Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini
(São Paulo/SP, 14 de dezembro de 1933)
(São Paulo/SP, 15 de maio de 2021).
Eva Wilma foi uma atriz, apresentadora, garota-propaganda e bailarina brasileira com atuação em teatro, cinema, internet e TV. Eva Wilma era filha de Otto Riefle Jr., um metalúrgico alemão que veio ao Brasil aos dezenove anos, para trabalhar na metalúrgica “Levy-Frank”. No carnaval de 1933 conheceu Luiza Carp, uma portenha judia de ascendência russa, com quem se casaria, já estando Luiza grávida de Eva Wilma. Eva Wilma estudou nos tradicionais colégios da capital paulista. Eva Wilma sempre gostou muito do mundo artístico e manteve aulas particulares de canto, piano e violão com a mestra musical Inezita Barroso. Eva Wilma iniciou sua carreia como bailarina clássica aos CATORZE anos e deu aulas de balé. Eva Wilma ganhou aulas de patinação no gelo e foi contratada pela empresa para participar do “Holliday On Ice”, mas foi proibida por seus pais. Como bailarina, Eva passou a fazer parte do “São Paulo Ballet”. Eva Wilma se apresentou no “Teatro Municipal de São Paulo” e em grandes espetáculos. No terceiro mês começaram a aparecer chances para atuar como atriz. O produtor e diretor do “Teatro Brasileiro de Comédia - TBC”, José Renato, chamou-a para formar a primeira turma de teatro de arena, onde atuou com grandes astros e estrelas na época nos espetáculos, “Judas em Sábado de Aleluia”, “Uma Mulher e Três Palhaços”, depois, teve grande repercussão ao fazer trabalhos como “Boeing-Boeing”, “O Santo Inquérito”, “A Megera Domada” e “Black-Out”, peça produzida por John Herbert e Antunes Filho e dirigida por Antunes Filho. Fez “Um Bonde Chamado Desejo”, “Putz”, “Esperando Godot,” dirigiu “Os Rapazes da Banda”, depois participou de “Quando o Coração Floresce”, “Querida Mamãe” e “O Manifesto”. No teatro, Eva Wilma fez as peças “À Margem da Vida”, “Não Se Sabe Como” (Assistência de Produção), “O Demorado Adeus”, “Esta Noite é Nossa”, “Escrever Sobre Mulheres”, “A Rosa dos Ventos”, “Sem Entrada e Sem Mais Nada”, “Lição de Botânica”, “A História do Soldado”, “As Feiticeiras de Salem”, “A... de Amor”, “Oh! Que Delícia de Guerra”, “Ato Sem Perdão”, “Confissões de Penélope”, “Pequenos Assassinos”, “Infidelidades”, “Blanche de Bois”, “Dois Mil Anos de Teatro”, “O Gravador”, “Cyrano de Bergeree”, “Antígona”, “O Rei David”, “A Dança e o Gravador”, “O Leopardo”, “Pato Com Laranja”, “A Mulher de Pedra”, “Desencontros Clandestinos”, “O Menino do Arco íris”, “Viagem Sem Volta”, “Alice”, “Uma Cama Para Três”, “O Nego Léo”, “O Preço”, “As Pessoas da Sala de Jantar”, “Love Letters - Cartas de Amor”, “A Louca”, “A Adoção”, “A Casa Em Que Traçámos Nossos Os Sonhos”, “Madame”, “Um Dia das Mães”, “Vivinha”, “Primeira Pessoa”, “Um Brinde ao Teatro”, “O Poeta”, Azul Resplendor” e “Quarta-Feira, Sem Falta, Lá Em Casa”. Eva Wilma interpretou (Baby Jane) na peça “O Que Terá Acontecido a Baby Jane?” ao lado de Nicette Bruno. O diretor italiano Luciano Salce convidou Eva Wilma para fazer uma participação como figurante no filme “Uma Pulga na Balança” na “Companhia Cinematográfica Vera Cruz”, simultaneamente, Eva Wilma participou do documentário do “IV Centenário de São Paulo” e “Se a Cidade Cantasse” do diretor Tito Banini. Eva Wilma protagonizou dois filmes ao lado de Procópio Ferreira, “O Homem dos Papagaios” e “A Sogra”, ambos do diretor Armando Couto e o drama de José Carlos Burle, “O Craque”. Eva foi a estrela da cinebiografia do cantor “Francisco Alves: Chico Viola Não Morreu”, de Roman Vanoly Barreto, em