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EDY STAR (87 anos)

ID: h2348 Categoria: Cantores/Músicos Date : Wednesday 23rd April 2025 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Edivaldo Souza                                                  

 

(Juazeiro/BA, 10 de janeiro de 1938)                                       

(São Paulo/SP, 24 de abril de 2025).

 

Edy Star foi um cantor, compositor, ator, dançarino, produtor, apresentador, performer e artista plástico brasileiro com atuação em música, rádio, circo, teatro, cinema e TV. Filho de um escriturário de família de classe média alta de Salvador com uma dona de casa de família pobre de Juazeiro. Seu pai tinha a fotografia amadora e a atuação como árbitro de futebol como passatempo. Foi apitando uma partida em Juazeiro que conheceu a sua mãe. A família do pai não aprovava o relacionamento em função da condição socioeconômica da família da mãe, mas ele insistiu na união, cansando-se e mudando-se para a cidade dela.  Quando Edy Star completou UM ano, a família se mudou para Salvador. Com os irmãos, Edy Star teve uma infância agradável na capital baiana, vivendo numa ampla casa com quintal repleto de bananeiras, coqueiros e mangueiras. Uma de suas paixões na infância era a leitura. Edy Star lia diversos gibis e revistas como “O Tico Tico”, “Capitão Marvel - Edição Maravilhosa”, “Almanaque Vida Infantil”, “Revista da Semana”, “O Cruzeiro” e “Revista do Globo”. Aos DEZESSETE anos, Edy Star já tinha lido quase toda a literatura clássica juvenil como Alexandre Dumas, Érico Veríssimo, Monteiro Lobato, Charles Dickens, Edgar Allan Poe e Jorge Amado. A outra paixão de Edy durante a infância era a música. Em sua casa, ouvia principalmente as rádios “Nacional” e “Mayrink Veiga”, além dos programas locais da “Rádio Sociedade da Bahia” (principalmente “A Hora da Criança”). Seu pai, inclusive, costumava levá-lo aos estúdios do programa, que era comandado pelo professor e jornalista Adroaldo Ribeiro Costa. Quando chegava em casa, Edy Star improvisava microfone e palco no quintal e cantava com seus irmãos. Sua primeira experiência no palco aconteceu quando tinha TREZE anos. Seu pai o observava nas sessões improvisadas de cantoria e o inscreveu para participar do programa “A Hora da Criança”. Durante os ensaios realizados no “Passeio Público” de Salvador, Edy Star teve aulas de teatro e participou da montagem de operetas baseadas na obra de Monteiro Lobato. Além dessas DUAS paixões, Edy sempre gostou muito de desenhar, o que o levaria a seguir uma carreira paralela como artista plástico. Aos VINTE anos, Edy Star fez um curso na “Petrobrás” e se tornou especialista em petróleo, trabalhando na empresa como auxiliar e técnico de produção até os VINTE e TRÊS anos. Antes de trabalhar na “Petrobrás”, porém, Edy Star já participava de apresentações em um circo, contrariando a vontade de seu pai que não queria que o filho seguisse carreira artística. Após se demitir da estatal, Edy Star passou a fazer exposições de suas pinturas na capital baiana, utilizando Edy Souza como nome artístico. Edy Star conheceu Waldir Serrão e entrou para o seu clube de apreciadores de rock and roll, o “Elvis Club Rock”, chegando a conhecer superficialmente um jovem chamado Raul Seixas, então com apenas QUINZE anos de idade. Edy Star chegou a ensaiar rock com Waldir Serrão e com o tecladista Thildo Gama, participando de diversas apresentações com a "turma do rock" em Salvador. Na mesma época, conheceu Caetano Veloso e Maria Bethânia, passando a frequentar festas com os DOIS irmãos. Edy Star trava contato com Gilberto Gil, já conhecido como cantor de apresentações na TV Itapoan. Os DOIS chegariam a compor uma canção juntos, "Procissão" (embora a coautoria só fosse ser reconhecida por Gil décadas depois), que foi o primeiro single lançado por Gil e figurou no seu primeiro álbum, “Louvação”. Não demorou para Edy Star passar a fazer apresentações com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Gilberto Gil e Tom Zé. Entretanto, quando os baianos apresentaram o espetáculo Nós, Por Exemplo..., que inaugurou o Teatro Vila Velha (que viria a se tornar o grande palco desta juventude intelectualizada baiana), Edy Star não fez parte, apresentando um show de folclore na “Galeria Bazarte”, a apenas algumas quadras dali. Embora Augusto Boal tenha visto ambas as apresentações, Edy Star não foi chamado quando o dramaturgo levou os baianos para São Paulo a fim de estrelarem o espetáculo “Arena Canta Bahia”, no Teatro de Arena. Edy Star recebeu o apelido de “Bofélia” em homenagem à personagem (Ofélia), interpretada pela atriz Sônia Mamede no programa “Balança Mas Não Cai” da “Rádio Nacional”.  