Maria José de Macedo

(Silva Jardim/RJ, 06 de maio de 1916)                        

(Rio de Janeiro/RJ, 08 de outubro de 1999).

Zezé Macedo foi uma poetisa, humorista, comediante e atriz brasileira de rádio, cinema e televisão. Zezé Macedo nasceu no município fluminense de Capivari, hoje chamado Silva Jardim. Seu padrasto, Columbano Santos, tabelião e prefeito da cidade era partidário dos atores. Zezé estreou no teatro aos quatro anos de idade, interpretando a protagonista na peça “As Pastorinhas”. Na época, como não sabia ler, decorava os textos ao ouvi-los lidos por seu padrasto, o qual lhe encorajava bastante. Desde cedo, Zezé manifestou inclinação pela poesia. Aos quinze anos de idade, se casou com o mecânico e eletricista Alcides Manhães, desistindo de ser atriz e se mudando para Niterói. Com ele teve seu único filho, Hércules, morto com apenas um ano de idade ao cair do colo da avó paterna e fraturar o crânio. O casal se separou pouco depois. Zezé passou a trabalhar como escriturária e funcionária pública, antes de voltar a ser atriz. Através das amizades de seu padrasto, começou a ler poemas seus no “Grande Jornal Fluminense” transmitido aos domingos pela "Rádio Tamoio". O diretor artístico da emissora, Paulo de Grammont gostou de suas declamações e a contratou, sem salário, para o setor de radioteatro. No entanto, como não havia vagas, Zezé Macedo se tornou secretária de Dias Gomes e Rodolfo Mayer, permanecendo três anos nesta função. Aos poucos, porém, foi começando a fazer pontas nos programas de rádio, substituindo atrizes, lendo poemas, e, por conta disso, publicou seu primeiro livro de poesias, “Coração Profano”, um grande êxito de vendas. Por essa época, Zezé participou do programa “Lar, Doce Lar” substituindo a atriz que fazia a empregada doméstica, agradando bastante o público e, logo no dia seguinte, foi convidada por Paulo Porto e Olavo de Barros a se transferir para a "Rádio Tupi" o que lhe possibilitou o ingresso para a televisão. Foi através da televisão que o cineasta Watson Macedo a conheceu e convidou para estrelar em “O Petróleo é Nosso”. A partir de então, Zezé se tornou presença marcante no cinema, atuando primeiramente para diversas produtoras como a Watson Macedo Produções Cinematográficas, Cinelândia Filmes, Cinedistri, Brasil Vita Filmes, Flama Filmes, UCB, se celebrizando como comediante. Zezé Macedo participou dos filmes “Aviso Aos Navegantes”, “O Petróleo é Nosso”, “O Feijão é Nosso”, “Sinfonia Carioca”, “Carnaval em Marte”,  “Trabalhou Bem, Genival”, “Tira a Mão Daí”, “Quem Sabe, Sabe!”, “Tem Boi na Linha”, “Garotas e Samba”, “Maluco Por Mulher”, “Rico Ri à Toa”, “Rio Fantasia”, “Treze Cadeiras”, “De Vento em Popa” de Carlos Manga, no qual interpreta uma cantora de ópera, fugindo da imagem estereotipada de empregada doméstica, “A Grande Vedete”, “É de Chuá”, “E o Espetáculo Continua”, “Aguenta o Rojão”, “O Camelô da Rua Larga”, “O Homem do Sputnik”  considerado pelos cinéfilos como um das melhores chanchadas, “Esse Milhão é Meu”, “Dona Xepa”, “Virou Bagunça”, “Cala a Boca, Etelvina”, “Minervina Vem Aí”, “Três Colegas de Batina”, “O Santo Módico”, “As Cariocas”, “Macunaíma”, “Os Monstros de Babaloo”,  “Salve-se Quem Puder - Rally da Juventude”, “Mais ou Menos Virgem”, “Como é Boa Nossa Empregada”, “Os Mansos”, “Tati”, “As Mulheres que Fazem Diferente”, “Oh, Que Delícia de Patrão”, “Onanias, o Poderoso Machão”, “Robin Hood, o Trapalhão da Floresta”, “As Loucuras de Um Sedutor”, “O Padre Que Queria Pecar”, “O Monstro de Santa Teresa”, “Com as Calças na Mão”, “Pedro Bó, o Caçador de Cangaceiros”, “Gordos e Magros”, “Sete Mulheres Para Um Homem Só”, “Ele, Ela, Quem?”, “As Eróticas Profissionais”, “Secas e Molhadas”, “O Erótico Virgem”, “A