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HERIVELTO MARTINS (80 anos)

ID: h1147 Categoria: Cantores/Músicos Date : Friday 11th December 2020 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Herivelto de Oliveira Martins                 

 

(Vila de Rodeio/RJ, 30 de janeiro de 1912)            

(Rio de Janeiro/RJ, 17 de setembro de 1992).

 

Herivelto Martins foi um dos maiores compositores brasileiros e foi também cantor, músico e ator com atuação em circo, rádio, teatro, cinema e TV. Herivelto ficou conhecido como criador do célebre conjunto vocal Trio de Ouro, que durante as primeiras décadas do século passado foi um dos mais importantes grupos brasileiros. Suas canções já foram regravadas por diversos artistas dos mais variados estilos musicais, sendo sua obra considerada uma das mais importantes da época de ouro da MPB. Filho do agente ferroviário Félix Bueno Martins e da costureira e doceira Dona Carlota, Herivelto Martins, aos três anos de idade já se apresentava de casaca, declamando versos em eventos organizados por seu pai. A família se mudou para Barra do Piraí, onde Félix fundou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca Florescente de Barra do Piraí”, que além de bailes, criava e dirigia espetáculos teatrais. Félix organizou, ainda, o grupo “Pastorinhas de Barra do Piraí”, que se apresentava no Natal, com Herivelto vestido de "Papai Noel". As atividades artísticas do pai motivaram o pequeno Herivelto a criar o seu próprio grupo teatral, com seus irmãos Hedelacy, Hedenir e Holdira e alguns meninos da vizinhança. Aos nove anos de idade, Herivelto compôs a paródia Quero Uma Mulher Bem Nua” (“Quiero Una Mujer Desnuda”) e o samba Nunca Mais” que não foi gravado. Aos dez anos, Herivelto aprendeu música na banda “Sociedade Musical União dos Artistas de Barra do Piraí”, onde tocou bombardino, pistom e caixa até a idade de dezenove anos, mas apresentava preferência pelo violão e cavaquinho, que já arranhava. Herivelto era músico da banda. Os problemas financeiros eram constantes, assim como as discussões domésticas. Herivelto e seus irmãos ajudavam, vendendo os doces que sua mãe fazia. A família acabou falindo e perdendo a casa, para pagamento de dívidas da “Sociedade” fundada por Félix. Aos doze anos de idade, Herivelto foi ser caixeiro numa loja de móveis, emprego que o pai lhe arranjou. Com apenas treze anos, Herivelto conheceu os artistas circenses Zeca Lima e Colosso, que passavam pela cidade e com eles formou um trio e seguiu para Juparanã, onde apresentaram um grandioso espetáculo. Durante um ano, o trio se apresentou pelo interior do Rio de Janeiro, até que, procurados pela polícia, Colosso e Zeca Lima foram presos em Vassouras e o delegado mandou Herivelto para casa. Com a promoção de Félix, a família foi morar no Brás em São Paulo e Herivelto se empregou em um botequim, onde ganhou o apelido de “Carioca”. Após mais uma discussão com o pai, aos dezoito anos de idade e com apenas um conto e duzentos réis no bolso, Herivelto partiu para o Rio de Janeiro, com o desejo de tentar uma carreira artística. Herivelto passou a dividir o aluguel de um pequeno quarto com seu irmão, Hedelacy e mais seis rapazes, quatro deles mortos na revolução de 32. Para sobreviver, Herivelto teve que vender o relógio “Roskoff - Estrada de Ferro", presente de seu padrinho. No Rio de Janeiro, Herivelto foi palhaço de circo, vendedor, ajudante de contabilidade e, aos sábados, fazia barbas na barbearia onde o irmão Hedelacy trabalhava. Com o dinheiro da gorjeta, garantia o "Feijão à Camões" (prato fundo com feijão preto e uma colher de arroz no meio) da semana, no bar do seu Machado. Foi no bar do seu Machado que Herivelto recebeu o convite de seu Licínio, para gerenciar sua barbearia no Morro de São Carlos. Era sua oportunidade de conhecer os grandes sambistas que ali moravam. Foi no São Carlos onde Herivelto conheceu o compositor José Luís da Costa (Príncipe Pretinho) que lhe apresentou a J.B. de Carvalho do ”Conjunto Tupi”, amigo do dono da gravadora RCA Victor”. Herivelto Martins, através de uma parceria com J.B. de Carvalho, conseguiu lançar, pela RCA Victor sua composição “Da Cor do Meu Violão”, homenagem a uma namorada que teve no bairro do Carvão, em Barra do Piraí, que seu pai insistia em dizer que era escura demais para ele. A marchinha fez grande sucesso no carnaval daquele ano, o que levou Herivelto a integrar o coro do “Conjunto Tupi” como ritmista. Herivelto inovou ao fazer breques durante as gravações, quando isso não era permitido e por essa e outras iniciativas, Mister Evans, diretor geral da RCA Victor o promoveu a diretor do coro. Herivelto teve mais duas músicas gravadas, O Terço do Zé Faustino” pelo “Conjunto Tupi” e O Enterro da Filomena” pelo “Conjunto RCA”. Numa época em que o samba ainda não havia descido o morro e ganhado a cidade, Herivelto criou várias músicas para homenagear a Estação Primeira de Mangueira”, entre elas, Saudosa MangueiraeLá em Mangueira”. Herivelto Martins e Francisco Sena, seu colega no “Conjunto Tupi” começaram a ensaiar algumas canções, entre as quais a música Preto e Branco”.  