João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro          

(Itaparica/BA, 23 de novembro de 1941)               

(Rio de Janeiro/RJ, 18 de julho de 2014). 

João Ubaldo Ribeiro foi escritor brasileiro com atuação em literatura, cinema e TV e ganhador do “Prêmio Camões”. Nascido na Bahia na casa do avô materno, quando completou dois meses de idade a família se mudou para Aracaju, Sergipe, onde João Ubaldo Ribeiro passou parte da infância. Seu pai, Manuel Ribeiro, advogado de renome na capital baiana, veio a ser o fundador e diretor do curso de Direito da “Universidade Católica de Salvador”. Sua mãe Maria Filipa Osório Pimentel deu à luz mais dois filhos, Sônia Maria e Manuel. Incentivado por seu pai leu autores como Padre Antônio Vieira, Padre Manuel Bernardes, Shakespeare, Homero, Miguel de Cervantes, Machado de Assis e José de Alencar, entre outros, que o influenciaram desde a tenra idade. João Ubaldo Ribeiro partiu para os Estados Unidos, através de uma bolsa de estudos conseguida junto à “Embaixada” norte-americana, para fazer seu mestrado em Administração Pública e Ciência Política na universidade da Califórnia do Sul. Na sua ausência, teve até sua fotografia divulgada pela televisão baiana, encimada com a palavra “Procura-se”. Voltou ao Brasil e começou a lecionar ciências políticas na “Universidade Federal da Bahia”. Ali permaneceu por seis anos, mas desistiu da carreira acadêmica e retornou ao jornalismo. João Ubaldo Ribeiro estreia no jornalismo, trabalhando como repórter no “Jornal da Bahia”, sendo depois transferido para a “Tribuna da Bahia”, aonde chegaria a exercer o posto de editor-chefe. João Ubaldo Ribeiro editou com Gláuber Rocha, revistas e jornais culturais e participou do movimento estudantil. Apesar de nunca ter exercido a profissão de advogado, foi um aluno exemplar. João Ubaldo Ribeiro fez pós-graduação em administração pública. João Ubaldo Ribeiro colaborou nos editais “O Globo”, “Frankfurter Rundschau” (na Alemanha), “Jornal da Bahia”, “Die Zeit” (Alemanha), “The Times Literary Supplement“ (Inglaterra), “O Jornal” (Portugal), “Jornal de Letras” (Portugal), “O Estado de S. Paulo”, “A Tarde” e muitos outros, exteriores e nacionais. Seu primeiro casamento foi com Maria Beatriz Moreira Caldas, sua colega na faculdade de direito. Se separaram- após nove anos de vida conjugal. João passou boa parte de sua vida no exterior, em países como Estados Unidos (como estudante e, posteriormente, como professor convidado), Portugal (editando em parceria com o jornalista Tarso de Castro a revista “Careta”) e na Alemanha (publicando crônicas semanais para o jornal “Frankfurter Rundschau”, além de produzir peças para o rádio). João Ubaldo Ribeiro  participou, em Cuba, do júri do concurso “Casa das Américas”, juntamente com o critico literário Antônio Cândido e o ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri. O primeiro prêmio havia sido concedido à brasileira Ana Maria Machado. João Ubaldo Ribeiro  se casou com a historiadora Mônica Maria Roters, com quem teve duas filhas, Emília e Manuela. O casamento acabaria alguns anos depois. João Ubaldo Ribeiro se casou então com a psicanalista Berenice Batella, com quem teve dois filhos, o ator e apresentador Bento Ribeiro e Francisca. João Ubaldo Ribeiro  voltou a residir no Rio de Janeiro e foi eleito para a “Academia Brasileira de Letras”. João Ubaldo Ribeiro participou no mesmo ano da “Feira do Livro” de Frankfurt, Alemanha, recebendo o “Prêmio Anna Seghers”, concedido somente a escritores alemães e latino-americanos. João Ubaldo teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, tendo, inclusive, participado no processo de criação delas. Seu livro “Sargento Getúlio” se tornou um filme premiado, dirigido por Hermano Penna e protagonizado por Lima Duarte. O seu romance “O Sorriso do Lagarto” foi adaptado para uma minissérie na TV Globo tendo como protagonistas os atores Tony Ramos, Maitê Proença e José Lewgoy. João Ubaldo adaptou “O Santo Que Não Acreditava em Deus” para a série “Caso Especial”, da TV Globo, que teve Lima Duarte no papel principal. O cineasta Cacá Diegues comprou os direitos de filmagem do livro “Já Podeis da Pátria Filhos”, embora o filme nunca tenha sido produzido. João Ubaldo Ribeiro vendeu os direitos autorais de “Viva o Povo Brasileiro” para o cineasta André Luis Oliveira. Cacá Diegues escreveu o roteiro de “Deus é Brasileiro”, em cima de seu conto “O Santo Que Não Acreditava em Deus”. João Ubaldo Ribeiro é autor de romances como “Sargento Getúlio”, “O Sorriso do Lagarto”, “A Casa dos Budas Ditosos”, que causou polêmica e ficou proibido em alguns estabelecimentos e “Viva o Povo Brasileiro”, tendo sido, esse último, destacado como samba-enredo pela escola de samba “Império da Tijuca”. João Ubaldo Ribeiro morreu em sua casa, após sofrer uma embolia pulmonar.