co-produção com a “Atlântida” e “Sonefilme” da Argentina. Eva Wilma volta a trabalhar com José Carlos Burle na comédia, “O Cantor e o Milionário”. Eva Wilma atuou no policial “Cidade Ameaçada” de Roberto Faria, na aventura “A Ilha” de Walter Hugo Khouri e no suspense “O Quinto Poder” de Alberto Pieralisi. Eva Wilma começa a trabalhar em coproduções estrangeiras, “A Moça do Quarto 13“ do americano Richard Cunha, simultaneamente, trabalha em filmes sob os olhos do alemão Horst Hachler como “Noites Quentes em Copacabana” e “Convite ao Pecado”. Premiada no Brasil e exterior, Eva Wilma, participa do filme “São Paulo S/A” do diretor Luiz Sérgio Person, onde interpreta (Luciana), a jovem esposa ambiciosa de um alto funcionário da indústria paulista em busca de ascensão social. Depois, Eva participa de comédias como “A Arte de Amar Bem - Episódio 1: A Inconveniência de Ser Esposa”, baseada na peça homônima de Silveira Sampaio, sob direção de Fernando de Barros, da co-produção Brasil-México,”Juegos Peligrosos - Episódio 2: Divertimento” do diretor mexicano Luiz Algoriza e “Cada Um Dá O Que Tem - Episódio 2: Cartão de Crédito”, sob direção de John Herbert. De Ricardo Bandeira faz uma pequena participação no filme religioso “O Menino Arco-Íris (A Vida de Jesus Cristo)”. Eva Wilma representa a abnegada mãe de um jogador de futebol em “Asa Branca, um Sonho Brasileiro” do diretor Djalma Limongi Batista, e o “Feliz Ano Velho” de Roberto Gervitz. No cinema, Eva Wilma esteve ainda nos filmes “Ângela”, “Assim Era a Atlântida”, “Chico Viola Não Morreu”, “Asa Branca – Um Sonho Brasileiro”, “Contracena”, “O Homem de Outra Face”, “Assassinato em Copacabana”, “A Moça do Apartamento 13”, “Mord in Rio”, “Tödlicher Karneval”, “A Marcha”, “Veias e Vinhos”, “Person”, “O Signo da Cidade”, “Paulo Gracindo - O Bem-Amado”, “A Guerra dos Vizinhos”, “Estranhos na Noite: Mordaça no Estadão em Tempos de Censura” e “Minha Mãe, Minha Filha”. Em rádio, Eva Wilma fez muitos trabalhos, com destaque para a (Estela) da rádio novela “O Leopardo”, a (Professora Helena) na rádio novela “Os Inocdentes” e a (Arlete) da rádio novela “A Mulher de Pedra”, todas na “Rádio Nacional” de São Paulo. Eva Wilma trabalhou também na “Radio Mulher”. Eva Wilma fez também as fotonovelas “A Escalada” (Tereza), “Santa Rita” (Rita de Cássia), “Uma Esperança no Ar” (Lili), “Ninguém Crê em Mim” (Rebeca), “Meu Pé de Laranja Lima” (Jandira), “Mulheres de Areia” (Ruth/Raquel) e “Pedra Sobre Pedra” (Hilda Pontes). Eva Wilma estreou na televisão quando Cassiano Gabus Mendes a convidou para atuar no seriado “Namorados de São Paulo”, ao lado de Mário Sérgio. Posteriormente, Gabus Mendes mudou o título da série para “Alô, Doçura” e esta foi protagonizada por Eva Wilma e John Herbert durante dez anos. O seriado entrou para o “Guiness Book” como o mais longo do país. John Herbert e Eva Wilma formaram o principal casal da televisão brasileira. Depois do sucesso em “Alô Doçura” eles trabalharam na Record, protagonizando duas novelas: “Comédia Carioca” e “Prisioneiros de Um Sonho”, de Roberto Faria. O casal retornou à TV Tupi e fez trabalhos importantes como “A de Amor” e “Confissões de Penélope”. Eva Wilma comoveu os telespectadores como a meiga (Ana Maria) de “Ana Maria Meu Amor”, fez “Fatalidade” e a vilã (Jane) de “Angústia de Amar”, novela baseada no filme “O Que Aconteceu a Baby Jane?”