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GLÁUBER ROCHA (42 anos)

ID: h1452 Categoria: Diretores Date : Thursday 27th May 2021 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Gláuber de Andrade Rocha                          

 

(Vitória da Conquista/BA, 14 de março de 1939)           

(Rio de Janeiro/RJ, 22 de agosto de 1981).

 

Gláuber Rocha foi um cineasta, ator diretor, editor, figurinista, montador, roteirista, autor, jornalista, produtor, apresentador e escritor brasileiro com atuação em TV, teatro e cinema. Filho de Adamastor Bráulio Silva Rocha e de Lúcia Mendes de Andrade Rocha, Gláuber Rocha era o mais velho dos quatro irmãos e único menino da família. Gláuber Rocha   foi criado na religião da mãe, protestante, membro da “Igreja Presbiteriana”, por ação de missionários norte-americanos da “Missão Brasil Central”. Alfabetizado pela mãe, Gláuber estudou no “Colégio do Padre Palmeira” - instituição transplantada pelo padre José Luiz Soares Palmeira de Caetité (então o principal núcleo cultural do interior do Estado). Aos doze anos, Gláuber Rocha se mudou com a família para Salvador, onde seguiu os estudos no “Colégio 2 de Julho”, dirigido pela “Missão Presbiteriana”, ainda hoje uma das principais escolas da cidade. Aos treze anos, Gláuber perdeu a irmã Ana Marcelina, morta com apenas onze anos em decorrência de uma leucemia, o que causou grande impacto em toda a família. Mas logo ganhou outra irmã, Ana Lúcia Mendes Rocha, a irmã mais nova de Gláuber, que viria a ser sua confidente pelo resto de sua vida. Ana Lúcia era filha de seu pai com uma cigana, que morreu durante o parto. Ali, escrevendo e atuando numa peça, seu talento e vocação foram revelados para as artes performativas. Gláuber Rocha participou em programas de rádio, grupos de teatro e cinema amadores e até do movimento estudantil. Gláuber Rocha começou a realizar filmagens (seu filme “Pátio”), ao mesmo tempo em que ingressou na “Faculdade de Direito da Bahia”, hoje da “Universidade Federal da Bahia”, que logo abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística, em que o foco era sempre sua paixão pelo cinema. Da faculdade foi o seu namoro e casamento com uma colega, Helena Ignez. Sempre controvertido, Gláuber Rocha escreveu e pensou cinema. Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Gláuber Rocha era visto pela ditadura militar que se instalou no país, como um elemento subversivo. No livro 1968 - O Ano Que Não Terminou, Zuenir Ventura registra como foi a primeira vez que Gláuber fez uso da maconha, bem como o fato de, segundo Gláuber esta droga ter seu consumo introduzido na juventude como parte dos trabalhos da CIA no Brasil. Com  a radicalização do regime, Gláuber partiu para o exílio, de onde nunca retornou totalmente. Gláuber Rocha viveu seu maior trauma: a morte da irmã, a atriz Anecy Rocha, que caiu no fosso de um elevador. Antes de estrear na realização de uma longa metragem (“Barravento), Gláuber Rocha realizou vários curtas-metragens, ao mesmo tempo que se dedicava ao cineclubismo e fundava uma produtora cinematográfica.  Deus e o Diabo na Terra do Sol”, “Terra em Transe e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro são três filmes paradigmáticos, nos quais uma crítica social feroz se alia a uma forma de filmar que pretendia cortar radicalmente com o estilo importado dos Estados Unidos. Essa pretensão era compartilhada pelos outros cineastas do Cinema Novo, corrente artística nacional liderada principalmente por Rocha e grandemente influenciada pelo movimento francês Nouvelle Vague e pelo Neorrealismo italiano. Gláuber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor. Para o poeta Ferreira Gullar, "Glauber se consumiu em seu próprio fogo". om “Barravento” ele foi premiado no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary na Tchecoslováquia. Depois, com Deus e o Diabo na Terra do Sol”, ele conquistou o “Grande Prêmio no Festival de Cinema Livre” da Itália e o “Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Cinema” de Acapulco. Foi com “Terra em Transe” que, Gláuber Rocha se tornou reconhecido, conquistando o “Prêmio da Crítica do Festival de Cannes”, o “Prêmio Luis Buñuel na Espanha, o “Grande Prêmio do Júri da Juventude” de melhor filme do Festival Internacional de Cinema de Locarno e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. A briga entre o cineasta brasileiro Gláuber Rocha com Louis Malle entrou para história do Festival Internacional de Cinema de Veneza. Com o filme Atlantic City, Malle venceu o Leão de Ouro junto com o americano John Cassavetes, este premiado por Gloria. Para Gláuber Rocha, que participou daquele “Festival” com o seu filme A Idade da Terra, tal resultado foi uma tramóia. Gláuber afirmou que Louis Malle venceu pois o resultado estava previamente combinado pois o filme de Malle teve a produção da Gaumont, uma "multinacional imperialista". Malle e Gláuber se encontraram no saguão do “Hotel Excelsior”, onde discutiram e os dois cineastas quase chegaram às vias de fato. Gláuber Rocha foi casado com a atriz Helena Ignez com quem teve uma filha, a diretora Paloma Rocha, com a atriz Rosa Maria Penna e com a jornalista cubana Maria Teresa Sopeña. Gláuber Rocha teve uma relação com a Srta. Santos com quem teve um filho, Henrique (adotado pelo cineasta Elyseu Visconti). Gláuber Rocha namorou com Regina Rosemburgo Léclary, com Martha Jardim Gomes com quem teve um filho adotivo, Daniel; com a atriz francesa Juliet Berto e com Maria Aparecida de Araújo Braga com quem teve um filho, Pedro Paulo. Gláuber Rocha era casado com Paula Gaitán com quem teve dois filhos, Erik Aruak e Ava Pátria. Em 2014, documentos revelados pela “Comissão da Verdade” indicaram que o governo militar pretendia matar Gláuber Rocha, que se encontrava exilado em Portugal. O relatório foi produzido pela Aeronáutica e descreve Gláuber como um dos líderes da esquerda brasileira. A monitoração de Gláuber era feita através de entrevistas que ele concedia a publicações europeias, criticando o governo militar e a repressão promovida por ele, considerando seus depoimentos um "violento ataque ao país". Gláuber residia havia meses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa e se preparava para rodar “Império de Napoleão”, a partir do argumento escrito em colaboração com Manuel Carvalheiro, quando começou a passar mal. Gláuber foi transferido de um hospital de Lisboa, capital de Portugal, onde permaneceu dezoito dias internado para uma clínica no Rio de Janeiro. Gláuber morreu de septicemia, ou como foi declarado no atestado de óbito, de choque bacteriano, provocado por broncopneumonia que o atacava havia mais de um mês.

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