Jurema Gonçalves Penna
(Alcobaça/BA, 08 de dezembro de 1927)
(Salvador/BA, 20 de setembro de 2001).
Jurema Penna foi um atriz e autora brasileira. Jurema foi atriz de personagens importantes nas novelas “Irmãos Coragem”, “O Homem que Deve Morrer”, “Selva de Pedra” e nas minisséries “Lampião e Maria Bonita” e “Tereza Batista”. Jurema Penna dedicou meio século de sua vida à arte de representar e se despediu dos palcos magoada com os diretores teatrais de Salvador. Deixou isso claro ao registrar seu depoimento no programa do espetáculo “Os Fuzis da Senhora Carrar”, o último de sua carreira, sob direção da jovem artista Cecília Raiffer. Até entrar em cena para protagonizar a peça a veterana atriz não recebia mais convites para trabalhar. Sentia-se esquecida. A atriz estreou discretamente nos palcos, interpretando um garoto guia de cego na montagem “Auto da Graça e Glória da Bahia”. Jurema sempre cultivou um carinho especial por Janete Clair e Dias Gomes, casal expoente da teledramaturgia nacional. Durante anos, chegou a ser secretária especial de Janete que a escalou para alguns trabalhos na televisão, entre os quais o sucesso global “Irmãos Coragem”, onde atuou na pele da personagem (Indaiá), a mãe da índia (Potira) feita pela atriz Lúcia Alves. No cinema, a atriz fez “Jubiabá” e “Mandacaru Vermelho”, filmes dirigidos por Nelson Pereira dos Santos. Afastada dos palcos baianos, Jurema Penna desenvolveu, com apoio da “Fundação Cultural do Estado”, o projeto “Chapéu de Palha”, viajando pelo interior do estado para mostrar às pessoas as variadas manifestações artísticas da Bahia. O teatro popular lhe encantava tanto que ela chegou a enveredar pela dramaturgia, escrevendo peças como “Yemanjá” e “Bonequeiro Vitalino”. Pouco antes de morrer, ela chorou no palco do “ICBA” vivendo a (Senhora Carrar). Para a atriz, teatro sempre foi uma séria brincadeira de criança. Jurema Penna morreu em consequência de um derrame cerebral e infecção urinária.