Waldyr Couto Onofre
(Itaguaí/RJ, 05 de setembro de 1934)
(Rio de Janeiro/RJ, 07 de janeiro 2015).
Waldyr Onofre foi um cineasta e ator brasileiro. Onofre foi um dos primeiros cineastas negros do país. Coadjuvante bastante considerado pelo tipo físico, expressividade e o talento interpretativo, Onofre filmou quase sempre atuando em papéis de vilão. Waldyr começou a trabalhar desde criança, como serralheiro e ferreiro. Waldyr Onofre fez um curso técnico de rádio e televisão, passando a viver dos consertos em aparelhos eletrônicos. Waldyr Onofre conseguiu juntar algum dinheiro, com o qual passou a fazer um curso de interpretação por correspondência. Waldyr descobriu o curso de interpretação de Berliet Jr., produtor da “Rádio Nacional”. Três anos depois se matriculou no “Conservatório Nacional de Teatro”, onde estudou. Waldyr estudou com João Bethencourt e fez estágio com o ensaiador americano Jack Brown, discípulo de Constantin Stanislavski. Waldyr Onofre estreou profissionalmente no teatro com uma montagem de “O Contato”, drama americano. Seu desempenho chamou a atenção do diretor Miguel Borges que o chamou para protagonizar o episódio “Zé da Cachorra”, incluído no longa “Cinco Vezes Favela”. Waldyr Onofre tornou-se colaborador regular de Borges, com quem filmou “Perpétuo Contra o Esquadrão da Morte”, “Canalha em Crise” e “Maria Bonita, Rainha do Cangaço”. Ao mesmo tempo, Waldyr iniciava a carreira por trás das câmeras, como assistente de direção de “Canalha em Crise. Waldyr Onofre montou a primeira peça da sua escolinha de teatro, “Papai Noel e os Dois Ladrões”, um texto do antigo professor João Bethencourt. Onofre manteve a carreira como ator de cinema, marcado pelos papéis de vilão, até que conseguiu chamar a atenção de Nélson Pereira dos Santos, que o convidou para atuar em “O Amuleto de Ogum”. Mais do que isso, o cineasta incentivou Onofre a se expressar também realizando os próprios filmes. O resultado foi “As Aventuras Amorosas de Um Padeiro”, uma comédia de costumes sobre a vida suburbana que também abordava o tema do racismo. Produzido por Nélson Pereira dos Santos, foi o único longa dirigido por Waldyr Onofre. O filme ganhou o “Kikito de Ouro” no “Festival de Gramado”. Vieram em seguida os curtas que, a exemplo de “As Aventuras Amorosas de um Padeiro”, retratavam os hábitos e costumes do subúrbio do Rio de Janeiro, como “Clóvis, a Alegria do Carnaval Suburbano”. Waldyr Onofre idealizou um projeto de uma agência de figuração dedicada exclusivamente a atores negros. Waldyr Onofre continuou atuando esporadicamente, com participações em teatro e nas novelas “Irmãos Coragem” e "O Homem que Deve Morrer”. Waldyr Onofre sofria do Mal de Alzheimer e morreu em consequência de uma leucemia.