Lélia Abramo                       

(São Paulo/SP, 08 de fevereiro de 1911)               

(São Paulo/SP, 11 de abril de 2004).

Lélia Abramo foi uma importante atriz, jornalista, escritora e militante brasileira. Filha dos imigrantes italianos, Afra Iole Scarmagnan, natural de Monselice, província de Pádua e de Vincenzo Abramo, nascido em Torraca, província de Salerno. Lélia viveu na Itália, tendo sofrido as privações da "Segunda Guerra Mundial". Junto aos seus irmãos, o artista plástico Lívio Abramo, Beatriz Abramo e os jornalistas Athos Abramo, Fúlvio Abramo e Cláudio Abramo, faz parte de uma família que teve grande presença na história brasileira, tanto na militância política como na arte. Sua mãe Afra Iole era filha de Bortolo (Bartolomeu) Scarmagnan, militante anarco-sindicalista e organizador da greve geral em São Paulo no início do século vinte. Lélia participou dos primeiros momentos de fundação da "Oposição de Esquerda" no Brasil, sempre se assumindo como uma simpatizante do trotskismo junto com Mário Pedrosa. Eduardo Maffei, militante comunista registrou participação de Lélia na “Frente Única Antifascista” trocando tiros com os integralistas na Praça da Sé. Em suas memórias Lélia afirma ter apenas portado "pedaços de pau". Lélia  foi militante e fundadora do "Partido dos Trabalhadores - (PT)", com Mário Pedrosa, Manuel da Conceição, Sérgio Buarque de Holanda, Moacir Gadotti e Apolônio de Carvalho. Lélia Abramo foi uma personalidade presente em diversos momentos da vida política brasileira, como as “Diretas Já”. Lélia Abramo participou das novelas “A Muralha”, “Gente Como a Gente”, “João Pão”, “Prisioneiro de um Sonho”, “Os Quatro Filhos”, “Um Rosto Perdido”, “Calúnia”, “Redenção”, ”Paixão Proibida”, “O Terceiro Pecado”, “Dez Vidas”, “As Bruxas”, “O Meu Pé de Laranja Lima”, “Nossa Filha Gabriela”, “Na Idade do Lobo”, “Uma Rosa Com Amor”, “Os Ossos do Barão”, “Um Dia, o Amor”, "O Julgamento”, “Pai Herói”, “Pão, Pão, Beijo, Beijo”, “Mania de Querer”, “Fronteiras do Desconhecido” e ”A História de Ana Raio e Zé Trovão” e das minisséries “Avenida Paulista” e “O Tempo e o Vento”, dos filmes “Cidade Ameaçada”, “Vereda de Salvação”,  “O Anjo Assassino”, “O Caso dos Irmãos Naves”, “O Quarto”, “Beto Rockfeller”, “Cleo e Daniel”, “Joanna Francesa”, “O Comprador de Fazendas”, “Maldita Coincidência”, “Eles Não Usam Black-Tie”, “Janete”, “Manôushe” e “Mil e Uma” e de vinte e três montagens de peças teatrais importantes como  “Gente Como a Gente”, “Mãe Coragem e Seus Filhos”, “Romeu e Julieta” tendo convivido com grandes nomes do teatro paulista, como Gianni Ratto e Gianfrancesco Guarnieri, com quem estreou nos palcos em “Eles Não Usam Black-Tie”. Na TV, Lélia Abramo é lembrada pela matriarca (Januária Brandão) de “Pai Herói”, por (Mama Vitória) em “Pão Pão, Beijo, Beijo” e pela (Bibiana) na minissérie “O Tempo e o Vento”. Sua militância política custou-lhe a carreira televisiva, pois passou a ser ignorada pela TV Globo em razão de ter assumido a presidência do "Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões" do Estado de São Paulo. Esta eleição ganhou as principais páginas dos jornais paulistas da época, apesar da intensa censura, tendo como seus companheiros de diretoria Renato Consorte, Dulce Muniz, Cláudio Mamberti e Robson Camargo entre outros. A editora da “Fundação Perseu Abramo” lançou sua autobiografia intitulada “Vida e Arte - Memórias de Lélia Abramo”.  Lélia Abramo, assim como alguns de seus irmãos era formada em jornalismo. Lélia morreu de embolia pulmonar.