Severino Dias de Oliveira
(Itabaiana/PB, 26 de maio de 1930)
(João Pessoa/PB, 14 de dezembro de 2006).
Sivuca foi um multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor, orquestrador e cantor brasileiro. Suas composições e trabalhos incluem ritmos, choros, frevos, forrós, jazz, baião, música clássica, blues, entre muitos outros. Sivuca ganhou uma sanfona de presente do seu avô Pablo Juacir num dia de São João quando tinha nove anos. Aos trinta e quatro anos, Sivuca ingressou na “Rádio Clube de Pernambuco” no Recife. Sivuca fez parte do elenco da “Rádio Jornal do Comercio”. Sivuca gravou o primeiro disco em 78 rotações, pela “Continental” com "Carioquinha do Flamengo" e "Tico-Tico no Fubá". Sivuca lançou o primeiro sucesso nacional, em parceria com Humberto Teixeira, "Adeus, Maria Fulô" (que foi regravado numa versão psicodélica pelos “Mutantes”). Sivuca foi morar no Rio de Janeiro. Após apresentações na Europa como acordeonista de um grupo chamado “Os Brasileiros”, Sivuca chegou a morar em Lisboa e Paris. Sivuca foi considerado o melhor instrumentista pela imprensa parisiense. Sivuca gravou o disco "Samba Nouvelle Vague" pela “Barclay” com vários sucessos de bossa-nova. Sivuca morou em Nova Iorque (durante mais de doze anos) onde, entre outros trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso "Pata Pata" de Miriam Makeba com quem então viajou pelo mundo. Harry Belafonte o convidou para arranjar e tocar no especial dele e de Julie Andrews, na TV NBC, na cidade de Los Angeles. Sivuca fez uso de violão e sanfona, arranjou para orquestra de cordas, a quatro mãos, com o compositor e arranjador Nelson Riddle, inclusive o arranjo de uma canção escrita para Julie Andrews homenagear Vincent van Gogh. Sivuca compôs trilhas para os filmes “Os Trapalhões na Serra Pelada” e “Os Vagabundos Trapalhões”. Um dos discos mais emblemáticos da carreira de Sivuca é o “Sivuca Sinfônico” da “Biscoito Fino”, em que ele toca ao lado da “Orquestra Sinfônica do Recife” sete arranjos orquestrais de sua autoria, um registro inédito e completo de sua obra erudita. Sivuca lançou o DVD “Sivuca - O Poeta do Som” que contou com a participação de cento e sessenta músicos convidados. Foram gravadas treze faixas, além de duas reproduzidas em parceria com a “Orquestra Sinfônica da Paraíba”. Muitas partituras de Sivuca foram doadas por sua viúva, Glória Gadelha ao acervo da “Fundação Joaquim Nabuco” do Recife. A doação a uma instituição pernambucana deveu-se a uma dívida de gratidão que o próprio Sivuca dizia ter com o Recife em sua formação musical. O legado de Sivuca permanece vivo para as próximas gerações. Sivuca deixou a esposa, a cantora e compositora Glorinha Gadelha, uma filha, Flávia e mais três netos, Lirah, Lívia e Pedro. Sivuca morreu depois de dois dias internado para tratamento de um câncer que o acometeu já havia dois anos.