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ARNALDO JABOR (81 anos)

ID: h1629 Categoria: Jornalistas Date : Monday 14th February 2022 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Arnaldo Jabor              

 

(Rio de Janeiro/RJ, 12 de dezembro de 1940)                                     

(São Paulo/SP, 15 de fevereiro de 2022). 

 

Arnaldo Jabor foi um diretor, cineasta, jornalista, autor, sonoplasta, roteirista, crítico, editor, produtor, comentarista, cronista, apresentador, garoto-propaganda e escritor brasileiro com atuação em literatura, teatro, cinema, TV e internet. Filho de Salomão Jabor, um oficial da Aeronáutica, e da dona de casa Diva Hess, Arnaldo nasceu numa família de classe média. Seu pai descendia por linha paterna de libaneses, mas sua ascendência era bastante diversa, com ancestrais portugueses e alemães. Jabor era ligado por parentesco de afinidade ao crítico literário Agrippino Grieco, cujo filho primogênito Donatello era casado com sua tia paterna Diva Jabor. A carreira de Arnaldo Jabor começou em rádio, onde fez breves passagens. Também quis ser ator de teatro e participou de algumas peças. Depois foi técnico de cinema e aluno do cineasta sueco Ame Sucksdorff. Formado no ambiente do Cinema Novo, Arnaldo Jabor participou da segunda fase do movimento, que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa. Seu primeiro longa metragem foi o inovador documentário “Opinião Pública”, uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade. Antes, Arnaldo Jabor havia feito o curta-metragem “O Circo”. Com o recrudescimento da repressão política e da censura, os antigos autores cinemanovistas procuram caminhos metafóricos, alegóricos, para driblar a ação do governo e poder expor suas propostas. Jabor faz o mesmo com Pindorama“. Mas aqui o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico comprometem a qualidade da obra, como o próprio Jabor admitiria mais tarde. Seu próximo filme o redime completamente e se converteu num dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro, Toda Nudez Será Castigada, adaptado da peça homônima de Nélson Rodrigues, possui um enfoque mais humano, mas ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes, na história do envolvimento a prostituta (Geni) - feita pela atriz Darlene Glória, que com o papel venceu oUrso de Prata de melhor atriz no “Festival de Berlim” - com o viúvo (Herculano), interpretado pelo ator Paulo Porto. O filme seguinte, dessa vez adaptado de um romance de Nélson, é ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade, O Casamento”, último filme da atriz Adriana Prieto, também foi bem recebido por crítica e público e rendeu a atriz Camila Amado o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante. Com “Tudo Bem”, Jabor inicia a chamada "Trilogia do Apartamento"; talvez seu filme mais célebre, investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira já vitimada pelo fracasso do milagre econômico, isso no espaço restrito de um apartamento de classe média. A obra ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Brasília e proporcionou a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros, grandes desempenhos. A película seguinte se dedica mais a uma análise intimista e sexual, Eu Te Amo”, obra que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, se concentrando nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher. O próximo filme, Eu Sei que Vou Te Amar”, com os jovens Fernanda Torres (ganhadora do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannesna ocasião) e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise, guarda semelhanças de forma e conteúdo com “Eu Te Amo”. Os filmes se consagraram como grandes sucessos de bilheteria. Os dois últimos filmes de Arnaldo Jabor foram o curta metragem “Carnaval” e “Suprema Felicidade”.  