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MARCELO REZENDE (65 anos)

ID: h550 Categoria: Jornalistas Date : Sunday 2nd August 2020 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Marcelo Luiz Rezende Fernandes                         

 

(Rio de Janeiro/RJ, 12 de novembro de 1951)               

(São Paulo/SP, 16 de setembro de 2017).

 

Marcelo Rezende foi um jornalista, repórter e apresentador de televisão brasileiro. Rezende integrou programas como Linha Direta”, Cidade Alerta”, Domingo Espetacular”, Fantástico”, Globo Repórter” e Jornal Nacional”. São de sua autoria algumas das reportagens investigativas de maior impacto, exibidas pela TV Globo, como a denúncia das sessões de espancamento e assassinato de moradores da Favela Naval”, em Diadema, por integrantes da ”Polícia Militar de São Paulo". Mesmo não tendo formação acadêmica superior, Rezende se destacou no jornalismo trabalhando nas redações das maiores organizações de mídia do país, como Grupo Globo”, “Record” e Editora Abril”. A descoberta do jornalismo ocorreu de forma inusitada para o jovem carioca de classe média baixa que não queria estudar e que virou hippie numa colônia na Bahia, onde passou a vender artesanato pra sobreviver. Marcelo, matriculado em um curso técnico de mecânica, foi visitar a redação do Jornal dos Sports” no Rio de Janeiro, com o primo Merival Júlio Lopes, que trabalhava lá. No local, se ofereceu para ajudar um senhor que datilografava uma relação de clubes de várzea. Ele era diretor do jornal, que convidou Marcelo para estagiar. No “Jornal dos Sports”, Rezende ficou dois anos. "Volta para a mecânica, você não leva o menor jeito para ser jornalista, não presta atenção em nada", disse seu chefe. De muitas amizades, Marcelo conseguiu rapidamente um emprego, na Rádio Globo”, tendo sido logo depois, convidado para trabalhar como copidesque no jornal O Globo”. Ali, Marcelo Rezende teve a oportunidade de se aproximar do ídolo Nélson Rodrigues e trabalhar com o colega Tim Lopes. Depois de sete anos em “O Globo”, Rezende foi convidado para uma das mais importantes publicações da área de esportes, a revista paulistana Placar” da Editora Abril”. Por oito anos e meio naquela redação, Rezende foi repórter, editor e chefe da sucursal no Rio de Janeiro. Rezende cobriu a "Seleção Brasileira" em duas Copas do Mundo”, além dos Jogos Olímpicos” e os títulos mundiais de "Flamengo" e "Grêmio". Ainda em “Placar”, ele participou da reportagem que apurou escândalos na “Loteria Esportiva”. Registro raro é sua participação no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, onde Ayrton Senna era o entrevistado e Rezende, um dos entrevistadores convidados. Marcelo Rezende chegou à televisão, na área de esportes da TV Globo. Cobriu os clubes do Rio de Janeiro e participou das transmissões dos jogos, por exemplo, da Copa América, na equipe de Galvão Bueno e Chico Anysio. A diretora-executiva de jornalismo Alice-Maria e o diretor-geral, Armando Nogueira, tinham outros planos e ele foi transferido para a editoria geral. A primeira cobertura policial foi o assassinato de um dos empresários mais ricos do Rio, José Carlos Nogueira Diniz Filho. Foi onde o instinto investigativo de repórter apareceu. Mas continuou na geral, fazendo fontes. Marcelo Rezende participou da transmissão do festival de música Rock in Rio”, fez reportagem sobre a primeira rede de telefonia celular do Brasil e participou da cobertura do funeral de Ayrton Senna, em São Paulo. Seu pai era diretor de uma unidade para menores infratores e depois se tornou coordenador de uma escola, que era chamada de serviço assistencial ao menor. Foi nesse ambiente e convívio social que se apresentaria em reportagens investigativas e coberturas jornalísticas: a prisão dos sequestradores do empresário Roberto Medina, a busca ao paradeiro de P. C. Farias, o crescimento e as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST”, a indústria da pirataria fonográfica chinesa e a corrupção na “Confederação Brasileira de Futebol - CBF”. Marcelo Rezende fez uma participação póstuma em “Verão 90”. A novela da TV Globo colocou no ar o trecho de uma reportagem sobre os arrastões nas praias do Rio de Janeiro feita pelo jornalista.  