Júlio Nagib                                 

(Sorocaba/SP, 21 de agosto de 1929)                        

(São Paulo/SP, 22 de janeiro de 1983).

Júlio Nagib foi um radialista, produtor, animador, letrista, musicista, compositor, locutor, ator, apresentador e diretor brasileiro com atuação em música, rádio, teatro e TV. Júlio Nagib foi também publicitário. Júlio Nagib iniciou na “Rádio Tupi” de S. Paulo como redator e rádio-ator, integrando o elenco de radioteatro de Otávio Gabus Mendes que, inovando no rádio, fazia tradução e adaptação de filmes com o título “Cinema em Casa” e do qual também participavam Walter Forster, Lima Duarte, Dionísio Azevedo, Flora Geny e outros. Como animador de auditório, Júlio Nagib produziu e apresentou o programa “Domingo de Festa”, um programa de variedades com música, humorismo e entrevistas. Com o advento da televisão, Júlio Nagib foi o primeiro apresentador do “Clube dos Artistas”, o mesmo programa posteriormente apresentado por Lolita e Airton Rodrigues. Na “Rádio Nacional” de S. Paulo, Júlio Nagib ocupou o cargo de diretor musical acumulando também a produção de alguns programas como “Um Milhão de Melodias” e “Quando os Maestros Se Encontram”. Deste último participavam os maestros Gaó, Guerra Peixe, Osmar Milani, Spártaco Rossi e Silvio Tancredi. Mais tarde, como programador da “Discoteca” da “Rádio Bandeirantes”, Júlio Nagib foi o lançador do programa “Telefone Pedindo Bis”, um grande sucesso do rádio. Júlio Nagib foi diretor artístico de diversas gravadoras, como “Odeon”, onde lançou grandes sucessos como “Molambo” interpretado por Roberto Luna, “Hino ao Amor” com Wilma Bentivegna, “Brasil Dia e Noite” com o maestro Luiz Arruda Paes e orquestra, que deu a ele como prêmio um disco de ouro nos Estados Unidos. Foi Júlio quem propiciou a oportunidade para que o talento de Luiz Arruda Paes, Chiquinho de Moraes e Erlon Chaves fosse reconhecido. Ainda como diretor artístico, Júlio Nagib passou também pelas gravadoras “RCA”, “Continental”, “Colúmbia”, “Fermata” e “RGE”, esta última na época do lançamento e da projeção de Chico Buarque, Erasmo Carlos, Paulinho Nogueira, Cláudia, “Brazilian Octopus”, entre outros. Bacharel em Direito pelo “Mackenzie”, Júlio Nagib foi um intransigente defensor dos direitos autorais; integrou diretoria da “SICAM - Sociedade Brasileira de Compositores e Autores Musicais”, integrando também o corpo do conselho fiscal do ECAD - Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais”. Paralelamente trabalhou em publicidade, compondo diversos “jingles” para empresas comerciais. Juntamente com seu inseparável amigo e parceiro Sidney Morais, (hoje conhecido como Santo Morales), Júlio Nagib venceu o concurso promovido pelo MEC para a campanha publicitária do sesquicentenário da Independência, com a música “O Brasil Merece o Nosso Amor”. Na música popular, Júlio Nagib teve ampla participação como letrista, compositor e também versionista, tendo a seu crédito sucessos como “Only You”, “Concerto de Outono”, “Malaguenha”, “Cerejeira Rosa”, “Stranger in Paradise”, “Matilda”, entre muitas outras e a composição de uma letra inédita para “Piano Alemão”. Júlio Nagib compôs ainda, em parceria com Juvenal Fernandes, a música “Dona Santa”, para a telenovela do mesmo nome, “Menina de Trança” com Catulo da Paixão Cearense e o samba-canção “Não Me Condene”, gravada por diversos cantores, entre esses, Agnaldo Rayol, Cláudia Barroso e Norma Avian. O samba “Não Tem Problema”, parceria com A. Messina, lançado depois pelo maestro Percy Faith e sua orquestra, nos Estados Unidos, merece destaque. Em teatro, Júlio Nagib esteve na “Caravana da Alegria”. Júlio Nagib era casado com a cantora Norma Avian Nagib. São desconhecidas as causas que levaram Júlio Nagib à morte.