Alfredo da Rocha Vianna Filho
(Rio de Janeiro/RJ, 04 de maio de 1987)
(Rio de Janeiro/RJ, 17 de fevereiro de 1973).
Pixinguinha foi um maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro. Seus documentos são um pouco desencontrados, tanto que o seu nome completo, às vezes aparece como Filho e às vezes como Junior. Pixinguinha, seu apelido, era o que importava para ele, que jamais ligou para o nome. Quanto ao apelido Pixinguinha, do qual gostava, ele dizia que vinha de "Pizindim", que lhe dera sua vó africana Edwiges e que queria dizer menino bom. Mesmo com respeito a isso há controvérsias, pois segundo Almirante, famoso homem de rádio, Pixinguinha vinha de "Pizinguim", que em dialeto africano é menino bobo. E há ainda os que dizem que seu apelido veio de "Bexiguinha", pois ele, quando garoto, tivera a terrível doença que lhe deixou o rosto marcado. Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira. Contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva. Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos. Pixinguinha aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o China (Otávio Vianna). Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do “Cine Rio Branco”. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista. Pixinguinha integrou o famoso “Grupo Caxangá”, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto “Oito Batutas”. Pixinguinha foi contratado como arranjador pela gravadora “RCA Victor”, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves ou Mário Reis. Pixinguinha foi substituído na função por Radamés Gnattali. Pixinguinha passou a integrar o regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias. Quando Pixinguinha compôs "Carinhoso” e "Lamentos" que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, "Carinhoso" na época não foi considerado choro, e sim uma polca. Outras composições de Pixinguinha, entre centenas, são "Rosa", "Vou Vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele Tempo" e "Sofres Porque Queres". Pixinguinha estudou no “Instituto Nacional de Música”, instituição incorporada à “Universidade do Brasil”, que atualmente é a “Universidade Federal do Rio de Janeiro”. Em 1964, Pixinguinha ficou internado por mais de um mês, e teve que abdicar da bebida , comida e parar de tocar saxofone. Dois anos depois, quando o médico lhe permitiu tocar saxofone. Pixingujinha fez trilhas sonoras de filmes como “Sol Sobre Lama” e “Um Dia Qualquer”. No dia 23 de abril se comemora o “Dia Nacional do Choro”. A data foi criada como homenagem ao que se acreditava ser a data de nascimento de Pixinguinha. Ela foi criada oficialmente em 04 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da “Escola de Choro Raphael Rabello”. Apesar disso, a data de comemoração do estilo musical criado pelo artista permaneceu inalterada. Pixinguinha foi homenageado pela escola de samba “Portela” com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha" que foi campeã do carnaval carioca naquele ano. Pixinguinha foi homenageado pela escola de samba “Mocidade Unida da Mooca” campeã do quarto grupo. Em Olaria, onde Pixinguinha morou foi inaugurada pelo prefeito Negrão de Lima, a rua Pixinguinha. Pixinguinha ganhou uma estátua no “Bar da Portuguesa” em Ramos. Foi feita da forma que ele passou os últimos anos de sua vida, feliz e de pijamas na mesa daquele bar. Quando Pixinguinha foi regente da peça “Tudo Preto”, conheceu a cantora e atriz Jandira Aymoré, cujo nome verdadeiro era Albertina Pereira Nunes. Eles namoraram e se casaram. Por ter sido comprovada a existência de esterilidade no casal, resolveram adotar um filho, que recebeu o nome de Alfredo da Rocha Vianna Neto. Pixinguinha passou os últimos anos de sua vida em Ramos, bairro que adorava e morreu, de infarto, na igreja de “Nossa Senhora da Paz”, quando seria padrinho em uma cerimônia de batismo.