O caso dos dez policiais flagrados por cinegrafista amador torturando e atirando em pessoas durante operações na Favela Naval, em Diadema, SP, virou um marco em sua carreira. A TV Globo descreve no site Memória Globo que a reportagem, (pelo seu impacto e repercussão [inclusive internacional] entraria para a história da Globo e do jornalismo brasileiro). A reportagem foi transmitida no “Jornal Nacional”, com a advertência do apresentador William Bonner ao público das cenas que seriam mostradas. Após a reportagem de Rezende foi lido um editorial da emissora. Do recebimento da fita a exibição, Marcelo Rezende levou cinco dias confirmando a veracidade da história. Ele montou uma equipe com treze profissionais, que o ajudaram nas investigações. Rezende e sua equipe de reportagem também descobriu que, nos meses que antecederam o caso, dezenas de denúncias já haviam sido encaminhadas às autoridades que não tomaram nenhuma providência. O caso “Favela Naval é considerado um divisor de águas na questão dos direitos humanos no Brasil, que passou a ser disciplina obrigatória para formação de policiais, além da criação pelo Governo Federal da “Secretaria Nacional dos Direitos Humanos”. No programa Linha Direta”, em horário nobre da TV Globo, Rezende iniciou seu percurso como apresentador, sendo um dos criadores da nova versão do programa. Ele permaneceu na função apenas na primeira temporada. O programa de suspense e mistério tinha oficialmente o objetivo de combater a impunidade ao destacar casos que tivessem transitado na justiça e sido julgados, com condenados foragidos, e por meio das simulações de crimes dramatizados por atores, com base no inquérito, no processo e no depoimento de amigos e familiares. O jornalista trabalhou sete meses montando uma equipe de cinquenta profissionais, entre os quais vinte jornalistas e contou com o apoio do centro de documentação da emissora e da Central Globo de Produção, na responsabilidade do diretor Roberto Talma. Linha Direta” foi um grande sucesso, com dezenas de denúncias diárias para a emissora e autoridades contra criminosos procurados pela justiça por crimes de assassinato, estupro e sequestro. Meses antes da estreia, uma espécie de "piloto" (programa teste) do “Linha Direta” foi exibido no “Fantástico”, com uma entrevista exclusiva do "Maníaco do Parque", com trilha de suspense e análises de psicólogos e até astrólogos. Na TV Bandeirantes, Rezende apresentou o “Tribunal na TV”, semelhante ao “Linha Direta” (que, com a saída de Marcelo Rezende, passou a ser apresentado pelo jornalista Domingos Meirelles), por causa das dramatizações de histórias, mas desta vez somente do ponto de vista do judiciário - o cenário era similar a um tribunal e não tinha o objetivo de encontrar fugitivos. Depois de deixar a TV Globo, Marcelo Rezende passou por três emissoras, TV Record, TV Bandeirantes e Rede TV, onde apresentou o telejornal RedeTV! News - ficou por dois anos como apresentador do formato mais tradicional de telejornalismo. No “Cidade Alerta”, da TV Record, ele conseguiu se manter na TV e se popularizar até entre jovens com bordões como "Corta Pra Mim!" e "Bota Exclusivo, Minha Filha, Dá Trabalho Pra Fazer?". Por reestruturação na programação da TV Record, a primeira passagem dele pelo programa foi curta. A segunda iniciou, ao lado do colega comentarista de segurança Percival de Souza, ele deu um novo tom ao formato, inédito nesse tipo de programa de rede nacional: intercalou as notícias de violência cotidiana com falas irônicas e brincadeiras com integrantes do programa, inclusive dos bastidores. A iniciativa é justificada pela longa duração na programação da TV Record - a transmissão chegou a ter quase quatro horas diárias. Fundamental na estratégia de audiência do canal para o fim de tarde e começo da noite, o novo formato do “Cidade Alerta” alcançou altos índices de audiência, sempre com dois dígitos de pontos no Ibope”. Destacada foi a apresentação de Marcelo Rezende na cobertura da histórica onda de protestos pelo país que aconteciam no horário em que o programa era exibido. A adrenalina do "ao vivo" diário atrelada à forte personalidade do jornalista o fez soltar declarações polêmicas no ar, demonstrar apoio às manifestações populares, ser contra a reforma previdenciária do governo Temer e ser favorável à pena de morte para crimes graves e à diminuição da maioridade penal. Marcelo Rezende foi pai de Diego, Patrícia, Marcela, Carolina e Valentina - cada um de uma mãe diferente. Marcelo Rezende foi casado durante dezenove anos. Marcelo tinha duas netas, um irmão não biológico e uma prima como colega de trabalho, a repórter Adriana Rezende, da Record TV Rio. Marcelo afirmava crer em Deus, mas sem filiação religiosa. Marcelo Rezende precisou ser internado no Hospital Albert Einstein” devido a fortes dores abdominais. Isto gerou especulações sobre o seu estado de saúde, uma vez que não foram divulgados boletins médicos. A TV Record exibiu uma entrevista de Rezende para o programa “Domingo Espetacular” ao repórter Raul Dias Filho em que revelou o diagnóstico, semanas antes, de câncer pancreático com metástase no fígado. Marcelo Rezende demonstrou fé, pediu energia do público e anunciou o seu afastamento temporário do trabalho para fazer o tratamento. Desde então, e como forma de combater notícias falsas na internet sobre seu estado de saúde, ele utilizava suas redes sociais para divulgar vídeos informando sobre sua luta contra a doença, como quando declarou fazer um retiro espiritual. Marcelo Rezende morreu de falência de múltiplos órgãos em decorrência de complicações do câncer de pâncreas.

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