Ruggero Jacobbi                 

(Veneza/ITÁLIA, 21 de fevereiro de 1920)       

(Roma/ITÁLIA, 09 de junho de 1981).

Ruggero Jacobbi foi um autor, roteirista, diretor, escritor, produtor, cenógrafo, cineasta, professor de interpretação e crítico teatral ítalo-brasileiro que esteve no Brasil, ao término da II Guerra Mundial com atuação em rádio, teatro, cinema e TV. Ruggero Jacobbi trabalhou no “Teatro Brasileiro de Comédia - TBC” junto com Gianni Ratto, Luciano Salce, Flaminio Bollini Cerri e Adolfo Celi. Ruggero Jacobbi foi um dos pioneiros do moderno teatro paulista. Ruggero Jacobbi chegou ao Brasil, quando tinha vinte e seis anos,acompanhando uma turnê da companhia de Diana Torrieri, da qual era diretor artístico e se integrou ao “Teatro Popular de Arte” de Maria Della Costa e Sandro Polônio, para quem dirigiu “Estrada do Tabaco” de Erskine Caldwell e Jack Kirkland no “Teatro Fênix”, montagem considerada por alguns críticos o primeiro espetáculo naturalista do teatro brasileiro. Jacobbi viveu quatorze anos no Brasil. Sua última participação artística no Brasil foi no Rio Grande do Sul, onde Ruggero Jacobbi fundou o “Curso de Estudos Teatrais” da “Universidade Federal do Rio Grande do Sul”, do qual foi diretor e professor. Foi o segundo curso de teatro ligado a uma universidade criado no Brasil. O primeiro, criado um ano antes, foi a “Escola de Teatro da UFBA”. O curso de Jacobbi era organizado em duas vertentes, a arte dramática, que visava à formação de atores e cultura teatral, cujo objetivo era informar as pessoas interessadas em teatro e, conseqüentemente, formar uma platéia. Também em Porto Alegre, Jacobbi fundou o “Teatro do Sul” apresentando quatro espetáculos, entre eles uma adaptação de sua autoria de “O Corvo”, do dramaturgo italiano Carlo Gozzi. Jacobbi também sofreu ameaças de ser expulso do país, por ter participado da “Conferência da Paz” no exterior, conseguindo ficar graças a intervenção de Cacilda Becker, Paulo Autran e outros artistas que enviaram abaixo assinado ao Presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que arquivou o processo de expulsão, mas foi submetido a freqüentes interrogatórios. Ruggero Jacobbi dirigiu, no teatro, as peças “Lady Godiva”, “O Grande Fantasma”, “Arlequim, Servidor de Dois Amos”, “Pancada de Amor”, “O Espelho”, “Pedacinho de Gente”, “Simbita e o Dragão”, “Mirandolina” e “O Prazer da Honestidade”. Ruggero Jacobbi produziu as peças “Simbita e o Dragão”, “O Espelho”, “Pedacinho de Gente”, “Avatar”, “O Prazer da Honestidade”, “Três à Meia-Luz”, “Treze à Mesa” e “Mirandolina” (Portugal). Ruggero Jacobbi foi autor da peça “Presença de Anita”, tradutor das peças “Ao Sair da Vida” e “Três à Meia Luz” e adaptador das peças “Três à Meia Luz” e “Treze à Mesa”. Ruggero Jacobbi roteirizou, dirigiu e produziu os filmes “Presença de Anita” e “Esquina da Ilusão”. Para o rádio “MEC” do Rio de Janeiro, Ruggero Jacobbi fez a adaptação de “Leonor de Mendonça” para a série “Radioteatro Duse”. Para a TV, Ruggero Jacobbi trabalhou como roteirista ou autor do “Teleteatro” na TV Paulista e do episódio “Auto da Rosa de Belém” da série “Teatro Cacilda Becker” na TV Record, como diretor do “Teleteatro” da TV Paulista e dos episódios “A Endomoniada”, “O Último a Saber”, “O Testa de Ferro”  da série “Grande Teatro das Segundas-Feiras” na TV Tupi, dos episódios “A Gilda do Barreto”, “Um Beijo Com Molho” da série “Teatro de Variedades” na TV Rio, dos episódios “O Jogador”, “Assassinato a Domicílio” da série “Teatro do Rio” na TV Rio, dos episódios “Avatar”, “Dois Destinos”, “Teatro Philco” na TV Rio e o episódio “O Mentiroso” da série “Grande Teatro Nestlé” na TV Tupi, como tradutor dos episódios “Um Beijo Com Molho” da série “Teatro de Variedades” da TV Tupi e “O Mentiroso” da série “Grande Teatro Nestlé” da TV Tupi, como adaptador dos episódios “O Jogador” da série “Teatro do Rio”, dos episódios “Assassinado à Domicílio”, “Avatar”, “Dois Destinos”, “Luz de Gás” da série “Teatro Philco” todos na TV Rio e do episódio “O Mentiroso”da série “Grande Teatro Nestlé” na TV Tupi.  Ruggero Jacobbi foi o produtor em todas essas obras de TV. Jaccobi retornou a Itália e lá escreveu “Teatro in Brasile” que indicou ao diretor Luiz Carlos Maciel o texto “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, que por sua vez o indicou a José Celso Martinez Corrêa, diretor do “Teatro Oficina” que se tornou um marco no moderno teatro brasileiro. Ruggero Jacobbi foi casado com a produtora e diretora italiana Carla Civelli. Ruggero Jacobbi morreu vitimado por um edema pulmonar.