na TV foi no programa “A Praça é Nossa” do SBT. Simplício teve um romance com Luizinha e com ela a filha Luiza Maria. O ator foi casado com a atriz Nair Liendo com quem teve três filhos. Maria do Carmo, Flávio e o ator Péricles Flaviano. Quando faleceu, Simplício estava casado com Helena Maria Marques de Valhery Jolkesky, dois filhos, Francisco Alberto e Luís Eduardo. Simplício foi um dos donos do "Pavilhão Teatro Liendo". Seu filho Flávio faleceu ainda criança. Simplício morreu vitimado por uma hemorragia interna, decorrente da falência múltipla dos órgãos. O então prefeito de Itu, Lázaro Piunti, decretou luto oficial por três dias e o orelhão e o semáforo gigantes da praça Padre Miguel - objetos inspirados pelo comediante e símbolos da cidade - amanheceram envolvidos por laços pretos. O comércio central trabalhou com as portas entreabertas, em sinal de luto.