Argemiro Gomes de Andrade Jr.                    

(Fortalez/CE, 14 de setembro de 1945)                        

(Sobradinho/DF, 04 de maio de 2019).

Andrade Jr. foi um ator, diretor, produtor e professor de interpretação brasileiro com atuação em teatro, cinema e TV. Cearense radicado em Brasília, Andrade atuou em dezenas de peças e filmes. Argemiro Gomes de Andrade Júnior tinha dez irmãos todos filhos do taxista Argemiro Gomes de Andrade e da costureira Anésia Pinheiro de Andrade. A família se mudou para Brasília para recomeçar a vida depois da trágica morte de um dos filhos, atropelado em Fortaleza. Em Brasília, ainda na adolescência, Andrade Jr. trabalha vendendo jornal no aeroporto e lanche nos canteiros de obra da capital. Como sabia ler e escrever foi convidado para trabalhar no almoxarifado da construção do “Palácio do Planalto”. Quando a Vila Amaury, onde vivia com a família foi inundada para a construção do Lago Paranoá, recebem um lote em Sobradinho e lá se estabelecem. Trabalhando na reprografia do “Colégio de Sobradinho”, Andrade Jr. conheceu Talma, com se casou e teve três filhos, Randal, Hugo e Cássia. É nessa época que Andrade Jr. começa a fotografar por hobby. Andrade Jr. é flagrado de relance pela câmera de Vladimir Carvalho no documentário “Vestibular 70”, enquanto aguardava para fazer a prova do vestibular de química da “UnB” (foi aprovado, mas não concluiu o curso). Anos mais tarde, Andrade Jr. abre um cine-foto no “Instituto Central de Ciências” da “Universidade de Brasília”. Foi no “Colégio de Sobradinho”, ainda no ginásio, que Andrade teve o primeiro contato com as artes cênicas. Por causa da ausência de um colega, Andrade foi promovido na última hora de assistente de direção a ator e a peça, que era um drama, virou comédia. Nas décadas seguintes Andrade iria trabalhar com importantes encenadores de Brasília, como Dimer Monteiro, Jesus Vivas, B. de Paiva, Mangueira Diniz e Túlio Guimarães. O último trabalho de Andrade Jr. nos palcos foi no espetáculo “As Ridículas”, texto de Molière e direção de Miriam Virna. Por causa do cine-foto na “UnB”, Andrade Jr. se aproximou dos estudantes de cinema e participou de dezenas de curtas universitários e filmes de conclusão de curso, como “Nada Consta” de Santiago Dellape, pelo qual recebeu dois prêmios de melhor ator, mesmo tendo papel coadjuvante. Outros curtas premiados de cineastas egressos da “UnB” dos quais participou são “Tepê” de José Eduardo Belmonte, “Macacos me Mordam” de Érico Cazarré, “Ratão” de Santiago Dellape, “Meu Amigo Nietzsche” de Fáuston da Silva e “Rosinha” de Gui Campos, pelo qual Andrade Jr. recebeu dois prêmios de melhor atuação, divididos com os companheiros de cena Maria Alice Vergueiro e João Antônio. Seu derradeiro filme, “King Kong em Asunción” de Camilo Cavalcante foi também o primeiro longa-metragem como protagonista. Andrade Jr. não chegou a ver o filme pronto, mas foi homenageado postumamente com o “Kikito” de melhor ator no “48º Festival de Cinema de Gramado” pelo papel do protagonista, o (Velho).  Outro papel de destaque foi o de (Papai Noel), no telefilme de Natal “Meio Expediente” de Santiago Dellape, veiculado pela TV Globo e reprisado pela Globo-DF no dia em que Andrade faleceu. Andrade Jr. fez ainda os filmes “A Terceira Margem do Rio”, “No Coração dos Deuses”, “Celeste & Estrela” (Geraldo Gama), “Nada Consta” (Silva), “Dez Reais”, “Além dos Olhos”, “Sínfdrome de Pinocchio” (Ba’al), “KCRisis”, “Deus”, “Faroeste Caboclo”, “A Repartição do Tempo” (Pacheco), “Como Largar de Palhaçada” (Pipoca) e “Príncipe do Gueto” (Vereador). Na TV, Andrade Jr. fez também o (Pardal) no especial “Fuga de Natal” da TV Globo. Em reconhecimento à sua importância para o cinema, o teatro e as artes do Distrito Federal, Andrade Jr. recebeu a honra inédita de ser velado no foyer do “Cine Brasília”, templo máximo do cinema candango. Andrade Jr. morreu de infarto.