Neuza Gouveia da Silva do Amaral           

(São José dos Barreiros/SP, 01 de agosto de 1930)      

(Rio de Janeiro/RJ, 19 de abril de 2017).

Neuza Amaral foi uma atriz e política brasileira. Neuza Amaral é filha de pais analfabetos, começou a trabalhar já aos doze anos, entregando marmitas. Neuza Amaral iniciou a carreira de atriz trabalhando na “Rádio Tupi” do Rio de Janeiro, onde enfrentou muitas dificuldades. Neuza Amaral se transferiu, então, para São Paulo e, num belo dia, passando com uma amiga pela porta da “Rádio Record”, resolveu entrar para ver como funcionava uma rádio. O fato é que saiu dali contratada: pediram para a atriz ler uns textos e gostaram tanto que, dois dias depois, ela já estava no ar. Neuza Amaral fez locução, programa de auditório, tudo. O trabalho na “Rádio Record” impulsionou a sua vida e o seu trabalho. Com o corte de pessoal na rádio, Neuza foi convidada para estrear na televisão. A atriz recorda: "Depois veio a televisão. ‘Quem sabe fazer televisão aqui?’ E a enxerida aqui, a ambiciosa, disse: ‘Eu’. Nunca tinha visto um aparelho de televisão. E daí foi tudo acontecendo. Comecei como atriz e anunciadora”. E, assim, estreou na TV Record, onde fez as novelas “Alma da Noite” e “A Mansão dos Daltons”. Em seguida, Neuza foi para a TV Excelsior onde participou da primeira telenovela diária da televisão, “2-5499 Ocupado”, ao lado de Tarcísio Meira, Glória Menezes e Lolita Rodrigues. Seguiram-se outros sucessos na emissora com as novelas “Aqueles que Dizem Amar-se”, “As Solteiras”, “A Moça Que Veio de Longe”, “Uma Sombra em Minha Vida”, “O Céu é de Todos” e “Pecado de Mulher”. Neuza Amaral voltou a morar no Rio de Janeiro e por meio de um amigo comum, foi apresentada ao Boni, que a convidou para trabalhar na TV Globo, protagonizando a novela “A Sombra de Rebecca”. Em seguida, Neuza fez a novela “Sangue e Areia”. Na TV Globo consolidou sua carreira com personagens memoráveis como a primeira grande vilã da televisão (Veridiana Albuquerque Medeiros) de “A Grande Mentira” (que sempre considerou seu maior trabalho em, toda a carreira), a novela foi dirigida por Fábio Sabag e Marlos Andreucci, que morreu dirigindo uma cena, a determinada (Maria Clara Taques) em “Os Ossos do Barão”, que lhe rendeu o “Troféu APCA” de melhor atriz, a sensível (Nara) de “Fogo Sobre Terra”, a austera (Fabiana di Lorenzo) de “Bravo!” , novela na qual, por sugestão própria, se submeteu a uma operação plástica, que foi levada ao ar como sendo uma situação vivida pela personagem, a doce (Emerenciana) em “Cabocla”, a rica e insegura (Bruna) em “Plumas & Paetês” e a divertida (Zefa) em “Paraíso”. Neuza Amaral fez ainda as novelas “Véu de Noiva”, “Irmãos Coragem”, “O Homem que Deve Morrer”, “Selva de Pedra”, “Duas Vidas”, “Estúpido Cupido”, “O Casarão”, “O Pulo do Gato”, “Pecado Rasgado”, “Olhai os Lírios do Campo”, “Ciranda de Pedra”, “Elas Por Elas”, “Voltei Pra Você”, “Louco Amor”, “A Gata Comeu”, “Sinhá Moça”, “Brega & Chique”, “Rainha da Sucata”, “Força de Um Desejo”, “Senhora do Destino”, “Pé na Jaca”, “Páginas da Vida” e “Cobras & Lagartos”, a série “Delegacia de Mulheres” e os episódios “Abuso Sexual”, “Um Mundo Cão” e “A Bomba do Riocentro” da série “Linha Direta”, todas na TV Globo, além de uma participação especial na novela “Tocaia Grande” da TV Manchete. Neuza Amaral estreou na carreira cinematográfica no filme “A Lei do Cão”. Na telona, esteve também nos filmes em “As Duas Faces da Moeda”, “Memórias de um Gigolô", “Rua Descalça”, “Os Machões”, “Tormento”, “Como é Boa Nossa Empregada”, “Café na Cama”, “Obsessão”, “Quem Tem Medo de Lobisomem?”, “Tem Folga na Direção”, “E as Pílulas Falharam”, “Amada Amante”, “Meus Homens, Meus Amores”, “Os Trombadinhas”, “A Pantera Nua”, “A Deusa Negra”, “Pra Frente, Brasil”, “Amor Maldito”, “Dedé Mamata”, “Lua de Cristal” e “O Que é Isso, Companheiro?”. Neuza Amaral foi eleita vereadora na cidade do Rio de Janeiro e se afastou, gradativamente, dos trabalhos na televisão, resumidos a pequenas participações. Neuza Amaral viveu anos no município de Araruama e trabalhou como controladora geral da cultura da cidade. Neuza Amaral lançou os livros “Deixa Comigo” - cuja renda foi revertida para o “Lar de São Francisco”, (asilo de idosos de Araruama) - e ”Isso Eu Vivi”, onde destaca a sua trajetória na TV, as passagens pela política brasileira, a conversão ao judaísmo, a luta pela hemofilia e pelos direitos dos idosos. Neuza Amaral foi casada com Roberto, com o português Manuel e com o polonês Erik Nakonechnyj, um filho, Pylyp Nakonechnyj Neto, adotando o nome Neuza Nakonechnyj. Neuza Amaral deixa dois netos. Neuza Amaral morreu em consequência de uma embolia pulmonar.