Lauro Del Corona
(Rio de Janeiro/RJ, 06 de julho de 1957)
(Rio de Janeiro/RJ, 20 de julho de 1989).
Lauro Corona foi um ator brasileiro com atuação em teatro, cinema e TV. Nascido na classe média alta da zona sul carioca, Lauro começou a trabalhar aos dezesseis anos como vendedor na butique de sua mãe. Um ano depois, partiu para a carreira de modelo e fez os primeiros filmes publicitários, propaganda para a “Coca-Cola” e para o “Bob's”, onde chamou a atenção do diretor Marcos de Sá, que o convidou para fazer um curso de teatro. Lauro Corona fez a peça “Seu Sol, Dona Lua”, mas foi ao atuar na peça infantil “Simbad, o Marujo”, no Rio de Janeiro que foi descoberto por Ziembinski e Paulo José que o convidaram para participar do “Caso Especial” no episódio “Ciranda, Cirandinha” que deu origem à série do mesmo nome. A partir daí, participou de diversas novelas e filmes, tendo se destacado, inicialmente em “Dancin' Days” de Gilberto Braga, em que era par romântico da personagem de Glória Pires. “Dancin' Days” bateu recordes de audiência e virou febre nacional, novela pela qual Lauro Corona venceu o cobiçado prêmio “APCA” de melhor ator logo na sua estreia na TV. O ator também foi sucesso nas novelas “Marina”, “Baila Comigo”, grande êxito de audiência onde o seu personagem (Câe Maia) fez seu penteado e o uso de bandana, serem copiados por todo o país. Lauro ainda estrelou as novelas “Elas Por Elas” e outras duas novelas de imenso sucesso, “Louco Amor” e “Corpo a Corpo”, ambas de Gilberto Braga e um clássico das novelas das seis horas, “Direito de Amar”, última e marcante parceria com Glória Pires. O sucesso de Lauro Corona na televisão abriu as portas ao cinema. Corona protagonizou os filmes “O Sonho não Acabou” e “Bete Balanço” no qual fez par romântico da personagem de Débora Bloch. “Bete Balanço” teve música tema da banda “Barão Vermelho” cantada por Cazuza. O senso comum, aliás, espalhou o boato de que Cazuza e Lauro seriam primos, tanto pela sua incrível semelhança física, como também talvez por serem da mesma faixa etária e terem morrido da mesma doença, mais ou menos na mesma época, porém a informação é incorreta e não há qualquer grau de parentesco entre eles. Laurinho, como era chamado pelos colegas de trabalho, era grande amigo da também atriz Glória Pires. Querido por todos do meio artístico, ele era unanimidade entre os colegas de trabalho e pelo público em geral que acabou o coroando como "o galã das seis", horário comumente reservado para histórias de amor e de conteúdo leve. Astros da magnitude de Glória Pires, Miguel Falabella, Elke Maravilha, Suzana Vieira e Tássia Camargo já vieram a público dizer o quanto admiravam o ator. Sua popularidade era tanta que mereceu até um episódio no “Tele-Tema” com o título de “O Sequestro de Lauro Corona”. Lauro Corona alcançou algum sucesso como cantor e apresentador do programa ”Globo de Ouro”. Algumas das músicas que gravou são “Não Vivo Sem Meu Rock”, “O Céu Por um Beijo”, “Tudo Pode Acontecer” e “Tem que Provar”. Lauro fez uma minissérie, “Memórias de um Gigolô” que foi considerado pela crítica especializada como um dos seus melhores desempenhos diante as câmeras. A última novela foi “Vida Nova” no papel de um imigrante português que namorava uma judia brasileira, interpretada por Deborah Evelyn. Lauro Corona foi um dos galãs mais queridos da história da TV brasileira e um dos melhores atores de toda uma geração, sendo por um bom tempo, líder em correspondências da TV brasileira, superando os até então imbatíveis, Tarcísio Meira e Francisco Cuoco. Lauro Corona fez, sempre com sucesso, as novelas “Os Gigantes” e “Vereda Tropical” e foi apresentador do “Vídeo Show” e do programa de variedades “Cometa Loucura”. Discreto quanto sua vida pessoal, Lauro era homossexual e foi uma das primeiras personalidades brasileiras a morrer de complicações decorrentes do vírus HIV. O personagem na novela “Vida Nova” teve um final apressado, com uma viagem para Israel, por causa da doença do ator. A última cena mostrava um carro preto partindo numa noite chuvosa, ao som do poema "Viajar! Perder Países!" de Fernando Pessoa, declamado em off pelo próprio ator. O atestado de óbito de Lauro Corona apontou como causas da morte, complicações por infecção, miocardite, insuficiência renal e hemorragia digestiva alta. Em nenhum momento foi citada a palavra AIDS, o que reforçou um comportamento adotado pelo jovem galã e dos familiares nos últimos meses de vida: negar veementemente a doença. Lauro Corona não comentava com os amigos que era portador do vírus e nem aceitava a condição - tratava os sintomas das doenças oportunistas com homeopatia. Os boatos de que estaria com AIDS surgiram quando o ator pediu afastamento da novela “Vida Nova”, da qual era protagonista, alegando estafa. Lauro se instalou em Campos do Jordão, no Estado de São Paulo, para poder descansar e repor as energias. Voltou dois meses depois, muitos quilos mais magro e com uma visível queda de cabelo. Logo em seguida mudou-se para a casa dos pais, isolando-se até mesmo dos amigos. Quando o estado de saúde piorou, foi internado, mas os pais proibiram a “Clínica São Vicente” na Gávea de dar qualquer informação à imprensa sobre o estado de saúde do filho. Sua morte causou grande comoção nacional. Seu rosto estampava as capas das revistas “Amiga”, “Contigo!”, “Ilusão” e “Sétimo Céu”, entre outras. Os fãs choraram a sua morte. O Canal Viva elegeu Lauro como o "maior galã dos anos 80" e isso garantiu ao astro, lugar reservado entre o restrito grupo dos cinco maiores galãs da história da TV Globo. Lauro Corona morreu depois de nove dias internado.