Manuel Soares de Nóbrega
(Niterói/RJ, 25 de maio de 1913)
(São Paulo/SP, 16 de março de 1976).
Manuel de Nóbrega foi um importante radialista, empresário, ator, escritor, humorista, compositor, autor, roteirista e político brasileiro. Nóbrega estudava Economia quando resolveu começar a carreira artística no rádio ainda no Rio de Janeiro. Quando viajou para São Paulo foi direto para o rádio e trabalhou em emissoras como Cultura, Nacional, Tupi e Piratininga. Na TV, Manuel de Nóbrega passou pela antiga TV Paulista, depois TV Globo e pela TV Record. Manuel de Nóbrega foi deputado estadual por São Paulo. Sua importância para o humor de rádio e de TV foi muito grande, pois lançou artistas e criou programas como "Cadeira de Barbeiro", "Programa Manuel de Nóbrega" e “A Praça da Alegria”. No cinema, Manuel de Nóbrega atuou como (Dom João VI) no filme “Independência ou Morte”. Seu mais famoso trabalho, porém, foi o humorístico "A Praça da Alegria" que criou, dirigiu e comandou, primeiro na TV Paulista e depois na TV Record. Quando fazia esse programa conheceu o apresentador Sílvio Santos para quem acabaria vendendo seu negócio chamado "O Baú da Felicidade". Sílvio Santos fez fortuna a partir daí, mas sempre manteve sua amizade com Nóbrega, a quem convidou para ser diretor superintendente da sua primeira concessão de TV, a TVS do Rio de Janeiro. Sílvio Santos e Manuel de Nóbrega - já muito magro e enfraquecido por um câncer - foram a Brasília assinar o documento que daria ao animador e empresário a concessão da estação. Muito emocionado, Sílvio discursou sobre a nova televisão que surgiria a partir dali. Lembrou-se de sua vinda a São Paulo. Citou Nóbrega várias vezes. Em seguida, o próprio Nóbrega falou fazendo lágrimas caírem dos olhos de Sílvio Santos. Menos de três meses depois Nóbrega morreu. Meses depois Carlos Alberto de Nóbrega, seu único filho, rompeu a amizade com Sílvio Santos, indo trabalhar na TV Globo, com “Os Trapalhões”. Após muito tempo, houve a reaproximação e Carlos Alberto foi contratado para assumir o banco da praça de seu pai, agora no SBT rebatizada de “A Praça é Nossa”. O programa continua no ar até hoje. Pelo banquinho de “A Praça da Alegria” passaram mais de duzentos personagens e os maiores humoristas brasileiros, interpretando textos e personagens cuja maioria fora criada pelo próprio Manuel, que se inspirava, segundo declarou, em tipos reais que pululavam nas praças centrais de São Paulo, tais como os migrantes caipiras e nordestinos, mulheres esnobes e infiéis, mendigos e loucos de todo tipo, idosos mal humorados e crianças mal-educadas. Dentre os artistas que fizeram história ao passar pelo banco da praça estão Ronald Golias - o menino levado (Pacífico) - Moacyr Franco - um mendigo, que faria sucesso com um samba de carnaval “Me Dá Um Dinheiro Aí” Canarinho, Simplício - o megalomaníaco e mentiroso (Homem de Itu), a pequena cidade do interior de São Paulo, "onde tudo era grande" - Consuelo Leandro a (Cremilda) - a mulher do (Oscar) - Costinha, Zilda Cardoso - a jornaleira (Catifunda) que fumava um charuto fedorento -Walter D'Ávilla - o semianalfabeto que sempre tentava ler um livro - José Vasconcelos, Murilo Amorim Corrêa, Maria Teresa, Roni Rios a (Velha Surda), Rogério Cardoso, Chocolate, Jorge Loredo o (Zé Bonitinho), Lilico - o bêbado mal arrumado e indignado, que tentava chamar a atenção das pessoas tocando um bumbo - e Clayton Silva - o louco que sempre fazia aposta para adivinhar uma charada. Manuel da Nóbrega era casado com Dalila Afonso Soares. Manuel da Nóbrega morreu em decorrência de um câncer.