Hugo Carvana de Hollanda
(Rio de Janeiro/RJ, 04 de junho de 1937)
(Rio de Janeiro/RJ, 04 de outubro de 2014).
Hugo Carvana foi um ator, diretor, produtor e roteirista de cinema e televisão brasileiro. Hugo Carvana nasceu no subúrbio da zona norte do Rio de Janeiro, mais especificamente em Lins de Vasconcelos, filho de uma costureira e de um comandante da “Marinha Mercante”. O ator se tornou conhecido do grande público na televisão interpretando personagens notáveis, como o jornalista (Valdomiro Pena) do seriado “Plantão de Polícia” ou o empresário (Lineu Vasconcelos) da novela “Celebridade”. Foram, ao todo, mais de vinte novelas, “Cuca Legal”, “Gabriela”, “Corpo a Corpo”, “De Quina Pra Lua”, “Roda de Fogo”, “Gente Fina”, “O Dono do Mundo”, “De Corpo e Alma”, “Fera Ferida”, “Cara e Coroa”, “Corpo Dourado”, “Andando nas Nuvens”, “Um Anjo Caiu do Céu”, “Porto dos Milagres”, “Desejo de Mulher”, “Como Uma Onda”, “Paraíso Tropical”, “Três Irmãs”, “Malhação” e “Insensato Coração”, sete minisséries: “Quem Ama Não Mata”, “As Noivas de Copacabana”, “Agosto”, “Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados”, “Chiquinha Gonzaga”, “JK” e “O Brado Retumbante”, os seriados: “Casos e Acasos”, “Guerra e Paz” e “Na Forma da Lei” e um humorístico “O Belo e as Feras”, este protagonizado por Chico Anysio. Carvana, porém, jamais escondeu sua paixão pelo cinema. De fato, foi no cinema em que teve início sua gloriosa carreira - com apenas dezoito anos de idade estreou nas telas como coadjuvante na comédia “Trabalhou Bem, Genival” de Luiz de Barros - e foi na tela grande, também, que o artista fez sua última aparição com uma passagem rápida no filme coletivo “Rio, Eu Te Amo” em que dividiu a cena com Fernanda Montenegro no episódio “Dona Fulana” dirigido por Andrucha Waddington. Hugo Carvana trabalhou em mais de cem filmes, desde a época em que começou, participando de algumas produções como figurante nas chanchadas da “Atlântida”. Passando por seu primeiro papel de destaque em “Esse Rio que Eu Amo” atuando ao lado de Agildo Ribeiro e Tônia Carrero. A filmografia inclui ainda “Contrabando”, “Tudo é Música”, “Os Fuzis”, “A Falecida”, “Crime de Amor”, “Desafio”, “A Grande Cidade”, “Terra em Transe”, “O Engano”, “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, “O Homem que Comprou o Mundo”, “A Vida Provisória”, “O Verão”, “Como Vai, Vai Bem?”, “Jardim de Guerra”, “O Bravo Guerreiro”, “O Homem e Sua Jaula”, “Macunaíma”, “O Anjo Nasceu”, “Os Herdeiros”, “Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite”, “Tempo de Violência”, “O Leão de Sete Cabeças”, “O Capitão Bandeira Contra o Dr. Moura Brasil”, “Pindorama”, “O Rei dos Milagres”, “Procura-se Uma Virgem”, “Quando o Carnaval Chegar”, “Amor, Carnaval e Sonhos”, “Câncer”, “Tati, a Garota”, “Toda Nudez Será Castigada”, “Vai Trabalhar, Vagabundo”, “Ipanema, Adeus”, “A Nudez de Alessandra”, “A Queda”, “Gordos e Magros”, “Anchieta, José do Brasil”, “Tenda dos Milagres”, “Mar de Rosas”, “Se Segura, Malandro”, “Bar Esperança, o Último que Fecha”, Águia na Cabeça”, “Bete Balanço”, ”Avaeté - Semente da Vingança”, “Leila Diniz”, “Boca de Ouro”, “Assim na Tela Como no Céu”, “Vai Trabalhar, Vagabundo II - A Volta”, “O Homem Nu”, “Mauá - O Imperador do Rei”, “Sonhos Tropicais”, “Apolônio Brasil - O Campeão da Alegria”, “Deus é Brasileiro”, “Mais Uma Vez Amor”, “Achados e Perdidos”, “O Maior Amor do Mundo”, “Casa da Mãe Joana”, “Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos”, “5x Favela - Agora por Nós Mesmos”, “Não se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!” e “Giovanni Improtta”. Hugo Carvana dirigiu os filmes “Vai Trabalhar, Vagabundo”, “Se Segura, Malandro”, “Bar Esperança, o Último que Fecha”, “Vai Trabalhar, Vagabundo II - A Volta”, “O Homem Nu”, “Apolônio Brasil - O Campeão da Alegria”, “Casada Mãe Joana”, “Não se Preocupe, Nada Vai Dar Certo” e “Casa da Mãe Joana 2”. Carvana fez parte do movimento do “Cinema Novo”. Além disso, atuou também no “Teatro de Arena” de São Paulo, no “Teatro Nacional de Comédia” e no “Grupo Opinião”. Carvana estreou em novelas convidado pelo diretor Daniel Filho, com quem já havia trabalhado em alguns filmes. Em vários filmes interpretou a imagem do malandro carioca. O ator também foi um diretor subestimado no cinema nacional devido ao uso abundante de tomadas externas e em locais públicos (trens, ônibus, praças, ruas etc.), mostrando o trabalhador, o pobre na sua condição mais crua, muitas vezes até atuando diretamente com o público, que aparece como é, sem a necessidade de figurantes, o que nos deixa ter uma ótima noção dos costumes do Rio de Janeiro da época. Nos seus filmes iniciais, ele expunha o cotidiano do carioca, abria espaço para uma crítica mais concreta, principalmente em seu segundo filme “Se Segura, Malandro”, que foi rodado no governo Geisel. Carvana era casado com a jornalista Martha Alencar e pai de Pedro, Maria Clara, Júlio e Rita. Hugo Carvana morreu em consequência de câncer de pulmão. Anos antes, Carvana descobriu a mesma doença no mesmo órgão, mas havia se recuperado.