No cinema ainda, Arnaldo Jabor foi sonoplasta em “Graça Zumba”, “Maioria Absoluta”, assistente de som em “Integração Racial”, narrador no seu filme “O Circo”, roteirista e editor nos filmes “Rio Capital Mundial do Cinema” e “A Opinião Pública”, foi garoto-propaganda na campanha publicitária “Cândido Portinari” para cinema, participação nos filmes “A Grande Cidade ou As Aventuras e Desventuras de Luzia e Seus Três Amigos Chegados de Longe”, “Garota de Ipanema” (Intérprete) e Cordilheiras no Mar: A Fúria do Fogo Bárbaro”, além de dar depoimento como ele mesmo nos documentários “Glauber: O Filme, Labirinto do Brasil”, “O Sol: Caminhando Contra o Vento”, “Paulo Gracindo: O Bem-Amado”, “Quanto Tempo o Tempo Tem” e “Cinema Novo”.  Com o fim do fomento estatal para a produção cinematográfica nacional no governo Collor. Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão. Arnaldo Jabor estreou como de O Globo” e mais tarde foi para a Rede Globo, atuando como colunista, apresentador ou comentarista em vários telejornais da casa, como Jornal Nacional, Jornal da Globo, “Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico . Na TV, Arnaldo Jabor foi convidado dos programas  “Cinema Novo” na Alemanha no início da carreira, “Cinématon Télévision Canal +: N°790 Arnaldo Jabor” na França, “Que Viva Glauber!”,  “Saia Justa GNT: Elas Também Querem Carteira de Trabalho!” e “Na Moral TV Globo: Homem Digital”. Jabor participou com entrevistado dos programas “Roda Viva” (duas vezes), foi apresentador do programa “Manhattan Connection”, roteirista do programa “Saia Justa” e garoto- propaganda das campanhas comercias da ”Embrafilme” e da “Anvisa”.  Na Rádio CBN”, Arnaldo Jabor apresentou o programa “Jornal CBN”. Arnaldo Jabor é o autor da letra da música “Amor e Sexo”, incluída no álbum nacional da novela “Celebridade”. Arnaldo Jabor escreveu os livros “Os Canibais Estão na Sala de Jantar”, “Sanduíches de Realidade”, “A Invasão das Salsichas Gigantes” “Amor é Prosa, Sexo é Poesia”, “Pornopolítica”, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Amigos Ouvintes” (coletânea de comentários gravados para a Rádio CBN) e “O Malabarista - Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor”. Abordando os mais variados temas (cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito), suas intervenções apimentadas na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores e muitos críticos. Diversos textos que circulam pela internet são falsamente assinados por Arnaldo Jabor. O próprio autor, num determinado momento, escreveu uma coluna negando essas autorias e fazendo uma crítica sobre o assunto, reclamando que a era digital não era para ele. E no jornal O Sul”, Arnaldo Jabor escreveu na sua coluna "A Paranoia Está Batendo", onde afirmava que iPhones e outros aparelhos modernos lhe deixavam com sentimento de solidão, por escrever para uma pessoa e nem saber onde ela está. Durante a vida, Arnaldo Jabor recebeu os seguintes prêmios: Urso de Prata, no Festival de Berlim por “Toda Nudez Será Castigada”, “Kikito de Ouro” de melhor filme, no Festival de Gramado”, também por “Toda Nudez Será Castigada”, “Prêmio Especial do Júri”, no “Festival de Gramado” por “O Casamento” e “Candango” de melhor filme, no Festival de Brasília por “Tudo Bem”. Para o teatro, Arnaldo Jabor foi autor das peças “A História do Formiguinho”,  “Deus Ajuda os Bão”, “ Eu Sei que Vou te Amar”, “A Estória do Formiguinho ou Deus Ajuda os Bão” e “Eu Te Amo” sendo também o diretor e produtor da primeira montagem. Arnaldo Jabor sempre foi eloquente na explanação de suas ideias. E assim, em 1982, pediu a proibição das pornochanchadas brasileiras, que ele abominava. Ficou famosa também a sua frase: ”Quem precisa de arte são os milionários. Artista precisa é de dinheiro”. Arnaldo Jabor foi casado com a artista plástica Maria Thereza Simões Correia, com a psicanalista Maria Eleonora Barbosa Mello com quem teve duas filhas, a cineasta Carolina Jabor e Juliana e com a produtora Suzana Villas Boas com quem teve um filho, João Pedro. Arnaldo Jabor morreu em decorrência de complicações de um AVC sofrido dois meses antes.

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