Luís José Lima da Silva                    

(Lisboa/PORTUGAL, 27 de julho de 1925)                      

(Rio de Janeiro/RJ, 27 de agosto de 2002).

Luís de Lima foi um ator e diretor português radicado no Brasil. Sua especialização em mímica conferiu ao seu trabalho de ator uma elaborada linguagem gestual, que se projetou principalmente em textos de Eugène Ionesco, autor francês ligado ao teatro do absurdo, do qual, Luís é introdutor no Brasil. Depois de fazer sua formação técnica no “Conservatório Nacional de Teatro de Lisboa”, Luís de Lima foi para Paris, onde estudou no “Conservatório Nacional de Arte Dramática” e na “Escola de Mímica Etienne Decroux”, trabalhando também em sua companhia, além de cursar a disciplina de estética na “Faculdade de Letras da Sorbonne”. Luís de Lima trabalhou como mímico com Marcel Marceau e se apresentou em turnê na Europa e nos Estados Unidos. Ao chegar ao Brasil mostrou seu trabalho em “O Escriturário”, solo de mimodrama escrito, dirigido e interpretado por ele, recebendo o “Prêmio Governador do Estado” pela direção. Luís de Lima recebeu o “Prêmio Saci” pela direção de “A Descoberta do Mundo” de Morvan Loebesque. Luís funda a “Companhia Mímica Profissional” no “Teatro Maison de France” no Rio de Janeiro. Luís de Lima permaneceu no universo da mímica de pequenos quadros até quando encenou o “Espetáculo Ionesco” reunindo “A Lição” e “A Cantora Careca” dois textos curtos do dramaturgo que Luís de Lima traduziu, adaptou, interpretou e dirigiu. Seu desempenho na personagem do (Professor) da primeira peça lhe valeu a medalha de ouro da “Associação Brasileira de Críticos Teatrais - ABCT”. Luís de Lima retomou a obra de Ionesco abordada sob o ângulo da mímica, com a montagem de “As Cadeiras” e “A Lição”. Mais tarde, de volta a Lisboa, onde testou sua técnica com a dramaturgia de Samuel Beckett em “Ato Sem Palavras” e “A Última Gravação”. De volta ao Brasil apresentou durante dois anos no “Teatro Maria Della Costa”, “Armadilha Para Um Homem Só” de Robert Thomas. Luís de Lima estreia “Oito Mulheres” de Robert Thomas, dirigindo um elenco de atrizes de primeira linha, Dulcina de Moraes, Maria Fernanda, Margarida Rey, Iracema de Alencar, Jurema Magalhães, Alzira Cunha, Suely Franco e  Sônia de Moraes. Luís de Lima elaborou com Domingos Mascarenhas um roteiro composto de fragmentos de Gil Vicente, Martins Pena, Antônio José da Silva, Ariano Suassuna e Bertolt Brecht intitulado “Mestre Gil Quinhentão”. Luís de Lima  recebeu o “Prêmio Ibeu” pela produção, tradução e direção de “O Preço” de Arthur Miller. Luís  atuou em “Casa de Bonecas” de Henrik Ibsen, com direção de Cecil Thiré e fez “A Gaivota” de Anton Tchekhov, na magnífica encenação de Jorge Lavelli, produzida pela “Companhia Tereza Raquel”. Luís de Lima adaptou o texto "Liberdade, Liberdade” do “Grupo Opinião”  para viajar para Lisboa. Luís de Lima trabalhou como ator na versão de Millôr Fernandes para o original de Carlo Goldoni, “Arlequim, Servidor de Dois Amos” que é rebatizada para “Vivaldino, Criado de Dois Patrões”. Luís de Lima atua em “Os Veranistas” de Máximo Gorki com direção de  Sérgio Britto  no “Teatro dos Quatro” e sob a direção de Adolfo Celi trabalhou em “Teu Nome é Mulher” de Marcel Mithois. Em Lisboa, assinou a direção de “Os Filhos do Sol” de Máximo Gorki.  Luís de Lima voltou a dirigir, desta vez um texto do polonês Slawomir Mrozek, “Os Polícias”. Depois de atuar, entre outras montagens, em “Senhorita de Tacna” de Mario Vargas Llosa mais uma encenação de Sérgio Britto e “O Suicídio” de Nikolai Erdman, dirigido por Paulo Mamede, Luís de Lima volta à mímica e ao dramaturgo Eugène Ionesco com “A Lição” e “A Cantora Careca” e recebe o “Golfinho de Ouro” de personalidade do teatro. Em Quebec, no Canadá,  Luís de Lima dirige “A Aurora de Minha Vida” traduzindo para o francês o texto de Naum Alves de Souza. Encena “Machado em Cena - Um Sarau Carioca” coletânea de textos do escritor. Em “Um Equilíbrio Delicado” de Edward Albee com direção de Eduardo Wotzik, dividindo o palco com Walmor Chagas e Tônia Carrero. Luís de Lima também tem atuação representativa no movimento político da classe teatral, dirigindo o "Sindicato dos Artistas e Técnicos" - (SATED). Luís de Lima era casado com Maria Luiza Splendore e tinha um filho, o ator Luis Felipe de Lima. Na TV, trabalhou em novelas como “Esperança” e “Irmãos Coragem” e na minissérie “Os Maias” todas na TV Globo e nas novelas “A História de Ana Raio e Zé Trovão”, “Corpo Santo” e na minissérie “Marquesa de Santos” na TV Manchete. Seu último filme foi “Copacabana” de Carla Camuratti. Luís de Lima morreu devido a um edema pulmonar e pressão alta agravada por uma cardiopatia.