Virgem Camuflada”, “Os Bons Tempos Voltaram: Vamos”, “O Rei do Rio”, “O Diabo na Cama”, “O Casamento dos Trapalhões”, “Natal da Portela”, “Fogo e Paixão” e “Escorpião Escarlate”. Nos filmes “De Vento em Popa”, “O Homem do Sputnik” e “Esse Milhão é Meu” atuou ao lado de Oscarito que foi quem exigiu a presença de Zezé nesses filmes. No cinema, estrelou, ainda, “Lana - Königin der Amazonen” filme alemão feito no Brasil em parceria com a "Atlântida". Zezé Macedo estrelou como a protagonista em “Eteia, a Extraterrestre em Sua Aventura no Rio” de Roberto Mauro, uma sátira ao “E.T” de Steven Spielberg. Zezé Macedo  ganhou um prêmio especial do júri no "Festival de Gramado" por sua atuação em “As Sete Vampiras” de Ivan Cardoso. Seu último filme longa-metragem foi “O Escorpião Escarlate” também de Ivan Cardoso, mais uma vez interpretando uma secretária do lar. Zezé Macedo oltou às telas de cinema no curta-metragem “Jaguardarte” de André Klotzel, no qual aparece declamando versos de Lewis Carroll. Zezé Macedo é a recordista feminina no Brasil em participações de cinema, tendo feito cento e oito filmes. Seu tipo físico, magra e baixa, sempre lhe garantiu papéis cômicos, apesar de ter sempre afirmado que também gostaria de representar papéis dramáticos em novelas. Oscarito dizia que ela era a maior comediante do cinema brasileiro. Grande Otelo a chamava de “Carlitos de Saias” e Ivan Cardoso de “primeira-dama do cinema brasileiro”.  Na época das chanchadas, Zezé Macedo ficou conhecida como a “empregadinha do Brasil” numa referência aos inúmeros papéis de empregada doméstica que interpretou ao longo de sua carreira. Zezé Macedo chegava a fazer três filmes por ano. A carreira no cinema foi impulsionada com o surgimento da pornochanchada. Com o declínio da chanchada Zezé passou a se dedicar mais ao teatro e à televisão, mas sem se afastar do cinema. Contratada da TV Globo, onde atuaria até o fim da vida. Enquanto isso, na televisão, dava início à parceria com Chico Anysio que lhe rendeu seus dois personagens mais emblemáticos da televisão, a (Biscoito) e a (Dona Bela) da “A Escolinha do Professor Raimundo”. A primeira era a esposa feia e rica do bêbado (Tavares) e a segunda era uma aluna do (Professor Raimundo) que, acreditando ser pornografia tudo que o mestre lhe perguntava, jogava-se ao chão, histérica e afirmava, “Só pensa naquilo!”. Outra participação marcante dessa época na TV foi no “Sítio do Pica-Pau Amarelo” no qual interpretou a (Dona Carochinha). Zezé Macedo fez  novelas, como "A Moreninha", “Padre Tião”, “O Primeiro Amor”, "Cambalacho" e “Fera Radical”. A parceria com Chico Anysio se deu nos programas “Chico City”, “Chico Anysio Show”, Estados Anysios de Chico City” e “A Escolinha do Professor Raimundo”. Zezé Macedo esteve também nos humorísticos “Balança, Mas Não Cai” e “Zorra Total”. Zezé Macedo se destacou como poetisa, tendo publicado quatro livros de poemas, além do já citado “Coração Profano”, lançou ainda “Uma Estrela Caiu”, “Meu Breviário” e “A Menina do Gato”. Com o tempo diminuiu seu ritmo de trabalho, s4e dedicando cada vez mais à TV, sobretudo em programas humorísticos onde atuou até pouco antes de falecer. Zezé Macedo havia se casado novamente com o ator e cantor  Victor Zambito, dez anos mais novo, que conheceu enquanto atuava no “Teatro Recreio”. Walter Pinto e Virgínia Lane foram seus padrinhos. Os dois não tiveram filhos e permaneceram juntos por trinta e oito anos, até o falecimento de Zezé. Zezé Macedo sofreu um derrame cerebral em consequência de um aneurisma cerebral que havia se rompido. Ela iria ser operada, mas devido ao seu estado fragilizado, os médicos optaram por fazer uma drenagem de coágulo. Zezé Macedo morreu em consequência do derrame.