Maurits Victor Van Den Bossche      

(Bornem/BÉLGICA, 25 de janeiro de 1926)          

(São Paulo/SP, 24 de dezembro de 2007).

Maurice Vaneau foi produtor, coreógrafo, diretor, iluminador, cenógrafo, figurinista e ator de origem belga, naturalizado brasileiro. Maurice era casado com a coreógrafa brasileira Célia Gouvêa, com quem teve duas filhas, Yara e Vânia. Maurice Vaneau era pai de Peri, fruto de casamento anterior, com a cenógrafa e figurinista Marie Claire van Vuchelen. Filho de Vitor e Jeanne Marie Caroline Geniets Van den Bossche, proprietários de um café-restaurante e de um pequeno hotel. Maurice foi o quarto filho de uma família de cinco irmãos. Vaneau passou a infância e parte da vida adulta na Europa. Na década de quarenta, Maurice se inscreveu na “Académie Royale des Beaux Arts” em Bruxelas, embora desde criança fosse apaixonado por cinema. Maurice Vaneau chegou a ir a Paris, para se matricular numa escola de cinema, mas perdeu o prazo de inscrição. De todo modo, na “Académie Royale des Beaux Arts” o curso era gratuito, o que era bem conveniente considerando que sua família havia perdido quase tudo durante a guerra. A formação em artes plásticas seria posteriormente útil à sua vida teatral, no seu trabalho como figurinista e cenógrafo. Aos vinte anos, entrou para a “École d’Art Théâtral du Rideau de Bruxelas” fundada cinco anos antes pelo ator e diretor Claude Étienne. A escola mantinha uma companhia de teatro que Étienne viria a dirigir por quase meio século. A proposta de Claude Étienne era a de uma grande renovação do teatro belga, rompendo com as tradições acadêmicas. Por essa época, o jovem Maurits adota o nome artístico de Maurice Vaneau e estreia no palco com a companhia do “Rideau” na qual permaneceria por sete anos, atuando, dirigindo, confeccionando cenários, figurinos e executando projetos de iluminação para dezenas de montagens. Coincidentemente era fundado no Brasil, o "Teatro Brasileiro de Comédia" - (TBC), do qual Vaneau viria a ser diretor artístico. Vaneau estudou arte dramática e direção teatral na "Universidade Yale", com bolsas das fundações “Fullbright” e “Smith-Mundt Award”. Aos vinte e nove anos, Maurice Vaneau veio pela primeira vez ao Brasil, com o “Teatro Nacional da Bélgica” e conheceu o empresário teatral Franco Zampari que o convidou a integrar a direção artística do (TBC) ao lado de Ziembinski e Gianni Ratto. “A Casa de Chá do Luar de Agosto” sua peça de estreia no Brasil foi um grande sucesso de público e de crítica. Vaneau recebeu o prêmio de melhor diretor da “Associação Paulista de Críticos Teatrais” e a peça seria considerada o melhor espetáculo do ano. Vaneau permaneceu mais de um ano e meio na função de diretor geral do (TBC) quando encenou “Os Ossos do Barão” de Jorge de Andrade. A peça permaneceu em cartaz por vários meses, com grande sucesso. Vaneau dirigiu, também com grande sucesso “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” de Edward Albee com Cacilda Becker, Walmor Chagas, Lilian Lemmertz e Fúlvio Stefanini.  Vaneau adotou a nacionalidade brasileira e, bem mais tarde, receberia o título de cidadão paulistano. Maurice Vaneau fez algumas novelas com destaque especial para a última, “Carmen”, em que interpretou o (Dr. Junot) na extinta TV Manchete. Maurice Vaneau sofria de mal de Alzheimer e morreu vítima de broncopneumonia.