Jardel Frederico de Bôscoli Filho       

(São Paulo/SP, 24 de julho de 1927)            

(São Paulo/SP, 19 de fevereiro de 1983).

Jardel Filho foi um ator brasileiro. A arte de representar, em todas as suas facetas, esteve presente na vida de Jardel Filho todos os dias, do primeiro ao último. Nascido em família tradicional de artistas, seu pai foi o empresário teatral Jardel Jercolis e sua mãe a atriz Lodia Bôscoli, tendo seu parto acontecido em São Paulo durante uma temporada artística da companhia paterna naquela cidade. Por dificuldades financeiras, sua mãe ficou mais de um mês na maternidade até que houvesse como pagar o parto e retornar ao Rio de Janeiro. Na adolescência, Jardel tentou a carreira militar, mas o chamado do palco acabou por levá-lo ao teatro, onde estreou na “Companhia Dulcina & Odilon” trabalhando  com Bibi Ferreira e Henriette Morineau. Com a peça “Jezebel”, Jardel ganhou medalha de ouro da "Associação Brasileira dos Críticos de Teatro" -  ABCT. Sua primeira experiência de uma longa carreira cinematográfica - que como a de muitos seus colegas se desenvolveu paralela à televisão - foi em “Dominó Negro”. Jardel Filho trabalhou na “Companhia Cinematográfica Vera Cruz” para a qual fez alguns filmes. Jardel Filho fez os filmes “Toda a Vida em Quinze Minutos”, “Santa de um Louco”, “Uma Pulga na Balança”, “Paixão Tempestuosa” , “Sonho de Outono”, “Leonora dos Sete Mares”,  “Meus Amores no Rio”, “Moral em Concordata” , “Cidade Ameaçada”, “Esse Rio que Eu Amo”, “Carnaval do Crime”, “Buscando a Mônica” , “Setenta Vezes Sete”, “Barcos de Papel”, “Crônica da Cidade Amada”, “22-2000 Cidade Aberta”, “Paraíba, Vida e Morte de um Bandido”, “Terra em Transe”, “As Três Mulheres de Casanova”, “O Homem que Comprou o Mundo”, “Antes, o Verão”, “Macunaíma”, “A Um Pulo da Morte”, “Sete Homens Vivos ou Mortos”, “Os Devassos”, “Roleta Russa”, “A Viúva Virgem”, “Tangarela, a Tanga de Cristal”, “A Menor Violentada”, “A Batalha dos Guararapes”, “O Bom Burguês”, “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, “Rio Babilônia” e “O Segredo da Múmia”. “O Bom Burguês” de Oswaldo Caldeira e “Rio Babilônia” de Neville D'Almeida que foi o trabalho que estreou depois da morte do ator. Versátil, Jardel Filho trabalhou muito em televisão, onde atuou no seriado “22-2000 Cidade Alerta” e nas novelas “O Acusador”, “Ana”, “A Ponte dos Suspiros”, “Verão Vermelho”, “Assim na Terra Como no Céu”, “O Homem Que Deve Morrer”, “O Bofe”, “O Bem Amado”, “Fogo Sobre Terra”, “O Espantalho”, “Sinal de Alerta”, “Memórias de Amor”, “Olhai os Lírios no Campo”, Coração Alado” e “Brilhante”. Jardel Filho morreu em plena atividade quando gravava os últimos vinte capítulos da novela "Sol de Verão" de Manoel Carlos, na TV Globo, fazendo com que o fim do folhetim fosse antecipado. Seu personagem (Heitor) saiu da trama numa viagem repentina. Jardel Filho foi homenageado no ano de seu falecimento pelo então governador Chagas Freitas que batizou o recém-construído viaduto da Rua Soares Cabral com seu nome. Jardel Filho foi casado com a empresária Maria Augusta Nielsen, com a espanhola Aurora Bréa (mãe da atriz Sandra Bréa), com as atrizes Márcia de Windsor, Glauce Rocha e Myriam Pérsia e deixou duas filhas, a também atriz Tânia Bôscoli (filha dele com Myriam Pérsia) e a produtora Adriana de Bôscoli, filha de Beth Lopez Drummond Marins, sua última esposa, deixando como netos José Maria e Frederico de Bôscoli. Jardel Filho era sobrinho-neto da compositora Chiquinha Gonzaga, sobrinho da teatróloga Geysa de Bôscoli e primo do radialista Heber de Bôscoli  e do compositor Ronaldo Bôscoli. Jardel Filho morreu em sua casa, de um ataque cardíaco fulminante.