Antônio Joaquim Fernandes
(Macedo de Cavaleiros/PORTUGAL, 27 de novembro de 1951)
(São Paulo/SP, 15 de setembro de 2019).
Roberto Leal foi um empresário, cantor, compositor e ator português radicado no Brasil. Leal era considerado embaixador da cultura portuguesa no Brasil. Ao longo da carreira de mais de quarenta e cinco anos, ganhou trinta discos de ouro, além de cinco de platina e quinhentos troféus e de acordo com diferentes fontes suas vendas totais somam entre quinze e vinte e cinco milhões. Filho de Avelino Augusto Fernandes e de Maria Júlia Patrício, nascido na freguesia de Vale da Porca, em Macedo de Cavaleiros, no Distrito de Bragança em Portugal, emigrou para o Brasil aos onze anos de idade, juntamente com os pais e nove irmãos em cinco viagens. Em São Paulo, após trabalhar como sapateiro e comerciante de doces, Roberto Leal iniciou a carreira de cantor de fados e músicas românticas. Roberto Leal obteve o seu primeiro grande sucesso com "Arrebita", conhecida pelo seu refrão "Ai Cachopa, Se Tu Queres Ser Bonita, Arrebita, Arrebita, Arrebita", após aparição no programa “Discoteca do Chacrinha”. Logo após, Leal começou a ganhar grande popularidade se apresentando em diversos programas de auditório no Brasil. Leal participou do filme “Milagre - O Poder da Fé” que contou com participação especial de alguns nomes importantes como o apresentador Chacrinha, Elke Maravilha e a atriz Lolita Rodrigues. O filme aborda a história de sua vida. Dirigido por Hércules Breseghelo, teve partes filmadas na cidade natal de Roberto Leal. Além do repertório romântico-popular, seu trabalho também se caracterizava por misturar ritmos lusitanos aos brasileiros, além de ter gravado em estilos tipicamente brasileiros como o forró. Quase todo seu repertório é composto de faixas de sua autoria em parceria com a esposa Márcia Lúcia. Além de cantor e compositor, Leal foi apresentador de programas na “Rádio Capital” de São Paulo, apresentador no canal português TVI e no Brasil, tendo apresentado programas na TV Gazeta e Rede Vida. Roberto Leal lançou os CDs “Canto da Terra” e “Raiçes/Raízes”. Nesses discos gravou músicas em mirandês para divulgar a segunda língua oficial de Portugal. Estes discos lhe conferiram prêmios e condecorações da crítica de música portuguesa pelo estudo aprofundado de instrumentos musicais muito usados na música mirandesa, como as gaitas de fole. Em sua carreira, Roberto Leal tem mais de trezentas canções gravadas. É um dos compositores do atual hino da “A. A. Portuguesa de Desportos” de São Paulo. Leal era sócio do restaurante de comida portuguesa “Marquês de Marialva” em São Paulo, localizado na região de Barueri. Roberto Leal participou do elenco no sitcom “Último a Sair”, um falso reality show da autoria de Bruno Nogueira, João Quadros e Frederico Pombares, exibido pelo canal português RTP1, programa do qual saiu vencedor. Roberto Leal publicou uma autobiografia em livro intitulado “Minhas Montanhas”, sendo lançado tanto no Brasil quanto em Portugal. Roberto Leal fez uma participação em “Chiquititas”, atuando como ele mesmo. Na trama, Roberto Leal era um músico que processa (Tobias) por usar sua música. Roberto Leal lançou o CD “Obrigado Brasil!”, que incluía alguns sambas de Jorge Aragão e Arlindo Cruz e duetos com Jair Rodrigues, Alcione, Jairzinho e Luciana Mello. Roberto Leal vivia entre o Brasil e Portugal, além de se apresentar em países da América do Sul, América Central e Europa divulgando a cultura portuguesa. Foram lançadas coletâneas de seus principais sucessos, vendidos tanto no Brasil como em Portugal. Roberto se candidatou a deputado estadual por São Paulo pelo “Partido Trabalhista Brasileiro” (“PTB”), obtendo 8.273 votos (0,04% dos votos válidos) e não se elegendo. Roberto Leal revelou lutar contra um melanoma, mas sofreu com uma metástase para os olhos e a coluna e que por conta disto somado à catarata havia perdido parte da visão. Roberto Leal era casado havia quarenta e cinco anos com Márcia Lúcia. O casal teve três filhos, nascidos no Brasil, e dois netos. Um dos filhos, o músico Rodrigo Leal, afirmou que a família só revelou a gravidade da doença a Roberto Leal pouco antes de sua morte. Segundo Rodrigo, isso fez com que a vida de seu pai se prolongasse, por não ter parado de trabalhar por causa da doença. Roberto Leal morreu em função do melanoma maligno que evoluiu para o fígado, causando uma síndrome hepatorrenal e complicações decorrentes de uma reação alérgica aos medicamentos da quimioterapia.