João Baptista Bellinaso Neto
(Cordeirópolies/SP, 22 de julho de 1932)
(Rio de Janeiro/RJ, 19 de janeiro de 2025).
Léo Batista foi um apresentador, jornalista, dublador, narrador e locutor brasileiro com atuação em rádio e TV. Léo Batista era filho dos imigrantes italianos Antônio Francesco Bellinaso e Maria Rivaben. O pseudônimo Leo veio do nome de sua irmã, Leonilda (que odiava seu nome e queria ser chamada apenas de Nilda. Batista usou a parte desprezada pela irmã e usou como nome profissional). Léo Batista começou a trabalhar na adolescência no serviço de alto-falantes da localidade natal. Léo Batista estreou ao microfone a convite de um primo, Antônio Beraldo, conhecido como Toninho, que inaugurou em Cordeirópolis um serviço de alto-falantes, algo muito comum nas cidades pequenas. O estúdio ficava numa praça perto do prédio da pensão onde o pai mantinha seu próprio negócio. Léo foi o último a fazer o teste. Leu um anúncio, apresentou uma música e, quando viu, estava transmitindo as notícias. O primo gostou e disse que seria seu o posto de locutor. Léo considerou que ele estava maluco só em cogitar apresentar essa ideia ao pai, um italiano "queixo-duro", que já estava contrariado por haver deixado a escola para ser garçom. A reação do pai, Antônio Francesco Belinaso, era a que se esperava. Principalmente porque naquela época radialistas, atores, músicos, eram todos malvistos em razão do senso comum de que levavam uma vida boêmia. A sociedade tinha deles o pior conceito possível. Todavia, Beraldo disse ao tio as palavras mágicas: “Seu Antônio, ele vai trabalhar, mas não é de graça. Vou dar 200 mil réis só para começar. E, se ele conseguir algum anúncio, ainda ganha uma comissão”. O pai na hora mudou o discurso: “Ah, ele vai ganhar um dinheirinho? Aí está bem, mas tem que ser depois do horário do trabalho na pensão”. Uns SEIS meses depois da experiência com o primo Beraldo, Leo recebeu convite do senhor Domingos Lote Neto que gostou de sua voz e insistiu em levá-lo para fazer um teste na recém-inaugurada “Rádio Clube de Birigui” - a pérola do Noroeste - e assim o fez. Léo Batista foi contratado. Lá, transmitiu partidas de futebol, “A Parada de SETE de Setembro” e programas de auditório como o “Clube da Alegria”, em que teve o privilégio de apresentar Hebe Camargo na festa do primeiro aniversário da emissora. Em Piracicaba, Léo Batista trabalhou na “Rádio Difusora”. Na época, o “XV de Novembro”, time local, tinha subido para a primeira divisão do Paulistão e buscava um locutor esportivo. Léo Batista passou a acompanhar e narrar os jogos do antigo campo da Rua Regente (ainda não existia o “Estádio Barão da Serra Negra”). Depois, o “Pacaembu”, a “Vila Belmiro”... o próprio Léo Batista revelava em suas entrevistas: "Eu era atrevido. Vim até para o Rio, transmitir a Copa de 50". Léo Batista foi para o Rio de Janeiro concorrer a uma vaga na “Rádio Clube do Brasil”, mas em vez disso, foi contratado pela “Rádio Globo”, para trabalhar como locutor e redator de notícias no programa "O Globo no Ar?", comandado por Raul Brunini. Sua estreia como locutor esportivo aconteceu em uma partida entre “São Cristóvão” e “Bonsucesso”, no “Maracanã”. A partir da edição de 1950, Léo Batista participou de todas as “Copas”. Ao vivo ou na retaguarda, Léo Batista atuou também em “Olimpíadas”, “Jogos Pan-Americanos”. Léo Batista foi um dos que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha. Pela “Rádio Globo”, Léo Batista entrou para a história, sendo o primeiro radialista a noticiar o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Léo Batista sempre gostou do veículo. Em 1955, Léo Batista trocou de emprego e se mudou para a hoje extinta TV Rio, onde comandaria por TREZE anos o “Telejornal Pirelli”, um dos noticiários de maior sucesso na televisão. Léo Batista chegou à Rede Globo (onde permaneceu por CINCO décadas) e logo se destacou devido ao seu estilo descontraído. Como freelancer, Léo Batista foi chamado para compor a equipe esportiva da TV Globo, que mandara seus principais nomes para o México, na cobertura da “Copa do Mundo”. Logo após a Copa, Léo Batista teve que substituir o apresentador Cid Moreira em uma edição do “Jornal Nacional”. Léo respondeu bem e foi contratado em definitivo, chegando a apresentar as edições de sábado do “Jornal Nacional”. Léo Batista era o apresentador mais antigo em atividade na Globo e foi um dos criadores do programa “Globo Esporte”. Na emissora, Léo Batista inaugurou o “Jornal Hoje”, ao lado de Luiz Jatobá e Márcia Mendes, participou do “Globo Rural”, narrou os gols da rodada no “Fantástico” e tinha microfone cativo no “Globo Esporte” e no “Esporte Espetacular”. Léo Batista chegou a apresentar um bloco esportivo no “Jornal Nacional”, aos sábados. Seu rosto pôde ser visto nas edições de sábado do “Globo Esporte” e sua voz às quartas feiras, nos intervalos dos jogos brasileiros. Léo Batista também narrou as aventuras dos “Heróis Marvel”, quando a TV Globo transmitia os desenhos animados. Em entrevistas Léo Batista sempre comentava: "se arranjarem uma metralhadora, com bala de verdade mesmo, que não falhe, para me dar uma rajada, de repente eu paro de trabalhar. Mas, se não for assim, não paro, não. Enquanto Deus me der voz e saúde e a TV Globo quiser, eu continuo”. Para reverenciar os seus SETE E SEIS anos de trajetória no jornalismo esportivo, Léo Batista teve sua história descrita em uma série com QUATRO episódios chamada de "Léo Batista - A Voz Marcante". Sendo exibida na SporTV. O documentário teve a direção de Kizzy Magalhães e contou com vários depoimentos, tais como Pedro Bial e Luís Roberto. Léo Batista era torcedor declarado do “Botafogo”. Léo Batista era viúvo de Leyla Chavantes Belinaso, (falecida aos OITENTA E QUATRO anos, em janeiro de 2022) com quem teve DUAS filhas, Cláudia e Mônica Batista. Léo Batista morreu, após passar TREZE dias internado. Léo Batista havia sido diagnosticado com câncer de pâncreas após se queixar de dor abdominal e desidratação.