Carlos Eduardo da Corte Imperial
(Cachoeiro do Itapemirim/ES, 24 de novembro de 1935)
(Rio de Janeiro/RJ, 04 de novembro de 1992).
Carlos Imperial foi um político, ator, compositor, cineasta, apresentador de televisão, pianista, jornalista, diretor de teatro, produtor artístico e personalidade do show business brasileiro. Envolvido no lançamento das carreiras de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Elis Regina, Wilson Simonal, Clara Nunes e inúmeros outros artistas. A estreia como ator foi no cinema, no filme "Canjeré". Carlos Imperial participou ainda dos filmes "Asfalto Selvagem", "A Noiva da Cidade", "A Viúva Virgem" e "Banana Mecânica". Carlos Imperial é assistente de direção de J. B. Tanko em alguns filmes. Carlos Imperial fundou o “Clube da Pilantragem” com Jece Valadão, Rui Guerra e Hugo Carvana e depois criou o “Clube dos Machões” em contraponto ao movimento feminista. As atividades de Imperial incluem a produção de filmes e peças de teatro, participação em programas de televisão, atuação em filmes e autoria de músicas de sucesso como "A Praça" e "Vem Quente que Eu Estou Fervendo". Nas notas da biografia póstuma “Dez! Nota Dez! - Eu Sou Carlos Imperial”, Denílson Monteiro afirma que "a cena cultural brasileira seria muito diferente se não fosse Carlos Imperial", acrescentando que "ele foi presença constante na música, no cinema, no teatro, na TV, nos jornais e revistas e até na política (foi vereador pelo Rio de Janeiro)". Dono de personalidade polêmica, Carlos Imperial se autodeclarava "rei da pilantragem" e tornou-se célebre por seu estilo de vida irreverente e libertino marcado por incontáveis casos amorosos. Carlos Imperial gostava de causar polêmica e inventar situações que seriam destaque na mídia. Pouco antes da estreia de seu filme “As Delícias do Sexo” teve a ideia de criar a “Liga da Moral e da Decência”. Imperial mandou alugar duas Kombis, nas quais colocou vinte senhoras, que foram para a porta do cine Vitória, no Rio de Janeiro, protestar com cartazes contra a estreia daquele filme repleto de imoralidades. Além disso, arranjou um jovem negro anatomicamente privilegiado, para correr nu no meio da primeira exibição e causar alvoroço na plateia. Na mesma hora, o rebuliço foi noticiado nas rádios. As pessoas ouviam e iam ao cinema para conferir o tal filme mais ousado que "O Império dos Sentidos". O resultado foi um grande sucesso de bilheteria. Foi graças a Imperial que Roberto Carlos – assim como ele, também capixaba de Cachoeiro de Itapemirim - gravou seu primeiro disco. Na época, o apresentador Chacrinha conseguiu contato com uma gravadora, propondo o nome de Roberto . Mas o atual “rei” foi recusado. Quem conseguiu a chance para o jovem cantor na Polydor foi Francisco, o irmão mais velho de Imperial, locutor da "Rádio Continental". O rapaz se comprometeu em tocar músicas da gravadora se o divulgador que visitava a emissora em que ele trabalhava conseguisse uma chance para Roberto. Também foi Imperial quem convenceu Paulo Silvino a ser humorista, já que naquela época o astro do programa “Zorra Total” queria ser cantor de rock-and-roll. Sem deixar de mencionar que tanto Wilson Simonal quanto Erasmo Carlos tiveram suas primeiras oportunidades na vida artística participando do "Clube do Rock", um embrião da “Jovem Guarda”, também invenção de Imperial. Carlos Imperial com Wilson Simonal, o compositor Nonato Buzar e o pianista César Camargo Mariano, o "Gordo", como era chamado pelos amigos, criou uma nova e deliciosa onda musical, a "pilantragem". Imperial foi o responsável pela única ocasião em que o Ibope admitiu ter sido vítima de fraude. Imperial, com o auxílio de dez pesquisadores do instituto, pôs em prática um esquema que colocou seu programa de auditório, então na TVS de Sílvio Santos, em primeiro lugar na audiência. Imperial ainda enfrentou com irreverência o regime militar. Um cartão de Natal que trazia sua foto, sentado no vaso sanitário, com a frase: "Espero que Papai Noel não faça no seu sapato o que eu estou fazendo neste cartão", foi enviado a algumas personalidades em pleno AI-5 e acabou lhe rendendo uma temporada no presídio da Ilha Grande. Carlos Imperial foi casado com Rose Clair Gracie com quem teve dois filhos, Marco Antônio e Maria Luiza. Carlos Imperial foi casado também com a cantora Célia e com a modelo Andréa Carla. Imperial foi vítima de uma doença rara, a Miastenia Gravis, um distúrbio neuromuscular autoimune que causa fraqueza dos músculos voluntários (aqueles sobre os quais o indivíduo tem controle). Após operação para a retirada do timo, Carlos Imperial não resistiu e morreu de septicemia.