Francisco Ferreira Milani
(São Paulo/SP, 19 de novembro de 1936)
(Rio de Janeiro/RJ, 13 de agosto de 2005).
Francisco Milani foi um ator, dublador, humorista e político brasileiro. Milani era filho do ator Carlo Milani. Milani começou a trabalhar aos treze anos, numa rádio do interior paulista. Francisco Milani entrou para a TV através da TV Tupi, onde atuou nos teleteatros do “TV Comédia” e do “TV de Vanguarda”. Milani participou ativamente do “Centro Popular de Cultura (CPC)”, da “União Nacional dos Estudantes (UNE)” a convite do dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, um de seus fundadores. Na época, já tinha participado do filme “Crime no Sacopã” de Roberto Pires. Francisco Milani presenciaria a invasão e o incêndio do (CPC) na época do golpe militar. Francisco Milani atuou no filme “Terra em Transe” de Gláuber Rocha, considerado um clássico do “Cinema Novo”. Em seguida foi obrigado a se afastar do universo artístico após o endurecimento do regime militar. Nesse período, chegou a trabalhar como caminhoneiro, sob o nome de Romeu. Voltou para a televisão, na TV Globo, onde foi escalado para atuar em três novelas de Janete Clair. “Irmãos Coragem”, “O Homem que Deve Morrer” e “Selva de Pedra“. Francisco Milani atuou também na novela “Cavalo de Aço” de Walther Negrão. Francisco Milani exerceu a função de dublador, emprestando a voz a atores como Paul Newman, Robert Redford e Charles Bronson. Na função, Francisco participou das versões brasileiras de produções como o filme “Urso de Cabelo Duro”, desenhos animados da “Hanna Barbera” e o seriado “Magnum” de Donald Bellisario e Glen A. Larson. Milani integrou o elenco de duas novelas da TV Tupi, “Aritana” de Edison Braga e Luiz Gallon e “Roda de Fogo” de Henrique Martins e Atílio Riccó. Ainda naquela emissora fez “Gaivotas” de Antônio Abujamra e Henrique Martins. Francisco Milani deu sequência à carreira no cinema, atuando em filmes como “O Último Malandro” de Miguel Borges e “Eles Não Usam Black-Tie”, texto do dramaturgo e também ator Gianfrancesco Guarnieri. Francisco Milani fez os filmes "O Último Malandro", "Pecado na Sacristia", "O Padre que Queria Casar" e "Essa Mulher é Minha". Francisco Milani voltou a trabalhar na Globo. Na ocasião, ganhou um papel em “Romeu e Julieta”, episódio do programa “Caso Especial” adaptado por Walter George Dürst da peça de William Shakespeare. Milani atuou, ainda, nas novelas “Brilhante” de Gilberto Braga, “Barriga de Aluguel” de Gloria Perez, “Elas por Elas” e “Champagne” ambas de Cassiano Gabus Mendes e em “Vamp” de Antônio Calmon. Milani participou das minisséries famosas, “Bandidos da Falange” de Aguinaldo Silva, “Anos Rebeldes” de Gilberto Braga na qual interpretou o funcionário de um órgão de repressão e “Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados” adaptação de Leopoldo Serran da obra de Nélson Rodrigues, fez o (Jairo) em “Aquarela do Brasil” de Lauro César Muniz. Milani esteve em vários episódios do “Você Decide”. Chegou a trabalhar no “Fantástico”, como narrador, outra vertente importante na sua carreira. Seu maior êxito profissional talvez tenha sido na comédia, inclusive, na direção de programas famosos da TV Globo, como o “Viva o Gordo” e o “Chico Anysio Show”. Francisco Milani interpretou o chefe da personagem (Zelda Scott) de Andréa Beltrão no seriado da TV Globo, “Armação Ilimitada” que fez enorme sucesso e Milani renovar seu público, já que o seriado era feito especialmente para os jovens. Milani voltou a participar de diversos humorísticos da emissora, agora como ator, na “Escolinha do Professor Raimundo” era o advogado (Pedro Pedreira), em “Zorra Total” foi o mal-humorado (Seu Saraiva). Milani participou também do programa “Casseta & Planeta, Urgente!”. Francisco Milani fez algumas incursões no teatro. Em duas oportunidades, inclusive, sob a direção de seu filho, o diretor Carlos Milani, nas peças “Estranhos Casais” de Chico Anysio e em “Bodas de Papel”, espetáculo assinado pela autora Maria Adelaide Amaral. Com uma participação ativa na política, inclusive na esfera partidária, foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo “Partido Comunista Brasileiro” (PCB). No cargo, foi o autor da lei que criou a “Riofilme”, empresa municipal de incentivo ao cinema. Na gestão do prefeito Saturnino Braga, foi presidente do “Instituto Municipal de Arte e Cultura” (Rioarte), participou das eleições municipais cariocas como candidato a vice-prefeito, na chapa liderada pela ex-governadora Benedita da Silva. Entre seus últimos trabalhos, Francisco Milani fez a narração em off da minissérie “O Quinto dos Infernos” de Carlos Lombardi e atuou no seriado “A Grande Família” como o tio (Juvenal), irmão do seu (Flô) que era interpretado pelo ator Rogério Cardoso, falecido pouco antes. No cinema, atuou no filme “O Coronel e o Lobisomem” dirigido por Maurício Farias. Milani não chegou a assistir ao seu último trabalho no cinema, o longa metragem “Irma Vap - O Retorno” de Carla Camurati. O ator teve três filhos e foi casado duas vezes, uma delas com a também atriz Joana Fomm. Francisco Milani morreu após sofrer complicações decorrentes de um câncer.