. Eva Wilma recebeu reconhecimento internacional ao trabalhar em “O Amor Tem Cara de Mulher”, de Cassiano Gabus Mendes. Eva Wilma atuou em “Nenhum Homem é Deus”, de Lauro César Muniz. Eva Wilma se tornou ao lado de Carlos Zara um dos principais pares românticos da televisão brasileira. Eva Wilma atuou em novelas importantes como “Meu Pé de Laranja Lima” (Jandira) e aem “Nossa Filha Gabriela”, ambas de Ivani Ribeiro. Em “A Revolta dos Anjos”, da psicóloga Carmen Silva, interpretou (Sílvia). Eva Wilma interpretou as gêmeas (Ruth) e (Raquel), de “Mulheres de Areia”, novela de Ivani Ribeiro. Eva Wilma trabalhou em duas novelas de sucesso da Ivani Ribeiro, “A Barba Azul” e “A Viagem” e depois, participou de duas novelas de Sérgio Jockyman, “O Julgamento” e “Roda de Fogo”. Eva fez o remake de “O Direito de Nascer”. Com o fim da TV Tupi, Eva Wilma foi contratada pela Rede Globo, onde exerceu seu lado humorístico nas novelas “Plumas e Paetês” e “Elas Por Elas”, fez a esquizofrênica (Laura) de “Ciranda de Pedra”, a autoritária (Francisca Moura Imperial) de “Transas e Caretas”, depois vieram a engraçada (Angelina) de “De Quina pra Lua”, a ex-militante política (Maura), que sofreu os horrores da ditadura militar, em “Roda de Fogo”, o sucesso “Sassaricando” e muitas outras novelas marcantes, como “Pedra Sobre Pedra”, “Pátria Minha” e “A Indomada”, na qual interpretou a cômica e perversa vilã (Maria Altiva Pedreira Mendonça de Albuquerque) que repetia sempre o bordão “Oxente, my God!”. Eva Wilma atuou em “História de Amor”, em que o autor Manoel Carlos criou um personagem só para ela, e fez também grandes produções como “O Rei do Gado”, “Esperança”, “Começar de Novo” e “Desejo Proibido”. Eva participou de séries de televisão como “Mulher”, “O Quinto dos Infernos”, “Os Maias”, “Um Só Coração”, “JK”, “Norma” e “Na Forma da Lei”. Em 2011 volta às novelas para interpretar (Tia Íris) em “Fina Estampa”. Em 2014 fez uma participação em “A Grande Família”, no papel da (Dra. Laura), a psicanalista da (Dona Nenê). Eva Wilma interpreta a “boa vida” e alcoólatra (Fábia) em “Verdades Secretas”. Dentre seus principais papéis estão as gêmeas (Ruth) e (Raquel) na primeira versão de “Mulheres de Areia” e (Dinah) na primeira versão de “A Viagem”, além de ter protagonizado o seriado “Alô, Doçura!” (inspirado no sitcom americano “I Love Lucy”), ao lado de seu primeiro marido, o ator John Herbert. Na Globo, interpretou personagens que oscilavam entre mocinhas e vilãs, sendo as mais marcantes, (Márcia) em “Elas Por Elas”, a perversa (Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque) na novela “A Indomada”, a (Dra. Martha) no seriado “Mulher,” a (Lucrécia) em “Começar de Novo” e a alcoólatra (Fábia) em “Verdades Secretas”. Eva Wilma participou da segunda temporada da série “Os Experientes”, passando a se dedicar ao show “Casos e Canções”, onde cantou varias musicas de Vinicius de Moraes, Inezita Barroso e outros, com seu filho John Herbert Junior e Willian Paiva. Na TV, os demais trabalhos de Eva Wilma foram o episódio “O Homem e as Armas” da série “Grande Teatro Monções”, os episódios “O Amor Que Não Morreu”, “Esta Noite é Nossa”, "Hamlet", "Fome", "Edipo Rei", Alegrias da Juventude”, “Uma Mulher e Três Palhaços”, "Torfuno", "Casa de Bonecas", Blanche de Bois”, “Cirano de Bergerac” e “Antígona” da série “Grande Teatro” na TV Tupi, os episódios “Escola de Viúvas” e “Tempestade de Verão” da série “Teatro do Rio” na TV Rio, o episódio “Esta Noite é Nossa” da série “Grande Teatro Nestlé”, o episódio “A Casa de Bernardete” da série “TV de Vanguarda”, o episódio “Com Honra e Glória” da série “Grande Teatro Walita”, o especial “Dois Mil Anos de Teatro” na TV Tupi, o episódio “Chantagem” (Vivian) na série “O Vigilante Rodoviário”, o