Depois de adulto Edy Star trabalhou com circo, teatro, música, rádio e televisão, sempre mantendo um estilo debochado, próximo da chanchada, do cabaré e do teatro de revista, suas maiores influências na carreira artística. Edy Star entrou para a “Companhia Baiana de Comédias”, apresentando peças teatrais pelo interior de vários estados nordestinos, o que o levou para Pernambuco onde se estabeleceu gradualmente na cidade de Olinda. Paralelamente, Edy Star tentava a carreira de produtor artístico na TV Jornal do Commercio, de Recife. A carreira deu uma guinada quando protagonizou  junto com Teca Calazans o badalado musical “Memórias de Dois Cantadores”, encenado no Recife, acompanhados pelos músicos Marcelo Melo e Geraldo Azevedo (nos violões), Generino (na flauta) e Naná Vasconcelos (na percussão). A peça ganhou os prêmios de melhor musical, melhor figurino e melhor conjunto no “Festival de Teatro de Pernambuco”. O sucesso do musical que protagonizou em Recife abriu as portas para que Edy Star fosse convidado para, juntamente com Naná Vasconcelos, ir ao Rio de Janeiro defender a canção "Dia Cheio De Ogum", do compositor Capiba, no festival “O Brasil Canta no Rio”. A canção chegou na final e fez parte de um álbum da gravadora “CID” (selo “Itamaraty”) com as DOZE finalistas, a estreia discográfica de Edy Star. Além disso, passou a aparecer cantando no programa de Waldir Serrão, na “Rádio Cultura”. Foi neste programa que conheceu melhor Raul Seixas, que liderava o conjunto “Raulzito e os Panteras”, banda de rock muito requisitada na Bahia, tanto para apresentações como para acompanhar outros artistas, especialmente aqueles ligados à “Jovem Guarda” em turnê pelo estado. Edy Star passou a fazer sucesso na rádio com um repertório a base de Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, José Feliciano e Trini Lopez, tendo como carro-chefe uma versão afeminada da canção “La Bamba”, tudo acompanhado pelos “Panteras”, que não gostavam muito dos maneirismos gays de Edy Star. Entretanto, após um começo difícil, logo Raul e Edy se tornaram bons amigos. Raul Seixas vai para o Rio, a convite de Jerry Adriani para gravar um disco com o seu grupo, não conseguindo emplacar nenhum sucesso. Após breve período de volta à Bahia, Raul Seixas volta ao Rio trabalhando como produtor da “CBS”, novamente por obra de Jerry Adriani. Edy Star continuou dividindo o seu tempo entre rádio e TV na Bahia e, nesse período, participou de diversas festas com os mais variados artistas tendo encontrado pessoalmente Ravi Shankar, Janis Joplin, Mick Jagger e Marianne Faithfull. Com cerca de TRINTA anos de idade, Edy Star iniciou a transição do Nordeste para o Rio de Janeiro e São Paulo. Edy Star se envolveu em diversos trabalhos de vanguarda: primeiro, participou do disco “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada, trabalho pelo qual ficoui mais conhecido do grande público  depois, surgiu como grande sensação nos círculos marginais pelas suas apresentações desbocadas e que desafiavam limites relativos à sexualidade, inicialmente na região então degradada da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, e, depois, passando a apresentar-se em locais frequentados pela alta sociedade, como as boates “Number One” e “Up's”, Edy Star aliás, ficou famoso por ter sido o primeiro artista brasileiro a revelar a sua homossexualidade (em uma entrevista à revista Fatos & Fotos), tendo sido pioneiro na introdução do glam rock no Brasil, bem como pelo desafio dos limites impostos aos artistas durante a ditadura militar e em terceiro lugar, Edy Star participou da montagem nacional de grande sucesso da peça The Rocky Horror Show, de Richard O'Brien. O sucesso abriu caminho para a gravação de um álbum autoral, “Sweet Edy”.  Edy Star voltou para a Bahia e passou a ser produtor artístico e apresentador na TV Itapoan, de Salvador. Ali, produzindo e apresentando o programa “Poder Jovem”, viu surgirem alguns novos nomes, como Pepeu Gomes e Moraes Moreira (que ainda não haviam fundado os “Novos Baianos”), Rosa Passos, Maria Creuza e Antônio Carlos e Jocafi. Edy Star e foi morar na Espanha, onde continuou a trabalhar, foi produtor de boates e dono de bordel. Após quase VINTE anos naquele país, Edy Star retornou ao Brasil e retomou sua carreira de cantor, com apresentações, inclusive na “Virada Cultural” da cidade de São Paulo, o relançamento do seu primeiro álbum, e a gravação de um novo disco, “Cabaré Star”. No cinema, entre outrosk, participou dos filmes “Antes Que me Esqueçam, Meu Nome é Edy Star” e “Ainda Agarro Essa Vizinha”. Como artista plástico, Edy Star tem no currículo mais de TRINTA exposições nos Estados Unidos e Europa, DEZESSEIS das quais individuais e QUATRO bienais. Ainda, possui catálogo de obras com prefácio escrito pelo escritor Jorge Amado. Suas obras estão em museus e coleções particulares brasileiras. Como artista plástico, Edy Star é verbete no “Dicionário de Artes Plásticas do Brasil” de Roberto Pontual. Após sofrer um acidente doméstico e ser internado, Edy Star morreu por complicações de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda.

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