Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo         

(Rio de Janeiro/RJ, 16 de julho de 1911)                               

(Rio e Janeiro/RJ, 04 de setembro de 1995).  

Paulo Gracindo foi um ator brasileiro de rádio, teatro, cinema e televisão. Paulo Gracindo se considerava alagoano, pois foi viver em Maceió ainda bebê. Gracindo sonhava ser ator, o pai, o ex-senador Demócrito Gracindo, era um obstáculo e lhe dizia “No dia em que você subir a um palco, saio da plateia e te arranco de lá pela gola”. Paulo Gracindo respeitou a proibição até a morte do pai. Aos vinte anos, se mudou para o Rio, dormiu na rua e passou fome. Paulo Gracindo investiu num namoro com a filha de um português para entrar no grupo de teatro de maior prestígio da época, o “Teatro Ginástico Português”. Batizado Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, no palco mudou o nome. Num dos primeiros trabalhos, o personagem de Gracindo ficava dois minutos no palco, o que levou um crítico a fazer o seguinte comentário “De onde veio esse rapaz que não faz nada e aparece tanto?” Paulo participou das maiores companhias teatrais. Fez sucesso na “Rádio Nacional”, apresentando o “Programa Paulo Gracindo”. Com a radionovela “O Direito de Nascer”, encantou no papel de (Alberto Limonta) e no programa de rádio “Balança, mas Não Cai” interpretou com Brandão Filho, o quadro do (Primo Pobre e Primo Rico). Na televisão fez personagens inesquecíveis, como o (Tucão) da novela “Bandeira 2”, o (Coronel Ramiro Bastos) em “Gabriela”, o (João Maciel) de “O Casarão”, o (Padre Hipólito) de “Roque Santeiro” e o (Primo Rico), no humorístico “Balança, mas Não Cai”. Mas, o mais marcante foi o (Prefeito Odorico Paraguaçu) de “O Bem Amado” de Dias Gomes. Paulo Gracindo atuou em “Rainha da Sucata” como o (Betinho/Alberto Figueroa), nas quais tinha um bordão que ficou muito conhecido, o famoso "coisas de Laurinha!". Paulo Gracindo esteve no elenco das novelas “A Rainha Louca”, “A Gata de Vison”, “A Próxima Atração”, “O Cafona”, “Os Ossos do Barão”, “Sinal de Alerta”, “Pai Herói”, “Hipertensão”, “Mandala”, “Vamp” e “Deus nos Acuda”, nas minisséries “O Bem Amado” e “Agosto” no episódio “Esperança” da série “Caso Verdade” e na mini novela “Expresso Brasil”. Paulo Gracindo fez os filmes “João Ninguém”, “Tererê Não Resolve”, “Anastácio”, “Está Tudo Aí”, “Onde Estás, Felicidade?”, “24 Horas de Sonho”, “O Dia é Nosso”, “Estrela da Manhã”, “Balança, Mas Não Cai”, “De Pernas Pro Ar”, “Copacabana Palace”, “A Falecida”, “Tarzan And The Great River”, “Terra em Transe”, “Cara a Cara”, “Na Mira do Assassinato”, “Antes,o Verão”, “Copacabana me Engana”, “O Bravo Guerreiro”, “Salário Mínimo”, “Blábláblá” (curta-metragem), “A Morte e a Morte de Quincas Berro d´Água”, “Tudo Bem”, “Amor Bandido”, “Trancado Por Dentro” e “Exu-Pia, Coração de Macunaíma” e foi um dos atores preferidos da geração do “Cinema Novo”. Gracindo fez um papel em “Terra em Transe”, de Gláuber Rocha. Gracindo achava a sétima arte complicada demais “É coisa de chinês”, dizia. Paulo Gracindo foi casado com Dulce Xavier de Araújo Gracindo com quem teve quatro filhos o também ator Gracindo Júnior, Leonora, Lucila e Teresa e com a atriz Beth Castro.   Gracindo é avô dos atores Gabriel Gracindo, Pedro Gracindo e Daniela Duarte. Paulo Gracindo morreu em decorrência de um câncer de próstata.