episódio “O Gravador” da série “Teatro 2” na TV Cultura, os episódios “A Bolsa ou a Vida” e “A Adoção” da série “Você Decide”, o episódio “As Pessoas na Sala de Jantar” da série “Terça Nobre”, o episódio “Férias Sem Volta” (Laura) em “Brasil Especial”, o episódio “Adoniran Barbosa” na série “Por Toda a Minha Vida” e uma participação no especial de fim de ano de Roberto Carlos em 1992. Em Portugal, Eva Wilma fez uma participação especial na TV Herman SIC e na TV Sesc/Senac, Eva Wilma participou do especial “O Teatro Segundo Antunes Filho”, as novelas “Inocentes” (Helena), “Champanhe” (participação especial), “Guerra dos Sexos” (Beth), “Um Sonho a Mais”, “Alice, Alice” (Selma Alice), “Que Rei Sou Eu?” (Marquesa D`Anjou), “Mico Preto” (Nenê), “O Mapa da Mina” (Tatiana Torres de Almeida), “Páginas da Vida” (Juíza Vera de Alencar), “Esperança”, (Rosa), “Araguaia” (Beatriz Cardoso - Pierina) e “O Tempo Não Para” (Drª. Petra Vaisánen), as minisséries “Anos Rebeldes” (Joana), “JK” (Luisa Negrão), “A Madona de Cedro” (Maria) “Um Só Coração”, o episódio “O Principe Encantado” (Vera) da série “Malu Mulher”, o episódio “Negro Léo” da série “Caso Especial”, o episódio “Elas Não Usam Black-Tie” (Dona Inês) da série “Delegacia de Mulheres”, o episódio “A Louca (Iara) da série “Você Decide”, o episódio “Fazer as Pazes é Normal” da série “Os Normais” e o especial de fim de ano “Clara e o Chuveiro do Tempo (Vó Bila), a (Leila) do programa “Os Galãs Atacam na Madrugada” e foi apresentadora dos programas “Hit Parade” (TV Rio) e “Nem Eva, Nem Wilma, Simplesmente Vivinha”. Eva Wilma foi garota propaganda de TV para comerciais das marcas “Desodorante Mim”, “Televisor Philco”, “Açucar União/Livro de Receitas”, “Vasp”, “Empreendimentos Riviera”, “Parliament Gigarretes Airport” (EUA/Inglaterra) e “Triactin AntiAcid” (EUA). O último trabalho de Eva Wilma foi para a Internet, onde transmitiu o show “Casos e Canções” para a série “Cultura em Casa” durante a pandemia da COVID-19. Durante a carreira, Eva Wilma recebeu diversas homenagens. Uma em Cuba por sua atuação em “O Amor Tem Cara de Mulher”, outra homenagem especial por sua atuação em “A Ilha” no “Festival de Berlim”, no “Festival de Veneza” foi destaque pelo júri popular, foi convidada para ser palestrante no “Giffoni Film Festival” (Itália), em evento realizado em São Paulo e um teatro que leva seu nome no bairro do Tatuapé em São Paulo inaugurado por ela, o “Teatro Eva Wilma”. Eva Wilma foi uma atriz muito premiada. Foram noventa e três prêmios no total. Eva Wilma ganhou diversos rêmios em distintas categorias: revelação feminina, melhor atriz de teatro, melhor atriz de cinema, melhor atriz de televisão, melhor atriz coadjuvante, melhor vilã, melhor atriz de série, destaque feminino, melhor participação feminina, homenagem especial, prêmio especial, menção honrosa, contribuição artística, extraordinária contribuição ao entretenimento, carreira honorária e a maioria absoluta como melhor atriz. Uma curiosidade: Em 1973, a ganhadora do “Troféu Imprensa” de melhor atriz foi Regina Duarte pelo seu trabalho na novela “Carinhoso”. Ao receber o prêmio das mãos de Sílvio Santos, no programa ao vivo que ainda era na TV Globo, Regina Duarte não o aceitou como seu e disse que passaria para a verdadeira merecedora, Eva Wilma. Eva Wilma foi casada com o ator John Herbert com quem teve dois filhos Vivien Riefle Buckup e John Herbert Riefle Buckup (que lhe deu CINCO netos) e com o também ator Carlos Zara. Em 2016, Eva Wilma foi hospitalizada (por TRÊS semanas) devido a uma embolia pulmonar leve.