Astolfo Barroso Pinto
(Cantagalo/RJ, 25 de junho de 1943)
(Rio de Janeiro/RJ, 04 de setembro de 2017).
Rogéria foi uma atriz brasileira. Rogéria foi maquiadora na extinta TV Rio e vedete. Rogéria morou no exterior, apresentando vários shows e recebeu o “Troféu Mambembe”, pelo espetáculo que fez ao lado de Grande Otelo. Desde sua infância, Rogéria tinha consciência da homossexualidade e na adolescência virou transformista e assumiu uma carreira de maquiadora. Antes disso, Rogéria virou figura assídua no auditório da “Rádio Nacional”, particularmente nos programas estrelados pela cantora Emilinha Borba de quem era fã incondicional. Ao vencer um concurso de fantasias de carnaval, tentaram renomeá-la de Astolfo, que fazia demais a linha executivo, para Rogério, que levou o público a gritos de "Rogéria", inspirando o nome artístico dela. Rogéria, como maquiadora, começou a conviver com inúmeros atores célebres e teve, o que descreveu como equivalente, a uma estadia no “Actors Studio”, sendo estimulada a interpretar. Sua estreia ocorreu em um notório reduto gay de Copacabana, a “Galeria Alaska”. Figura frequente no cinema brasileiro, Rogéria esteve presente no elenco dos filmes “Enfim Sós... Com o Outro”, “O Homem que Comprou o Mundo”, “O Sexualista”, “O Gigante da América”, “Gugu, o Bom de Cama”, “A Maldição do Sanpaku”, “A Causa Secreta”, “Hi Fi”, “Vestido Dourado”, "Copacabana” e “Divinas Divas”. Rogéria participou também como jurada em vários programas de auditório nas últimas décadas, de Chacrinha a Gilberto Barros e também de Luciano Huck. Rogéria foi coreógrafa da comissão de frente da “Escola de Samba São Clemente”, representando (Maria, a Louca), num enredo que tratava dos duzentos anos da vinda da família real ao Brasil. Em sua passagem, foi recebida com carinho pelo público. Rogéria lançou sua biografia “Rogéria - Uma Mulher e Mais um Pouco”, de Márcio Paschoal. Foram muitas as incursões de Rogéria nos palcos do Brasil e do mundo. Rogéria foi vedete de Carlos Machado. Rogéria participou de um espetáculo chamado “Alta Rotatividade”, comédia na qual contracenava com a atriz Leila Cravo e os atores Agildo Ribeiro e Ary Fontoura. Rogéria fez o espetáculo “7 - O Musical”, sob a direção de Charles Möeller e Cláudio Botelho. No espetáculo, atuou ao lado de Zezé Motta, Eliana Pittman, Alessandra Maestrini, Ida Gomes, Jarbas Homem de Mello e outros. Ao lado da atriz Camille K, fez uma peça com outros notórios transformistas no “Teatro Rival” do Rio, “Divinas Divas”. A produção inspirou um documentário homônimo dirigido pela atriz Leandra Leal. Rogéria era uma das transformistas mais antigas em atividade no Brasil. A artista se considerava transgênero, mas nunca teve vontade de realizar a cirurgia de redesignação sexual. Na TV, além de jurada, Rogéria participou de diversos programas, exercendo as funções de atriz, repórter e comediante. Rogéria, como atriz, esteve nas novelas “Tieta”, “Desejos de Mulher”, “Paraíso Tropical, “Duas Caras”, “Lado a Lado”, “Pé na Cova”, “Malhação”, “Babilônia” e “A Força do Querer”, das séries “Você Decide”, no episódio “Mulher 2000”, “Brava Gente”, no episódio “O Enterro da Cafetina”, “Cilada” no episódio “Carnaval”, “Dicas de Um Sedutor” no episódio “O Amor Não Tem Idade”, como humorista nas séries humorísticas “Sai de Baixo” no episódio “Adivinha Quem Vem Para Jantar”, “A Grande Família” no episódio “O Velho Gostoso”, “Toma Lá, Dá Cá” no episódio “Dolly Pancada Seca”, “Os Caras de Pau” no episódio “Dia dos Pais”, como repórter no programa “Viva a Noite”, como apresentadora no programa “Com Frescura”, como humorista nos programas “Zorra Total”, “A Praça é Nossa” e “Divertics”, além de participação especial em “Amor & Sexo” e “Tá no Ar - A TV na TV”. Rogéria namorou com o ex-policial Mariel Araújo Moryscötte de Mattos “Mariscot”. Rogéria estava internada na unidade devido a um quadro de infecção urinária e morreu de choque séptico.