O “Teatro Odeon” estava a procura de um grupo que pudesse se apresentar nos intervalos das sessões. O “Conjunto Tupi” se apresentou e não foi aprovado. A convite de Vicente Marzulo, Herivelto e Francisco fizeram o teste, em dueto, chamando a atenção de todos. Foram contratados. O nome da dupla, “Preto e Branco”, foi dado por Marzulo. Herivelto passou a compor para a dupla. Herivelto gravou com Francisco Sena, o primeiro disco da “Dupla Preto e Branco”, lançado pela Odeon”, contendo os sambas Quatro Horas” e Preto e Branco”. Em parceria com Francisco Sena, Herivelto compôs as marchas A Vida é Boa” gravada por Carlos Galhardo e Vamos Soltar Balão” gravada pela dupla. Herivelto gravou, ainda, Como é Belo”. A “Dupla Preto e Branco” gravou as marchas Bronzeada”, Passado, Presente, Futuro”, Um Pouquinho Só” e Bela Morena” e fez algumas apresentações na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, mas o sucesso foi interrompido com a morte de Francisco Sena. Herivelto passou a atuar sozinho, até ser contratado pelo “Teatro Pátria”, onde criou o palhaço caipira (Zé Catinga) que fez muito sucesso, principalmente com as crianças. No ano seguinte, um amigo de infância de Herivelto lhe apresentou seu irmão, o cantor e compositor Nilo Chagas, com quem Herivelto formou a nova “Dupla Preto e Branco” por ter gostado da voz de Nilo. A “Dupla Preto e Branco” gravou, junto com Dalva de Oliveira, o batuque “Itaquari” e a marcha “Ceci e Peri”. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga”, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro”. Herivelto conheceu Maria Aparecida Pereira de Mello, sua primeira mulher, com quem teve os filhos Hélcio Pereira Martins e Hélio Pereira Martins. A convivência durou, aproximadamente, cinco anos. O casal se separou porque Maria não aguentou as bebedeiras e traições de Herivelto. No “Cine Pátria”, Herivelto conheceu Dalva de Oliveira e passaram a cantar em dueto. Iniciaram um namoro e, pouco depois, uma convivência conjugal, oficializada num ritual de umbanda, que gerou os filhos Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A união durou até quando as constantes brigas e traições da parte dele deram fim ao casamento. Mesmo casado, Herivelto passava as noites fora de casa, bêbado e com prostitutas. Depois da separação oficial do casal e o fim da primeira formação do Trio de Ouro”, Herivelto e Dalva iniciaram uma discussão, inclusive através das composições que gravaram, bastante explorada pelos jornais e revistas da época. Depois de uma pequena turnê na Venezuela, Herivelto saiu de casa e tirou de Dalva a guarda dos filhos, mandando-os para um internato. Herivelto passou a publicar em todos os jornais que Dalva era prostituta e promovia orgias dentro de casa, dando inicio assim às canções "de guerra" de um para o outro. Do lado de Herivelto, ficaram Lupicínio Rodrigues, Nélson Cavaquinho e Wilson Batista. E do lado de Dalva, Ataulfo Alves, Marino Pinto, Mario Rossi e Heitor dos Prazeres. Dessa fase fizeram sucesso as músicas “Errei, Sim”, ”Abajur Lilás”, ”Tudo Acabado”,  ”Palhaço” e “Vingança”. Todas se concatenavam, e umas respondiam às outras. O público delirava, acompanhando a briga conjugal. E os compositores se divertiam com a briga do casal, ao mesmo tempo em que suas músicas faziam sucesso e vendiam muito. Herivelto passou a namorar a aeromoça Lurdes Nura Torelly, uma mulher desquitada, que tinha um filho do primeiro casamento. Ela era muito rica, de família influente, sendo prima do Barão de Itararé. O casal passou a viver junto, tendo oficializado a união. Herivelto e Lurdes geraram três filhos, Fernando José (já falecido), a atriz Yaçanã Martins e Herivelto Filho, além dele criar o filho de Lurdes como seu. O casamento durou até a morte de Lurdes. Herivelto Martins foi homenageado pela escola de samba Unidos da Ponte”, com o enredo Tá na Hora do Samba, Que Fala Mais Alto, Que Fala Primeiro”. Herivelto participou do desfile. Herivelto Martins morreu de embolia pulmonar.

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