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JARDS MACALÉ (82 anos)

ID: h2440 Categoria: Cantores/Músicos Date : Tuesday 18th November 2025 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Jards Anet da Silva                                                    

 

(Rio de Janeiro/RJ, 03 de março de 1943)                                

(Rio de Janeiro/RJ, 17 de novembro de 2025).

 

Jards Macalé foi um cantor, letrista, musicista, compositor e ator brasileiro com atuação em música, rádio, teatro, cinema e TV. Jards Macalé era filho de Lígia (que também cantava). Jards Macalé cresceu rodeado de música. Jards Macalé nasceu no bairro da Tijuca e morou nas imediações do “Morro da Formiga”. Na casa ao lado, os vizinhos eram Vicente Celestino e Gilda de Abreu e batuques e samba eram bastante comuns. Na residência dos pais, Jards Macalé foi escutava os foxes, as valsas e as modinhas tocadas ao piano pela mãe e o acordeom, pelo pai. O coro familiar tinha o irmão mais novo Roberto e o próprio Jards. No rádio, ouvia com frequência a cantores de sucesso como Orlando Silva, Marlene e Emilinha Borba. Ainda durante a infância, Jards Macalé se mudou para o bairro de Ipanema, onde ganhou o apelido de Macalé (nome do pior jogador do time do Botafogo, à época, em decorrência de sua irregularidade nas partidas de futebol informalmente disputadas na areia da praia). Já na adolescência, formou seu primeiro grupo musical, o duo "Dois no Balanço". Posteriormente, integrou o conjunto “Fantasia de Garoto”, que tocava jazz, seresta e samba-canção. Jards Macalé estudou piano e orquestração com o maestro Guerra Peixe, violoncelo com Peter Dauelsberg, violão com Turíbio Santos e Jodacil Damasceno e análise musical com Esther Scliar. Jards Macalé começou a adquirir notoriedade no meio artístico ao se tornar presença constante na “Churrascaria Pirajá”, restaurante frequentado por figuras como Vinícius de Moraes e Grande Otelo, que logo se tornaram amigos do jovem músico. Jards Macalé começou a carreira profissional como violonista nos espetáculos músicos-teatrais do Grupo Opinião e o apartamento de sua família passou a ser intensamente frequentado por artistas a partir do momento em que Jards passou a abrigar Maria Bethânia, estrela do “Opinião”. Jards Macalé fez a direção musical dos primeiros espetáculos solo de Bethânia e teve composições gravadas por Elizeth Cardoso e Nara Leão. Com Gal Costa, Paulinho da Viola e o parceiro José Carlos Capinam, criou a agência “Tropicarte”, para administrar a gestão de seus próprios espetáculos. Macalé participou do “4º Festival Internacional da Canção”, apresentando a canção “Gotham City”, parceria com Capinam e arranjos do maestro Rogério Duprat. A apresentação foi recebida com uma estrondosa vaia, se tornando um dos eventos musicais brasileiros mais célebres do ano e dando a Macalé (que na época ainda não utilizava Jards em seu nome artístico), que já era uma figura conhecida no meio musical, uma maior projeção graças a diversas entrevistas para jornais como O Pasquim”. Jards Macalé lançou seu primeiro disco, o compacto "Só Morto" (recebido friamente graças a problemas técnicos na mixagem de som). Jards Macalé trabalhou com Gal Costa no disco “Le-Gal” e no show “Meu Nome é Gal”. Jards Macalé foi para Londres, a convite de Caetano Veloso, à época exilado do Brasil pela ditadura militar vigente. Macalé foi o violonista solo e produtor musical (inicialmente não creditado) de “Transa”, um dos discos mais conhecidos de Caetano e tido por muitos como seu melhor.  Jards Macalé volta ao Brasil e lança pela gravadora “Phonogram” seu primeiro LP, “Jards Macalé”. O primeiro álbum conta com um forte repertório de composições, muitas das quais viriam a se tornar clássicos no repertório de Macalé. Entre as parcerias estão nomes como Torquato Neto, Waly Salomão, Duda Machado e Capinam. Em decorrência de dificuldades financeiras (pelas quais sempre passou, graças a seu status de artista marginal), Jards Macalé teve a iniciativa de organizar um show beneficente a si mesmo, em auto promoção, que logo se estendeu a beneficiar também outros músicos. A iniciativa, batizada de "O Banquete dos Mendigos", acabou mudando de caráter e ganhou um tom político quando se tornou uma celebração da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Por esse motivo, a apresentação, realizada no “Museu de Arte Moderna” do Rio de Janeiro, foi permeada pela tensão de uma prisão iminente dos músicos e do público por parte da ditadura, o que acabou não acontecendo. O show foi gravado clandestinamente, mas devido ao caráter político do espetáculo, só conseguiu ser lançado em disco muitos anos depois, sob o título “Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos”. Além de Macalé, o álbum possui um vasto repertório, com nomes como Luiz Melodia, Chico Buarque, Gonzaguinha, Paulinho da Viola, Gal Costa, Edu Lobo, Johnny Alf, Jorge Mautner, Raul Seixas, Pedro dos Santos, Ivan Junqueira, Milton Nascimento, Dominguinhos e a banda “Soma”. O LP “Aprender a Nadar”, gravado pela “Philips” teve produção foi conturbada graças a atritos entre Macalé e o produtor musical André Midani, que chegaram até mesmo na escolha da capa do disco (uma caricatura do músico), feita sem a participação de Jards. Mais experimental em sua estrutura e com um repertório que evoca os sambas e boleros que Macalé ouviu durante a infância. Jards Macalé teve na carreira, entre discos sol, coletâneas e participações, mais de VINTE álbuns e incontáveis shows. A década de 1980 foi particularmente difícil para Jards. Cogitando o suicídio, telefonou para seus amigos para se despedir, quando foi convidado por João Gilberto para visitá-lo em sua residência. Lá, o músico baiano tocou "No Rancho Fundo", de Ary Barroso, até que Macalé se tranquilizasse e pegasse no sono, tendo assim sua vida salva. No teatro, Como ator, Jards Macalé participou como ator do musical “Areias Escaldantes”. Na peça “Uma Só Andorinha Não Faz Verão” foi autor da trilha musical, assim como de diversos espetáculos. No cinema, como ator, Jards Macalé esteve nos filmes “O Vampiro da Cinemateca”, “O Amuleto de Ogum” (também a trilha musical) e “Tenda dos Milagres” (o jovem Pedro Arcanjo e também a trilha musical). Jards Macalé compôs para as trilhas sonoras de filmes como Macunaíma, O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, A Rainha Diaba”, Se Segura, Malandro! e do documentário Getúlio Vargas. Na TV, como ator, Jards Macalé fez o episódio “Corrente de Ferro” (Lúcio) do seriado “Plantão de Polícia”, o episódio “O Último Desejo” na série “Caso Especial”, ambos na TV Globo e a minissérie “Amazônia” (Dorotéo) na TV Manchete. Jards Macalé foi casado com Giselda Santos, com a escritora Ana Maria Nóbrega Miranda e com Maria Eugênia “Maninha” Pereira. Jards Macalé sofria de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e morreu vitimado por parada cardíaca.

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